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Soares, Sócrates, Salgado: os rostos do Socialismo em Portugal
Observador: Depois de Sócrates, Soares visita Ricardo Salgado
É enternecedor ver como a família socialista continua amiga. Aliás, se o PS ainda estivesse no poder, Ricardo Salgado não teria levado uma nega e ainda estaria hoje como DDT – pois, como se sabe, alguém tem de financiar o socialismo…
Lula não vê diferença entre Sócrates e Passos…
… e por isso deu-se mal.
Ainda sobre o caso aqui referido pelo André, convém recordar que Lula sempre foi um amigo próximo de Sócrates. Agora, foi ter com Passos e falou-lhe de mais uma negociata. Lula falou, Passos ouviu mas não deu o seguimento habitual e a privatização acabou por ser feita com a suma (notícia oficial). Tudo isto, vindo do operário que prometia por travão à corrupção, lutando pelo povo que jura amar.
Alguém imagina como teria sido decidido isto entre o grupo do amigo Carlos Silva e o do amigo Lula da Silva, fosse Sócrates ainda 1º Ministro?
O sistema judicial soarista
O juiz que decretou a prisão de Sócrates voltou a não ser poupado por Soares. “Que esperam as pessoas que o prenderam para lhe pedir desculpa e o libertarem?”, pergunta o ex-presidente da República, alegando que Sócrates “conseguiu pôr tudo em pratos limpos” quando, anteontem, respondeu, por escrito, a seis perguntas que lhe foram endereçadas pela TVI, através do advogado João Araújo. Sócrates, sustentou, noticiou “a inutilidade das acusações falsas que lhe foram feitas”.
Presume-se que o método de prova descrito só funcione para os camaradas do partido.
Isto explica muita coisa
No Observador
O Correio da Manhã verificou as contas da Fundação Soares e escreve que o seu maior financiador desde 2011 foi o BES. No total, e através de dois contratos de mecenato, o banco doou a esta instituição presidida pelo histórico socialista que completou recentemente 90 anos, cerca de 570 mil euros. Faltará pagar a prestação do último contrato no valor de 100 mil euros – este contrato ia até 2015.
Esta visto a quem interessa que Ricardo Salgado fique calado.
Estou esclarecido
No Observador
O secretário-geral do PS rejeita em absoluto ter “recuperado” a fórmula política do Governo do Bloco Central (PS/PSD), frisando que procurou antes evocar o exemplo da liderança de Mário Soares como primeiro-ministro entre 1983 e 1985.
Afinal, António Costa não estava a defender uma aliança pós-eleitoral com o PSD mas apenas a elogiar o papel de Mário Soares enquanto arauto da austeridade.
Uma chave para o inimputável
Margarida Bentes Penedo (Gremlin Literário)
Experimente o meu bom amigo escolher um jardim público, subir a uma banquinha, e daí exercer os seus “direitos de cidadania” e de “participação política activa” expressando ameaças de morte, apelando à violência contra o Governo e o Presidente da República, e insultando os juízes e magistrados de “malandros” para baixo. Vamos ver durante quanto tempo o deixam lá ficar
Mário Soares Vs Mário Soares
“Conheço Pedro Passos Coelho e considero-o um homem muito sensato, lúcido e com um grande sentido de Estado. E o que os políticos precisam de ter nesta altura é um grande sentido de Estado, defendendo sempre o interesse nacional, porque nesta altura é Portugal e a Europa que estão em causa”
As duas caras de Mário Soares e a benção de Passos Coelho, por João Lemos Esteves.
Mário Soares admite simpatizar com o líder do PSD e diz que não compreende como é que José Sócrates e Pedro Passos Coelho não se entendem.
Mário Soares 2014 (Junho) – para apoiar António Costa contra Seguro:
“Seguro nunca se identificou com a esquerda e sempre dialogou com o PSD”
Leitura complementar: Como pensa Mário Soares, por Paulo Tunhas.
Alguém tem de ler Mário Soares de vez em quando para depois escrever resumos destes.
O meu obrigado ao Paulo Tunhas por este verdadeiro serviço público.
Ne tirez pas sur Angela Merkel*
Tirez sur le pianiste, François Truffaut (1960)
Segundo Mário Soares (MS), Maio é um mês decisivo. Posso até concordar (se tudo correr bem o PS leva uma coça) mas, o que não é nada decisivo, é o seu texto. É até bastante pueril, algo bíblico e será mesmo um dejá vu no que toca à imunidade da irresponsabilidade de um geração de políticos.
