Recolha retirada do Facebook de João Rodrigues.
Para que saibam a gentalha que vai a votos na lista rosa, para complementar este artigo sobre a condenada do Montijo.
Etiqueta: Carlos Zorrinho
LIP Service
Esta história começa como tantas outras de forma perfeitamente razoável: Zorrinho deixou de ser líder parlamentar do PS.
Ao sair, Zorrinho deve ter apanhado algures o aforismo “Pessoas brilhantes falam sobre ideias. Pessoas medíocres falam sobre coisas. Pessoas pequenas falam sobre outras pessoas.” e vai daí foi coordenar o novo Laboratório de Ideias e Propostas.
Oh meus amigos, como é que uma pessoa cujo contributo principal para o debate de ideias foi uma versão provinciana do Animal Spirits – “Os portugueses, em vez de orgulhosos, estão tolhidos de medo de serem quem são, por uma governação pobre e empobrecera.”, aqui, via João Miguel Tavares – vai contribuir para a resolução dos problemas do país?
Ou muito me engano, ou o que vai sair do LIPP é lip service* às expressões do costume: plano para o crescimento, clusters de inovação, necessidade de estímulo, há vida para além do défice, a economia não aguenta mais, … Afinal, esta é uma daquelas histórias de horror, em que já vimos que a teenager vai ser morta se seguir sozinha e a gritar em direção à piscina, só que não podemos fazer nada para o evitar.
* lip service – Verbal expression of agreement or allegiance, unsupported by real conviction or action; hypocritical respect
Em plena “silly season” (3)
Excerto de “Os Dias Contados” de Alberto Gonçalves (Diário de Notícias)
Recentemente, o jornal i perguntou a Vasco Graça Moura qual seria a sua primeira medida caso fosse ministro ou secretário de Estado da Cultura. Graça Moura respondeu: “provavelmente seria pedir a demissão”, no sentido de que não quereria ocupar nenhum dos cargos. Carlos Zorrinho, astuto líder parlamentar do PS, ofereceu à humanidade a sua inter-pretação da frase: dado que o secretário da Cultura depende do primeiro-ministro, Graça Moura pediu a demissão do primeiro- -ministro durante uma entrevista em que se fartou de o elogiar.
Há dias, o referido Pedro Passos Coelho gritou: “Que se lixem as eleições, o que interessa é o bem de Portugal”, no sentido, talvez fingido, de que se deve governar no interesse de todos ao invés de o fazer em benefício das próprias clientelas. Num ápice, o dr. Zorrinho explicou que quem se está a lixar para as eleições está a lixar-se para os eleitores.
Assim é difícil. Uma coisa é a sofisticação do nosso debate político andar pelas ruas da amargura. Outra é o deputado Zorrinho conduzir o debate pelos becos da radical incompreensão. Não tarda, sempre que um membro do governo ou alguém conotado com o PSD disser “Bom dia!”, logo saltará o dr. Zorrinho a explicar que o sujeito em causa afirmou claramente o nojo ao povo português e o desejo de que este padeça vítima de calamidades diversas. Para cúmulo, não adiantará ao sujeito tentar esclarecer o equívoco, já que o dr. Zorrinho usará o esclarecimento a fim de acusar o infeliz de maldades ainda piores. Consta que o dr. Zorrinho ensina Gestão da Comunicação. Ensina, não aprende.
Em plena “silly season” (2)
“Num jantar com deputados do PSD, com alguns ministros e com a presidente da Assembleia da República, Pedro Passos Coelho disse que não queria saber para nada de eleições (que se “lixem” foi a expressão). Houve logo algumas pessoas biblicamente estúpidas para interpretar a frase de uma maneira que nem a ocasião nem o contexto permitiam. Uns concluíram que o primeiro-ministro se estava a “lixar” para a democracia. Outros – o que não passa de uma variante – que a opinião dos portugueses não lhe interessava. Quase ninguém percebeu (ou muita gente resolveu fingir que não percebia) o que Passos Coelho claramente comunicou às suas tropas. A saber: que o Governo não mexeria um dedo para ajudar o partido na série de eleições que se aproximam (Açores, câmaras, Parlamento Europeu)”
Vasco Pulido Valente no Público. Leiam aqui a versão integral.
Confiram as delirantes interpretações de Daniel Oliveira, Carlos Zorrinho e Arménio Carlos.