Decisões Políticas Erradas Que Custam Vidas

É absolutamente incompreensível que o grupo que tem maior risco de morte por Covid-19 não seja o grupo com maior número de vacinas administradas. Quando as decisões são tomadas de forma política em vez serem tomadas com base em ciência e factos, morrem pessoas desnecessariamente.

Como se pode observar na tabela de vacinação, o grupo etário mais vacinado é de longe o grupo entre os 25 e os 49 anos, sendo que o número de óbitos neste grupo é quase imperceptível no gráfico de óbitos acima. O grupo de risco maior é de longe o grupo com 80 ou mais anos.

Quando a decisão é política, a responsabilidade é política também.

Os gráficos e dados acima foram retiradas daqui (datado de 17 de Fevereiro de 20201) e daqui (datado de 16 de Fevereiro de 2021).

Adenda: para quem quiser justificar o número de vacinas na faixa 24-49 anos com a vacinação de médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde, agradeço que me façam chegar um estudo que demonstre que o risco de mortalidade por Covid-19 desses profissionais nessa faixa etária é maior do que o risco de mortalidade do grupo etário de 80+ anos.

Excesso de Mortalidade em Portugal

Os casos e mortes por COVID-19 têm tido uma atenção, relevância e importância tal, que as outras doenças e mortes por outras causas tem passado para segundo plano.

O excesso de mortalidade em Portugal em 2020 não relacionado com o COVID-19, não deixa pois de chocar e de revoltar. Faltará ainda contabilizar o efeito de todos os rastreios que foram adiados ou que simplesmente ficaram por fazer, algo cujo efeito só será possível observar a médio-longo prazo.

Entre 2 de Março [de 2020] quando os primeiros casos de COVID-19 foram diagnosticados em Portugal e 18 de Outubro, foram registadas 72519 mortes no território nacional, um aumento de 7936 mortes em relação à média dos últimos 5 anos. Destas mortes, 27,5% (2198) foram causadas por COVID-19.

A fonte deste post é este relatório do INE.

Leitura complementar:  Culpa do excesso de mortalidade não é do calor. Explicação “plausível” é menos cuidados de saúde

Sic transit…

Entretanto passou despercebido este momento do governo. Os ATLs e as famílias, na Sexta-Feira, estavam preparados para poder arrancar na Segunda-Feira a operação normal. Já depois do fecho de expediente, o governo anuncia que não, só dia 15. E nesse dia 15, só os ATLs fora dos estabelecimentos escolares, uma distinção nunca antes feita na comunicação do governo e sem qualquer sentido, os restantes (nos estabelecimentos escolares) esperam até ao final do ano lectivo.

A decisão, avançou o primeiro-ministro, decorre de uma necessidade de preparar a organização dos espaços onde se desenvolvem estas actividades.” – esta declaração do primeiro-ministro é um disparate. Haveria certamente espaços que precisariam de mais tempo e espaços que já se tinham organizado. Como já se tinham organizado as famílias para ter um pouco mais de normalidade e os seus filhos nos ATL – ou não, numa escolha livre.

O que aconteceu foi muito simples, e é por isso que houve o adiamento e por isso que houve a separação entre ATLs em escolas e ATLs fora das escolas: a FENPROF não quer que as escolas abram e ameaçou o governo de uma barragem na comunicação social sobre uma suposta impreparação das escolas para abrir, culpando o governo sobre vidas supostamente colocadas em risco. E quem paga a factura desta loucura? Os pais, as famílias e o país que continua bloqueado enquanto tivermos o AVANTE para abrir mas as escolas fechadas. E foi isto, assim na Sexta-Feira e pela calada. E pouco mais de cinco linhas na imprensa.

O estranho caso do Alto Minho

Alto Minho 27:Mar:2020.png

No site da DGS para o COVID-19 hoje (28/Mar) podem ver este mapa.
Se clicarem nas bolas dos concelhos, os números são:
Viana, 19, Arcos, 8, Caminha, 3 e Ponte de Lima, 5.

