A Herança Dos Crimes Cometidos Pelos Regimes Comunistas Na Europa

Muito recomendável, a leitura da carta do ministro da justiça da Estónia, Urmas Reinsalu, em resposta à carta de recusa do seu homólogo grego, Stavros Kontonis, em participar na conferência “The Heritage of 21st Century Europe of The Crimes Committed by Communist Regimes” que teve lugar no dia 23 de Agosto, o Black Ribbon day deste ano.

A carta pode ser lida na sua totalidade clicando na imagem colocada no final deste post, mas ficam aqui alguns destaques meus.

Our values are human rights, democracy and the rule of low, to which I see no alternative. This is why I am opposed to any ideology or any political movement that negates these values or which treads upon them once it has assumed power. In this regard there is no difference between Nazism, Fascism or Communism.

Condemnation of crimes against humanity must be particularly important for us as ministers of justice whose task it is to uphold law and justice. This is our duty, irrespective of the reasons these crimes were committed and regardless of who the victims of these crimes were. Every person, irrespective of his or her skin colour, national or ethnic origin, occupation or socio-economic status, has the right to live in dignity within the framework of a democratic state based on the rule of law. All dictatorships – be they Nazi, Fascist or Communist – have robbed millions of their own citizens but also citizens of conquered states and subjugated peoples.

Unlike Greece, Estonia has the experience of living under two occupations, under two totalitarian dictatorships. Estonia was occupied by the Soviet Union in 1940, then by Nazi Germany in 1941, and again when the Soviet Union occupation continued in 1944 through August 1991.  In light of the experience of my country and people, I strongly dispute your claim that Communism also had positive aspects. While is true that the Soviet Union played an important role in defeating Nazi Germany, the Red Army did not liberate Eastern Europe so that the states and peoples that been occupied by the Nazis could determine their own destinies. This did not happen in Berlin, and this did not happen in Tallinn. The Greek Civil War ended in 1949. In that same year, the Communist regime deported nearly 2 percent of the population of Estonia only because they as individual farmers refused to go along with the Communist agricultural experiment and join a collective farm. This was in addition to the tens of thousands who had already been imprisoned in the Gulag prison camps or deported and exiled earlier. Thousands more would follow, taken into prison up to mid-1950.

While Stalin death allowed most of the survivors to return to their homeland, this did not mean that Communism had become humane. I am forty years old, and thus I completed basic education under the Soviet occupation. I know what I am talking about. It may come as a surprise to you that at that time, private property – one of the self-evident foundations of the European economy – was forbidden in the Soviet Union. And free enterprise was a crime.

I know what I talk about when I say it is not possible to build freedom, democracy and the rule of law on the foundation of Communist ideology. We all know this has been attempted on all continents, with the exception of Australia. This has always culminated in economic disaster and the gradual destruction of the rule of law. But there are also countries and peoples for whom the price of a lesson in Communism has been millions of human lives. This cannot be allowed to happen again.

In freedom and democracy, everyone has the right to their religious and ideological beliefs, but we must condemn all attempts or actions that incite others to destroy peoples or societal groups or to overthrow a legitimate regime by force. With regards to innocent victims however, there is no need to differentiate. It makes no difference to a victim if he is murdered in the name of a better future for the Aryan race or because he belongs to a social class that has no place in a Communist society. We must remember all of the victims of all totalitarian and authoritarian dictatorships.

Dia Europeu da Memória das Vítimas do Estalinismo e do Nazismo

Assinala-se hoje, dia 23 de Agosto, o Dia Europeu da Memória das Vítimas do Estalinismo e do Nazismo (também conhecido com “Black Ribbon Day” em alguns países) em que se recordam os milhões de vítimas de regimes totalitários, especialmente os regimes nazistas e comunistas.

Como é que o comunismo ainda é popular nos dias de hoje?

Depois de:

  • todas as teorias e previsões de Marx terem sido refutadas e demonstradas como sendo erradas
  • todo o historial de fome, miséria e pobreza generalizada em todos os países que tentaram implementar o comunismo
  • toda a violência, da supressão de todas as liberdades básicas e dos muitos milhões de mortos causados directamente pelos regimes comunistas – regimes esses que tinham que construir muros para impedir que as pessoas fugissem deles (e mesmo assim, com pessoas a arriscar a vida para lhes escapar)

…algo que não consigo compreender é como é possível que o comunismo ainda seja popular nos dias de hoje e que em Portugal os partidos que defendem esta ideologia tenham consistentemente entre 15 a 20% dos votos?

