Rescaldo das Eleições Autárquicas

PSD perde. Não por penalização esmagadora da sua política a nível nacional, mas por uma gestão descuidada de processos como Porto, Gaia, Sintra, entre outras. Mais: onde perdeu 7 (sete!) câmaras foi na despesista Madeira – o que penaliza a política despesista de Jardim e reforça a política de austeridade de Passos Coelho.

PP triplica o seu número de câmaras. Ponte de Lima mantém-se (passa de 6-1 para 5-1-1, com o último vereador para o “independente”, que há 4 anos concorreu pelo PSD), conquista Vela (3-1-1, nos Açores) e Santana (3-2, na Madeira). Além disso, ganhou ainda Vale de Cambra e Albergaria-a-Velha e lançou Abel Baptista para Monção passa de PS 6 – PSD 1 para PS 3 – PSD 3 – PP 1, tornando-se o fiel da balança no concelho.

PS de Seguro perde 4 sedes distritais: Beja (CDU), Évora (CDU), Guarda (PSD) e Braga (PSD). Além disso vê Costa ganhar Lisboa com um resultado histórico – uma catástrofe para Seguro. Aproveita alguns deslizes (como Coimbra e VN Gaia), mas não consegue sequer ganhar o Porto, onde já foi poder e depois de ter 6, 5 e 5 vereadores, fica com 3.

CDU conquista Beja e Évora. Desta vez, CDU é mesmo uma das vencedoras da noite. Eu sei que o discurso de Jerónimo é indistinguível de umas eleições para as outras, mas desta vez…
BE teve uma noite catastrófica. Depois do desastre nas legislativas, perde a única câmara que tinha. Nem a coligações foi chamado. Muito mau mesmo.

Dia do Consumidor ou Dia do Trabalhador

Existem 2 visões opostas sobre o 1º de Maio:

1. A visão de uma esquerda de mentalidade retrógrada, presa ao passado, com propostas inadaptadas ao actual mercado de trabalho e que grita os mesmos slogans do século XIX, usando o povo simplesmente como legitimador do seu poder. Grita pelo “trabalhador” que pretende mais direitos e menos deveres que, se fosse brioso, teria conseguido essas mesmas benesses por si. Enquanto vive à grande.

2. O povo que, pressionado por um Estado esmagador, sem o apoio de uma Economia que também soçobrou perante o peso crescente do Estado na mesma, e sem poupanças pois vem de uma fase em que acreditava ser rico e não precisar de poupanças, tem dificuldade em pagar as contas e agradece promoções, descontos e outras oportunidades de aumentar o seu escasso poder de compra.

Como será o 1º de Maio de 2013? Nas ruas ou nas lojas? Do trabalhador ou do consumidor? Você decide!

Obrigado ao leitor Nuno Granja pela imagem. Leituras complementares: O último independente, Micro-sondagemGrotesco,
Hoje, como ontem, Portugal continua a ser o paraíso dos inimigos da liberdadeQuando é que a Esquerda passou a Odiar o Povo?.

PS: Obviamente que eu não concordo que isto seja levado a votos, preferindo a solução presente neste post do Miguel Noronha:

Espero, sinceramente, que no próximo 1º de Maio os sindicatos e os partidos se possam manifestar livre e pacificamente. Da mesma forma, espero que quem assim o desejar possa ir trabalhar, fazer compras ou exercer a sua liberdade para fazer o que lhe apetecer sem ser ameaçado ou impedido pelo governo ou pela CGTP.