Sinceramente, não sei que mais o PS poderá fazer para descer nas intenções de voto nas sondagens. É bem verdade que cada país tem os governantes que merece.
Fontes: Fonte, Fonte, Fonte, Fonte, Fonte, Fonte, Fonte, Fonte
A lei da oferta e procura é uma lei.
Pouco importa que não exista na história um único exemplo em que um governo tenha controlado os preços com sucesso; isto não impede que sob um manto de “boas intenções” os governos continuem a tentar.
Desta vez, o governo de António Costa, fazendo o frete ao Fernando Medina – e sendo um bom exemplo da ignorância, acefalia e incompetência que nos pastoreia – publicou um decreto-lei,que regulamenta que as comissões das plataformas de delivery ficam limitadas em 20%, e que estas ficam impedidas de aumentar os valores ou taxas de entregas (fonte).
Destaco o seguinte ponto que é importante: não foram os clientes que se queixaram das comissões; não foram os restaurantes que se queixaram das comissões; não foram os estafetas que se queixaram das comissões – foram o António Costa e o Fernando Medina, políticos de carreira que nunca trabalharam ou tiveram que gerir uma empresa a sério na vida, e que fechados no seu escritório e do alto da suas poltronas “acharam” e decidiram que as comissões eram demasiado altas.
E quais serão as consequências deste decreto lei? Perdem todos: os restaurantes, os estafetas, os clientes e as plataformas de entrega. Perde inclusivé o governo devido à redução da actividade económica.
Reproduzo aqui a excelente thread do Tiago no twitter. Para ser ser mais fácil a leitura, coloco a thread por completo como texto nest post.
Leitura Complementar: Uber Eats diz que limite nas comissões vai prejudicar todos os que usam a aplicação
Em Portugal parece que os partidos de esquerda são grandes defensores do investimento público e do seu tal grande efeito multiplicador.
Pois bem, Portugal tem actualmente a taxa de investimento público mais baixa de todos os países da OCDE. Portanto, mais uma página de austeridade virada.
Leitura complementar: Investimento público de Costa só deverá igualar o de Passos em 2020
O António Costa tem daqueles livros em que todas as páginas são iguais. Vira-se uma página da austeridade, e lá está outra igual.
A imagem acima foi retirada daqui.
As políticas socialistas têm-se revelado um grande sucesso, com Portugal a ficar cada vez mais na cauda da Europa (ler aqui e aqui). A OCDE publicou hoje as suas projecções de crescimento económico para os anos de 2020, 2021 e 2022, e sem surpresa, no conjunto dos 46 países analisados, Portugal é o país com o pior crescimento económico previsto para o conjunto dos três anos. É obra – muitos parabéns à geringonça e em particular ao António Costa.
De acordo com estas previsões, em 2022, o PIB de Portugal será 5,1% inferior ao PIB registado em 2019.
Insanidade é aplicar as mesmas políticas e esperar resultados diferentes. Não obstante, os portugueses parecem sofrer do Síndrome de Estocolomo – cada povo tem os governantes que merece.
Apesar de António Costa repetidamente afirmar que a austeridade não será a resposta à pandemia, os portugueses simultaneamente (i) não acreditam e (ii) pretendem reelegê-lo primeiro-ministro.
“Podem estar seguros que não adotarei a austeridade de 2011” – António Costa, 11 de Abril de 2020
Estou convencido de que estas palavras de António Costa irão envelhecer muito mal. Recordemos que orçamento para 2020, promulgado pelo presidente da república no passado dia 23 de Março previa um crescimento do PIB em 1,9% e um superavit de 0,2%. Esta crise estima-se que provoque uma contracção de pelo menos do 5% no PIB (fonte) e isto num país com uma dívida pública de 120% do PIB, o que apesar dos mecanismos de financiamento europeus recentemente aprovados, limita consideravelmente a capacidade de emissão de dívida.
Pode ser uma verdade de La Palisse, mas para se distribuir a riqueza produzida – aquilo que os socialistas tanto gostam de fazer – primeiro é preciso que a riqueza seja produzida. Colocado de outra forma: não se pode distribuir o que não se produz.
A austeridade de Costa poderá vir a ser chamada de muitas coisas: costauridade, viragem da página da austeridade, página de prosperidade, austeridade com confettis e serpentinas, austeridade das vacas voadoras… …mas qualquer que seja o nome, não deixará de ser austeridade.
Analisemos em mais profundidade as declarações do primeiro-ministro. A que austeridade se estaria António Costa a referir? À austeridade que José Sócrates implementou através dos seus sucessivos Programas de Estabilidade e Crescimento (PECs)? Não esquecer que António Costa integrou o governo de José Sócrates e era o seu número 2 até 2007. E porque recordar é viver, recordemos pois as medidas austeritárias que o governo do Partido Socialista, encabeçado por José Sócrates, propunha em 2010 para o orçamento de 2011 (fonte):
MEDIDAS DO LADO DA DESPESA
MEDIDAS DO LADO DA RECEITA
P.S.: Aproveito para desejar uma excelente Páscoa a todos os leitores.
Menos de 24 horas separam as duas afirmações de António Costa. A primeira foi feita ontem em entrevista à TVI e a segunda foi efectuada hoje no parlamento.
António Costa de 23 de Março (fonte):
António Costa de 24 de Março (fonte):
Felizmente, temos tido um presidente da república à altura que nos garantiu que “nesta guerra ninguém mente nem vai mentir“. Ficamos pois assim mais sossegados.