No dia 23/Março o JN tinha os números também desagregados por concelho, e os números eram os seguintes: Viana, 11, Arcos de Valdevez, 7, Paredes de Coura, 2, Caminha, 2, Ponte de Lima, 2, Monção, 2 e Melgaço, 1.

Dia 25/Março, a freguesia de Parada do Monte (Melgaço) foi colocada sob uma cerca sanitária devido aos descontrolo da situação na freguesia.

Face a estes dados, ficam algumas perguntas:
1. Que credibilidade têm os números diariamente divulgados pela DGS?
2. Qual a causa destes erros: incompetência ou mentira?
3. E, independentemente da resposta à 2, o mais importante: Porquê?

No fim desta crise, haverá muita política a fazer. Até lá, por favor: Honestidade!

 

 

 

 

Virus provoca desejo de 1984

Economistas pedem gabinete para monitorizar produção e distribuição e garantir acesso a bens essenciais

Os subscritores começam por chamar a atenção para as prováveis consequências das medidas actualmente em vigor em diversas economias: o desemprego mundial poderá sofrer um aumento de dezenas de milhões e em vários países a quebra percentual do produto andará na casa dos dois dígitos.

A falta de dinheiro e de actividade económica terá um efeito secundário: a falta de acesso a bens “essenciais”, que o grupo de subscritores não define.

A solução é simples: “Para garantir o acesso aos bens essenciais durante a crise pandémica e manter a economia a funcionar, propomos a criação de um gabinete para monitorizar a crise composto por quadros quer do sector privado quer público, bem como de representantes do governo.” – Ou seja, por eles próprios.

O objetivo do gabinete é o de recolher e usar dados (big data) em tempo real para prever e, idealmente, evitar cortes no fornecimento de bens essenciais. – Ou seja, criar uma economia planificada.

Perante choques da magnitude da pandemia do covid-19, regimes democráticos com economias descentralizadas têm de conseguir salvaguardar quer o bem-estar material quer a própria democracia. Um Gabinete de Monitorização poderá transmitir confiança e uma sensação de controlo à população durante a crise, evitando pânicos e agitação social. O grande desafio que enfrentamos exige também monitorização a nível europeu em coordenação com os governos nacionais. – “Never let a good crisis go to waste”

Infelizmente, na atual crise, os mecanismos de mercado, ou os ‘sentimentos morais’ dos empreendedores, poderão não ser suficientes por si só. Primeiro, corremos o risco de não nos podermos dar ao luxo de esperar que o mercado ajuste a oferta de bens às necessidades críticas da sociedade. Segundo, o livre funcionamento do mercado pode obrigar a desobedecer às instruções de recolhimento em casa, contribuindo para a disseminação do vírus. Terceiro, dada a excepcionalidade das atuais circunstâncias, os preços podem ser um mecanismo de coordenação ineficaz. – Professores de Economia que não acreditam no mecanismo de coordenação dos preços. Triste.

Por exemplo, devido a uma carência de bens intermédios ou falta de trabalhadores, as empresas podem não conseguir aumentar a produção como resposta a um aumento brusco nos preços. Numa situação destas, os preços deixam de ser um mecanismo de coordenação para passarem a ser um mecanismo de racionamento que garante que apenas os mais ricos têm acesso aos bens essenciais. Os preços de equilíbrio podem ser tão elevados que gerem revoltas em partes da sociedade podendo pôr em causa a coesão social. Num caso extremo, até a democracia poderia estar em risco. – Há que matá-la então intencionalmente então.
Este ponto merece umas linhas. Preços como mecanismos de racionamento continuam a ser úteis como sinalização de oferta e de procura, informando uns empresários para produzirem mais, outros empresários para alterarem a sua produção, e os consumidores para racionarem o consumo. Os bens essenciais continuam a ter preços que dão acesso ao seu consumo aos mesmos que tinham acesso antes. E se assim não fosse, a solução poderia ser comparticipar preços, nunca a criação de uma nova estrutura burocrática.

Nestas circunstâncias excepcionais, poderá ser possível conseguir um resultado melhor monitorizando e coordenando as decisões de vários agentes. – 1) E se os agentes económicos não quiserem ser coordenados? Com que força se vai impôr a coordenação a estes? 2) Há tanta falta de bens “essenciais”… porque não manter esta estrutura após o fim das circunstâncias actuais? Certamente que após a criação desta estrutura a desigualdade no acesso não vai desaparecer, e é necessário um “garante que apenas os mais ricos têm acesso aos bens essenciais“! E certamente que não faltarão candidatos a gerir (e a crescer) tal estrutura! Quem for contra a manutenção, é contra os pobres!

Podem ler o artigo completo no link acima. Eu não tenho estômago para mais.

Conclusão:
Mal surge uma crise, vamos logo correr a controlar preços e a coordenar tudo num comité central. Perdão, num “gabinete de monitorização e controlo”.
A cada um de acordo com as suas necessidades, de cada um conforme as suas capacidades!
O PCP devia ter pedido ao PCC um vírus em 1975 e teria sido bem sucedido!

“Apoio” às Empresas

Caros membros do governo,

Tenho assistido a um número record de conferências de imprensa, anúncios, entrevistas e comunicados, sempre na esperança de saber como irão apoiar a mim e a outros empresários. Até agora, não ouvi uma única medida real de apoio às empresas.

Analisemos pois as medidas até agora apresentadas:

  1. IRC – O pagamento especial por conta, que em circunstâncias normais teria de ser efetuado durante este mês de março, pode ser efetuado até 30 de junho de 2020.
  2. IRC – Entrega da declaração de rendimentos do IRC (Modelo 22) relativa ao exercício de 2019 pode ser feita até 31 de julho, 2 meses depois do habitual.
  3. Trabalhadores independentes – Fraccionamento de IVA, IRC e IRS.
    (ou seja, continuam a ter de pagar tudo até o último cêntimo).
  4. Segurança Social – Pagamentos devidos entre março e maio de 2020 pode ser reduzido a 1/3 ( mas deverá depois ser pago mais tarde).
  5. Segurança Social (TSU) – o ministério respectivo decidiu suspender a data de pagamento da TSU no dia em que terminava o prazo (20 de março)
  6. Execuções Fiscais – suspensão, por três meses, dos processos de execução fiscal e contributiva… que depois continuarão.
  7. Salários, rendas, energia, água, telecomunicações e outros encargos fixos, podem pedir dinheiro emprestado aos bancos, mas terão de o devolver (e com juros).

Nestes meses, zero entradas, zero impostos.
Nos próximos, entradas baixas, impostos altíssimos.

Ou visto de outra forma, o Estado não abdica de 1 cêntimo.
Com base no cenário de que no 2º trimestre hão-de vir os clientes que faltaram no 1º trimestre.

A União Europeia vai apoiar o Estado com 1.800 milhões de Euros. Que o Estado Português deverá devolver num prazo negociável e nunca inferior a 5 anos (60 meses).
E destes 405 milhões (22%) nem terá de devolver. São dados.
O Estado Português vai apoiar as empresas com uma fração desse valor, a devolver em 3 meses.

Querem evitar o crescimento do desemprego? Sabem o que ajudava mesmo?
1 mês de contribuições para a Segurança Social oferecida por Bruxelas.

Algumas informações sobre o Corona Virus

Clicando aumenta as imagens para ver melhor os dados.

Só uma nota: o que as imagens não falam é nas possíveis sequelas.
Chamo a atenção que mesmo sobrevivendo, se a situação chegar ao ponto de pneumonia, pode deixar sequelas. Assim como uma tuberculose pode ser vista no departamento de imagiologia uma década depois da cura da doença, o Corona pode também deixar marcas e danos permanentes nos pulmões de uma pessoa curada, muito tempo depois de a pessoa haver sido curada.

Considerem por favor isso antes de adoptar comportamentos de risco.