Segui à distância a campanha do 1º de Maio do Pingo Doce.
A campanha lembrou alguns consumidores que a principal razão para a existência das autoridades da concorrência é para prevenir não os preços “anormalmente” altos mas sim os preços “anormalmente” baixos.
Foi bom os Portugueses terem visto tanto responsáveis políticos de direita e esquerda, como sindicalistas e representantes de corporações a combaterem a concorrência em preços.
Infelizmente concordo com Alexandre Soares dos Santos. O Pingo Doce não vai ser formalmente acusado de dumping. Se fosse daria ainda mais visibilidade para a vergonha que é a legislação e fiscalização económica em Portugal. Preferirão continuar a multar e perseguir quem se atreve a concorrer em preço, com pouca visibilidade e resultados sustentados.
Por fim vale a pena lembrar que se o Ministério da Economia quer ter um verdadeiro papel no fomento da concorrência devia preocupar-se apenas e só com a eliminação de barreiras à entrada e à saída dos mercados. Para este efeito devia ser o polícia não das empresas mas sim do Estado, criador destas mesmas barreiras. Deveria ser o provedor do consumidor, beneficiário da concorrência, em vez de ser o provedor dos interesses corporativos instalado, beneficiários de uma economia centralizada.