MS vai repescar um método arcaico usado pelos nossos antepassados (e, por isso, bem ao jeito da sua persona) para construir o sermão: a caça desesperada e desenfreada ao bode (expiatório) procurando com isso amnistiar os seus pecados. Encontra em Angela Dorothea Kasner Merkel o alvo ideal e caça-o. Mas temo que a visão de MS já não é o que era e o tiro saiu-lhe pela culatra. E, claro está, sobre o Homem que ia dar um sentido, salvar até, a Europa, Fançois Hollande, nem uma palavra. Mas, MS acusa a chanceler de acabar com a União Europeia e com a Zona Euro. Ora, nem tudo se passa como no admirável preto e branco da Rússia de Eisenstein, há muitos cinzentos, nesta altura, e outras cores, felizmente, numa Europa bem diferente daquela Rússia. Mas a miopia ou o daltonismo não são exclusivos de MS e não é preciso ser cinéfilo (nem oftalmologista) para o perceber. É uma doença comum a outros:
1. àqueles sonhadores, europeístas convictos, inicialmente actores no drama europeu e, agora, na hora da dificuldade, meros intérpretes, que falharam (e falham) no momento de provar que as divisões nacionais podem ser ultrapassadas, sem derrames de sangue (escrevo no sentido metafórico), depois de tanto sangue derramado por uma Europa (não no sentido metafórico) onde nasceram os conceitos de Estado, de soberania, por uma Europa martirizada por tantas lutas e guerras nacionalistas. Por isso, falharam no momento de desfazer os casamentos, conquistas, malabarismos e ballets diplomáticos que sucederam para fazer dos Estados da Europa aquilo que hoje são. Falharam, também, quando criaram uma moeda que, não só não está apoiada num Estado, num regime político europeu se quisermos, como sai de um projecto político a cujo conteúdo alguns membros se recusam a aderir. E falharam, sobretudo, na promoção de um debate rigoroso sobre as consequências económicas, sociais, políticas, da adesão a uma união monetária. Falharam, na sequência da crise financeira vinda dos EUA, em 2009, a prova de que o modelo europeu (um conceito bastante cómodo onde cabe quase tudo) resistia melhor à crise do que os outros. Falharam, os signatários do Tratado de Roma e seus sucessores na escolha de uma palavrinha a definir o objectivo essencial da União Europeia: «a melhoria constante das condições de vida e de emprego dos seus povos». Falharam, ainda, ao desprezarem os impulsos psicológicos que motivam os homens do poder, os políticos, e, inegavelmente, determinam o sucesso das instituições. Falham, ainda hoje, quando procuram expiar as falhas do passado (suas e dos seus), com as respectivas consequências no nosso presente. Admitamo-lo. Calmamente, mas honestamente, explicando aos portugueses (e europeus) qual a sua situação.
2. àqueles que culpam a chanceler pelos problemas do nosso desenvolvimento, que partem da nossa falta de qualificação, da nossa fala de produtividade, da nossa falta de sentido, da nossa falta de sustentação e da nossa falta de utilidade do trabalho, frequentemente trocado pelo conceito de emprego. Aqui a falha é nossa. Falhamos no momento de reconhecer as virtudes do rigor e da disciplina alemãs, que deviam ser consideradas exemplos, e não inimigos. Falhamos no momento de reconhecer que sem trabalho, esforço, qualidade, produção, contas certas e ponderação, não há sociedade que resista. E o mais grave é que continuaremos a falhar.
Eu, europeísta muito pouco convicta, sinto-me mais convicta quando vejo uma série como esta (que me desperta sentimentos de reverência à paz europeia dos últimos anos) do que quando leio as convicções destes europeístas.
* No dia 27 de Abril de 2013, o Le Monde publicou um editorial intitulado: “Ne tirez pas sur Angela Merkel”, alusão àquele filme de François Truffaut.
Era “só” um futebolista
Sobre esta frase triste do senil do costume, aconselho a leitura do imploro da Maria João (acho que não vais ter sorte), mas também o post do Gremlin Literário, o artigo do Correio da Manhã, o spin do Expresso, o desabafo de José Cid e até o apelo do Aventar.
Para que sejam vocês os juízes, aqui fica o vídeo: