“Build it, they will come” de João Miranda (Blasfémias)
Um empresário que se propunha gastar 1000 milhões de euros pára tudo antes de investir 3% desse valor alegando que não está interessado em em arriscar o seu próprio dinheiro e que quem deve arriscar deve ser a banca. Felizmente, a banca está ela própria confrontada com as suas próprias limitações pelo que este tipo de loucuras deixaram de ser possíveis. Note-se que o empresário abandona o projecto a partir do momento em que a CGD lhe exige garantias pessoais, não se dando sequer ao trabalho de procurar outros financiadores, provavelmente por ter consciência que só um banco politizado é que lhe ofereceria um empréstimo nas condições que ele quer.(…)
O que nos leva à questão fundamental: os PINs são projectos políticos que servem interesses partidários e figuras bem relacionadas. Desviam crédito e fundos do QREN de empresas funcionais e com provas dadas para projectos que não conseguem desenvolver-se por si próprios. Não é por acaso que muitos destes projectos têm uma componente megalómana. A megalomania não seria possível fora dos negócios politizados e até serve como um elemento de marketing junto da classe política e jornalística.