Centralismo e interesses privados – obrigado directores

Directores traçam “linha vermelha”: as câmaras não podem nunca ter responsabilidades na contratação de docentes e no currículo dos alunos, dizem.

Isto é o mesmo que dizer que os municípios nunca poderão influenciar nas escolas aquilo que verdadeiramente pode melhorar a vida dos munícipes. Tudo o que de facto faz diferença na escolha duma escola (qualidade do corpo docente e projecto educativo) continua a vir mandado de Lisboa.

Os directores, com a sua linha vermelha, fazem não só o jogo do centralismo, como continuam a garantir que o preço duma escola privada continua a compensar para quem pode: lá os cidadãos podem encontrar uma escola que oferece alternativas em termos de corpo docente e de projecto educativo. Alguém com aquela visão a preto e branco que tanto por aí se lê, diria que estes directores estão a mando dos interesses privados na educação. Seja como for, quem ganhe dinheiro com colégios agradece, isso é certo.

Inspecção de Educação convoca pais

Isto é algo surreal quando os tribunais têm dito sucessivamente que não há limites territoriais nas inscrições. E sobretudo porque não falta aí escola do estado em que as famílias inventam moradas para arranjar uma escola mais conveniente (usando os legítimos critérios que cada família encontra de acordo com o seu projecto educativo).
Eu se fosse fã destas técnicas pidescas poderia indicar casos concretos.

Um liberal a favor de uma greve

Para que fique bem claro, eu acho que todos deveríamos estar a fazer greve, mas por outros motivos. Por uma escola descentralizada, experimentalista e autónoma, com livre escolha dos pais e concorrência livre do privado, com independência pedagógica e com financiamento discricionário ao aluno e não à escola. Com liberdade para contratar e despedir. Isso sim, merecia uma greve. Isto não serve a ninguém. Palacetes e piscinas olímpicas que albergam a mediocridade que os parasita.