O Zé Diogo Quintela, que não é de esquerda e é humorista — um oxímoro ontológico, portanto —, escreveu mais uma crónica maravilhosa. Fica aqui um pequeno excerto, eventualmente da sua autoria, mas não é de fiar, que nos dias que correm todo o cuidado é pouco. O resto está aqui.
Como não podia deixar de ser, na quinta-feira fui logo adquirir o novo livro de José Sócrates. A funcionária olhou para mim, espantada: ‘Só um?’. E eu: ‘Acha mal?’. Diz ela: ‘Não, é que as pessoas costumam comprar logo à dúzia. Aliás, temos estas embalagens já preparadas, se quiser’. E apresentou- -me um six pack, que em vez de cervejas, tinha livros. Segundo percebi, havia também a possibilidade de comprar a granel.
Ainda não tive tempo de lhe dedicar a atenção que merece. Mas posso já dizer que, com esta obra de filosofia, torna-se legítima a comparação entre Sócrates e o homónimo grego. Não pela qualidade das ideias, mas por nenhum deles ter escrito aquilo que lhes é atribuído.
Apesar de ainda não o ter lido na íntegra, sinto-me à vontade para o comentar. A única ocasião em que é aceitável criticar um livro sem o ter lido é quando o autor o apresenta sem o ter escrito.