Depois de todas as críticas ao seu “Green New Deal”, que a obrigaram até a tirar o FAQ da internet e a culpar os estagiários por terem carregado a versão errada, a menina Ocasio-Cortez tem uma nova linha de defesa. Por favor ouçam este minuto de puro ouro demagógico:
Uma sugestão menina: da próxima vez que lançares uma ideia cá para fora do teu gabinete, fala apenas dos peidos das vacas e não sobrecarregues cada família americana com 650.000$ de custo adicional. Ah, e já agora: presunção e água benta cada uma toma a que quer, mas tu não mandas em nada – a única coisa pela qual és co-responsável é pelo apoio dos moderados a Trump.
No 116º Congresso dos EUA, Alexandria Ocasio Cortez é o elemento mais imaturo e inexperiente de toda a assembleia: não só é jovem, como nunca foi responsável por nada na sua curta vida profissional.
A sua infância foi passada em Yorktown Heights, um subúrbio a 70km de Nova Iorque – apesar de ela se afirmar do Bronx. O Observador mente ao escrever “Alexandria, que cresceu nos subúrbios que hoje representa em Washington DC”.
A morte do pai deixa a família em apuros financeiros: sem seguro de vida (na América, uma necessidade – mas planear o futuro não é o forte desta família, como veremos). Alexandria trabalha então como bartender, a única experiência profissional que tem e que leva para o Congresso Americano (e dança). Para entrar no Congresso, tem uma vitória “forte”. Disse Bernie Sanders em Junho de 2018, papagueou o Observador. Bem, NY14 tem 691.715 habitantes. Em Junho, AOC teve 16.898 votos contra 12.880 do incumbente. Foi bem jogado da parte dela, mas não, não foi uma vitória “forte”. Foi apenas um bom exemplo de “Primaring“, ou seja, de um extremista escolher bem um assento que o seu partido ganha nas calmas (NY14: 83% em 2016) e apostar tudo numa mobilização forte dos seus amigos extremistas nas primárias.
O campanha foi, segundo a Wikipedia e o Observador, feita a partir de uma taqueria. Ambos citam a mesma entrevista à Bon Appétit (eu também, já agora). O Mauro Gonçalves coloca a proposta de “garantia de emprego” entre aspas, mas o “seguro de saúde para todos” ele acredita ser exequível e portanto não tem o mesmo tratamento. A administração Obama não conseguiu atribuir seguro de saúde a todos, mas vai ser esta jovem servente a consegui-lo. O Observador tem um believer.
Como o artigo está na secção de Lifestyle (!), o Mauro continua depois com comentários a opções de cosmética e de guarda-roupa da congressista, uma “objectificação” de acordo com o vocabulário de AOC.
Um exemplo de estilo, para ele.
Eu limito-me a incluir uma imagem, sem comentários.