Hollande promete apoiar…

… criadores de emprego?

O desemprego atingiu um novo recorde em França com um crescimento de 60 mil desempregados em Setembro, o que eleva para 3,29 milhões os inscritos à procura de emprego, segundo números divulgados hoje pelo Ministério do Trabalho.

Este aumento deve-se em parte a um erro estatístico que levou a uma descida artificial do número de desempregados em Agosto.

Com 3,29 milhões de pessoas sem trabalho, o desemprego atinge mais de 10,9% da população activa, o que constitui um recorde absoluto em França.

O presidente francês, François Hollande, comprometeu-se a inverter os números do desemprego até ao final do ano, num clima de preocupação crescente quanto à economia e à criação de emprego.

Carta_Mao_CanetaEste compromisso só pode ser visto como um apoio aos criadores de emprego, numa clara inversão da política que até agora tinha sido consistente no ataque aos mesmos.
Sabem o que falta? Um conselheiro que meta bom senso naquela cabeça. Um que poderia escrever uma nota como:

Querido Hollande,(1)

Os nossos amigos – e grandes contribuintes – sindicalistas foram muito claros no 5 de Dezembro: ou estás com os sindicatos contra o patronato, ou estás contra os sindicatos. Se fores em frente com políticas de aumento da classe oprimida, talvez misturadas com umas Sarkozices como redução do crescimento dos impostos ou do ritmo de crescimento da regulamentação (3), não terei hipótese de os conter e poderás contar com manifs históricas ainda antes do 1º de Maio.

O teu amigo de sempre!

(1) – parecia menos mal no original…
(2) – a esquerda sempre dá significados às datas, sem as nomear
(3) – discute-se a retirada de uma restrição, por cada 100 adicionais passadas a lei

Hollande e Zorrinho ou “eu (ainda) quero acreditar”

Ainda em Maio os socialistas depositavam na vitória de François Hollande em França a esperança de que resolvesse muitos dos males europeus. Mas a expectativa foi esvaziando e agora há até quem mostre decepção com a intervenção europeia do socialista francês. No entanto, o que surpreendeu mais o PS foi a declaração de há dois dias do presidente francês sobre o fim da crise da zona euro. (…) O líder parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, gostava de acreditar: “A crise da zona euro não ficou para trás, mas quero acreditar que Hollande tem alguma informação que lhe permita ser optimista em relação ao futuro.”

Dan Mitchell sobre a França

Time to Start the Countdown for France’s Fiscal Crisis. Excertos:

“France wasn’t doing so well under the de facto socialist Nicolas Sarkozy, and it seems that things are looking even worse now that the de jure socialist Francois Hollande is in charge.”

(…)

I’m wondering when the pessimism will spread to investors. France recently lost its triple-A credit rating, but the rating agencies don’t do a good job, so I think it’s much more important to look at the prices of credit default swaps.

In other words, how much does it cost for an investor to insure debt from the French government? According to this CNBC site, France isn’t viewed as being as creditworthy as nations such as Switzerland, Germany, and the United States, but it is closer to those countries than it is to Spain, Italy, or Portugal.

This is just a guess on my part, but I think France is reaching the point where investors are suddenly going to get concerned about the government’s ability to fulfill its promises.

If Hollande follows through on his threat to impose a “patriotic” 75-percent tax rate, for example, that could be the trigger that makes the bond market a lot more skittish. Particularly since it will result in fewer rich people in France.

Carregar em quem produz e cria valor (75%!) para atirar o dinheiro a quem calha – por coincidência, geralmente amigos da cúpula do poder – para estimular o consumo. A diferença, soma-se à dívida.

Eu sou Economista e portanto tenho a certeza que isto não resulta, mas a minha questão é: será que é mesmo necessário um curso de Economia para perceber que uma situação destas tem de rebentar mais tarde ou mais cedo?

Entretanto, aceitam-se apostas sobre quando é que os juros exigidos à França vão ultrapassar os 7%.