Salazar e Le Pen: a luta continua

Daqui se conclui com relativa evidência: tivesse Salazar tido a “lucidez” de chamar União Nacional Trabalhista ao seu partido único e de chamar às colónias “territórios de resistência ao imperalismo” teria podido contar com Cunhal como seu fiel ministro – tudo o resto seria o Estado Novo como o conhecemos: prisão de opositores (banal desde Lenine), censura prévia na imprensa (nada mais comum no Pacto de Varsóvia) e colonialismo (URSS, alguém?).

 

Isto e mais no Expresso online.

O financiamento do Jerónimo

PCP esclarece: Jerónimo pediu subvenção mas não fica com ela

Gostava também de esclarecer: se algum dia tivesse direito a receber uma subvenção deste tipo (ou por absurdo se algum dia recebesse uma reforma da Segurança Social por contrapartida ao dinheiro que lá deixei para pagar as reformas inflacionadas pelos esquemas acordados com sindicatos ao longo dos anos) também não ficava com ela. 

Seria tudo para gastar em comida, livros, viagens, vinho e outros passatempos que não partilho aqui mas que, apesar de tudo, seriam mais respeitáveis do que financiar um partido que defende uma ideologia e os governos que têm a duvidosa distinção de terem organizado a morte a mais gente que o estado do senhor Hitler. 

In memoriam

Faz hoje 55 anos que na fronteira inter-alemã se começou a construir o Muro de Berlim. O muro, que cinicamente o regime comunista de Lesta chamava de “barreira anti-fascista”, não era especial por ser uma barreira fronteiriça.

O que destacou o Muro de Berlim de tantas outras fronteiras era que o arame farpado estava do lado de dentro e as metralhadoras apontadas à própria população. Nos quase 30 anos de existência nunca uma alma louca tentou entrar na República “Democrática” da Alemanha. Mas morreram entre 200 e 800 pessoas em toda a fronteira, ao tentar escapar o “Paraíso dos Trabalhadores” na não menos cínica designação do criminoso, perdoem a redundância, regime comunista.

Que seja recordados. 

António Costa contra governo de convergência de esquerda

No seguimento das novidades de hoje, o  António Pedro Barreiro descobriu um tesourinho em que António Costa, militante do PS, rebate dos argumentos do agora António Costa, líder do PS:

“Os portugueses conquistaram um direito a que não podem nem devem renunciar: o direito a que os governos não sejam formados pelos jogos partidários, mas que resultem da vontade expressa, maioritária, clara e inequívoca de todos os portugueses.”

Revisitar a história

thatcher-mandela-afpgtA história, os historiadores, ou talvez alguns contadores de histórias, tentaram sempre colar a oposição de Margaret Thatcher ao African National Congress (ANC), a uma posição de simpatia para com o apartheid. A mensagem sempre foi bem manipulada — Margaret Thatcher, que nunca apelidou Nelson Mandela de terrorista, mas chamou sim de organização terrorista à aliança tripartida com comunistas do qual o ANC fazia parte, ficou eternamente associada a essa imagem, rapidamente deturpada para um apoio implícito à segregação racial da África do Sul.

A prática é recorrente e não está confinada a este caso, como bem ilustra a nossa própria história contemporânea, e o enorme salto ilógico que os comunistas portugueses davam ao acusar de reaccionários e fascistas os que estavam contra a implantação de um regime comunista após o 25 de Abril, como se estar contra o comunismo implicasse estar a favor do regime salazarista. Resultou, pelo menos até agora. O livro de Rob Rewick, “The End of Apartheid: Diary of a Revolution”, diplomata britânico que acompanhou todo o processo em primeira mão, vem esclarecer a história, negando liminarmente que alguma vez Thatcher tivesse apoiado o apartheid. Isto era manifestamente óbvio pelas suas declarações públicas, mas fica também agora esclarecida a sua posição em privado.

Recordemos que, aquando da sua libertação, Nelson Mandela declarou profusamente que Margaret Thatcher era “uma inimiga do apartheid”. Segundo Rewick, Margaret Thatcher foi a líder política ocidental que mais pressionou — e os documentos agora desclassificados confirmam-no — pela libertação de Nelson Mandela.

A verdade fica assim reposta.

Leitura complementar: “Much to be thankful for”.