O Diabo está nos detalhes (post final sobre Sócrates e Eusébio)

Carlos Sá Carneiro sobre Jorge Patrão e a sua “defesa” de Sócrates:

E finalmente apareceu o Colega que faltava: Jorge Patrão, irmão de Luís Patrão, vem dizer que quando chegou à escola “Sócrates estava lá a comemorar”. E diz mais: “Nós morávamos no centro histórico da Covilhã e a escola ficava a muito poucas centenas de metros das nossas casas. Por isso, fosse em que dia fosse, houvesse aulas ou não, estivéssemos de férias ou não, fazíamos de um dos pátios da esc…ola o nosso lugar de encontro habitual”. Depoimento detalhado q.b. Mas Sócrates, no seu relato do “momento”, igualmente detalhado q.b., veio dizer que, quando saiu de casa, Portugal estava a perder 3-0 (ou seja, saiu entre o minuto 23 e o minuto 27). Foi ouvindo os gritos dos golos de Portugal no caminho para a escola e, quando lá chegou, Portugal já estava a ganhar (sendo que, o quarto golo de Portugal, foi marcado ao minuto 60). Ao que se soma 15 minutos de intervalo. Mesmo com 9 anos, demorar mais de 45 minutos para percorrer “muito poucas centenas de metros” é obra. A menos que se tenha perdido no caminho para a escola…. O diabo está sempre nos detalhes.
sol-capa-socrates

Muito bom. Melhor, nem que eu pagasse. Bem pode Paulo Pinto (Jugular) desvalorizar (em 6 longos parágrafos) ou Miguel Abrantes (Corporativo) atacar a pessoa do João Figueira, o que é facto é que esta foi a frase mais ouvida de um Sócrates em queda de audiências há já algum tempo.

Artigos anteriores:

Se non è vero, è ben trovato (Sócrates e aquele jogo com o Eusébio)

O meu artigo de ontem sobre Sócrates e o histórico jogo de Eusébio gerou alguma polémica na blogosfera e nas redes sociais. Ocorrem-me o blog de Domingos Amaral e o facebook da Otília Gradim por um lado e Vitor Cunha e João Miranda no Blasfémias e os nossos Bruno Alves e Maria João por outro.

A questão aqui levantada é a veracidade das memórias de Sócrates. Devo eu deixar passar incólume o incidente por não poder confirmá-lo a 100%, ou arriscar a reputação dos media alternativos, confirmando os “perigos da internet”, nas palavras do Domingos?

O meu artigo está no link e não foi alterado. Está publico e foi visto mais de 10.000 vezes desde que foi publicado. Nele, assinalei a categoria “humor” e em nenhum momento afirmei estar 100% certo do seu conteúdo.  Não sou jornalista de investigação e o meu trabalho é outro. Apenas levantei uma hipótese que era não só engraçada – e eu escrevo primariamente porque gosto de o fazer – mas também verosímil. E 2.800 pessoas acharam interessante o suficiente para partilhar no Facebook. Coincidência?

Conhecendo a personagem… ao sábado… à tarde… em Julho… em dia de jogo de mundial com o Eusébio… no tempo do Fátima, Futebol e Fado…

Claro que seria sempre possível que o professor de 66 detestasse futebol e marcasse actividades precisamente para aquele sábado. Ou que a Mocidade Portuguesa tivesse marcado uma actividade e que Sócrates antes de chegar ao PS tivesse começado a sua vida ideológica não na JSD (da qual foi um dos fundadores – podem comprovar aqui) mas numa presença assídua e empenhada na Mocidade Portuguesa! Ou até que, como afirma a Inês Meneses, andasse no liceu aos 8. Tudo hipóteses que não neguei à primeira.

Mas João Figueira, ex-jornalista e colega de Sócrates na escola, afirmou ao CM (citado na Caras!) (confirmado via Facebook) que se lembra bem do jogo (afinal, quantos houve assim?) e que nesse dia estava de férias, como seria de esperar. Sócrates, contacto pelo CM, desligou no telemóvel e não respondeu às mensagens (CM, edição papel). Pois. “Se non è vero, è ben trovato”, mas afinal diz quem sabe que era mesmo “vero”.

E qual a relevância deste episódio? É uma questão de personalidade. É que este homem nem sobre memórias de infância é fiável! Filósofo? Presidenciável? Nem jardineiro!

Socrates - o animal feroz

Esses doces Sábados de Julho, a caminho da Escola (Sócrates sobre Eusébio)

Via Facebook:a caminho da escola

Toda gente fala das declarações absurdas do Mário Soares e que são de facto uma verdadeira parvoíce mas, reparem neste episódio…
No comentário semanal de que foi protagonista, esta noite na RTP, José Sócrates foi convidado a descrever a memória mais marcante sobre Eusébio da Silva Ferreira, convite a que acedeu prontamente. O ex-Primeiro Ministro escolheu o célebre Portugal – Coreia do Norte (5-3) como o momento mais fascinante que Eusébio lhe proporcionou. Isto porque, a caminho da escola na sua Covilhã, e já com três golos de vantagem para os coreanos, foi ouvindo os gritos dos populares que, via rádio, iam dando conta dos espectaculares golos que a Pantera Negra debitava na baliza dos outros. E foram quatro. Portugal havia mesmo de recuperar a desvantagem, naquela que é uma das páginas mais brilhantes da história da Selecção Nacional. Tudo muito bonito!
Acontece que este glorioso episódio, no saudoso Mundial de Inglaterra, decorreu a 23 de Julho de 1966, às 15 horas.
Um sábado à tarde. 
Está, portanto, descoberta a maior vocação do Eng. Sócrates: estudar ao fim-de-semana. Ele que, muitos anos depois, terminou a sua licenciatura num domingo vulgar. Talvez pela força do hábito.

Podem ler também no Para mim tanto me faz. Fico à espera do vídeo.

Era “só” um futebolista

Sobre esta frase triste do senil do costume, aconselho a leitura do imploro da Maria João (acho que não vais ter sorte), mas também o post do Gremlin Literário, o artigo do Correio da Manhã, o spin do Expresso, o desabafo de José Cid e até o apelo do Aventar.

Para que sejam vocês os juízes, aqui fica o vídeo:

Como diria uma das minhas páginas de Facebook favoritas:
Bons e Maus