O primeiro-ministro apelou hoje aos portugueses para que adotem uma “cultura de risco” e considerou que o desemprego não tem de ser encarado como negativo e pode ser “uma oportunidade para mudar de vida”.
Passos Coelho referiu que “estar desempregado não pode ser, para muita gente, como é ainda hoje em Portugal, um sinal negativo”. “Despedir-se ou ser despedido não tem de ser um estigma, tem de representar também uma oportunidade para mudar de vida, tem de representar uma livre escolha também, uma mobilidade da própria sociedade”, afirmou o primeiro-ministro, durante a tomada de posse do Conselho para o Empreendedorismo e a Inovação, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. (ver ligação na reação de Jerónimo)
Passos Coelho disse o óbvio:
– Em Portugal, o principal problemas de cultura económica é a Falta de Cultura do Risco;
– Estar desempregado não deve ser encarado necessariamente como algo negativo, pois pode também ser uma oportunidade, como qualquer crise é vista na cultura chinesa.
Face a estas declarações pacíficas e até de incentivo, qual foi a reação do Partido Comunista Português?
Jerónimo reagiu imediatamente para dizer 2 disparates:
1. “O Governo esconde o número [do desemprego] aos portugueses, particularmente aos desempregados e não é por erro de cálculo, não é por erro de contas. É para tentar mistificar aquilo que hoje é um dos problemas centrais do nosso país, um dos problemas centrais da juventude, particularmente, que ainda por cima tem como resposta, como conceção, por parte do primeiro-ministro esta ideia ofensiva para mais de um milhão de desempregados”
Isto é falso, pois é o INE que tem de calcular e a Comunicação Social que deve divulgar. O que faz regularmente, de resto.
2. O secretário-geral do PCP questionou como é que “um primeiro-ministro pode ofender esses que estão numa situação desesperada não por não querem encontrar emprego, não porque não querem trabalhar, antes pelo contrário”.
O 1º Ministro não ofendeu. Antes pelo contrário. Deu uma esperança: o mundo não se resume a uma carreira profissional. Portugal tem cada vez mais exemplos, desde a conquista do prémio Leya, a exemplos como o do pintor de camélias, até algo mais sistemático como a conferência UBI sobre Desemprego e empreendedorismo.
O país, perante as óbvias dificuldades, tenta lançar-se para a frente e sair da crise. PPC apoia. Jerónimo acha isso ofensivo.
PPC e Jerónimo vêm as dificuldades. PPC aponta uma saída possível. Jerónimo só vê motivos para desespero. É pena.
