Pato Donald Costa

http://www.nytimes.com/politics/first-draft/2016/02/03/donald-trump-tells-crowd-in-arkansas-i-think-i-came-in-first-in-iowa/

Usando uma tradição muito querida entre alguns políticos portugueses e descoberta nas eleições de 2015, o candidato Republicano à nomeação para as eleições presidenciais nos EUA, decidiu declarar que era vencedor de umas eleições primárias no Iowa em que tinha ficado em segundo e atrás do candidato Ted Cruz por mais de 3 p.p.

Tenho dúvidas que Donald Trump se alie com alguém para conquistar a Presidência, para além da sua própria imagem no espelho, seja ou não engraçadinho. Por outro lado as semelhanças com o tom de pele e de cabelo do actual PM português são escassas. No entanto a capacidade de re-interpretar os resultados de um dia eleitoral a seu favor permitem acalentar que um dia os EUA terão um Presidente a mandar embora todos os mexicanos e muçulmanos para os seus países de origem.

Já o nosso PM terá que esperar que não haja mexicanos, nem muçulmanos a querer vir para Portugal para evitar a aritmética e a contabilidade difícil dos seus aliados com as integrações e os direitos sociais das minorias.

Mas ainda que sem mexicanos o nosso Costa não se vai livrar de uma segunda vaga de brasileiros empurrados pelos êxitos económicos da petista Dilma, em especial se eles tiverem conversado antes com os amigos que por cá andaram numa primeira vaga e saibam quão magnânimo é o contribuinte português .

Há patos para todos os gostos , seja entre o eleitorado brasileiro, português ou americano. No final exclamarão todos eles “quack, quack” tal como o Pato Donald, o que traduzido quer dizer : fui depenado !!!

Sem nada que fazer

kafka

O INE publicou hoje as estatísticas do comércio internacional de Abril. Ainda não vi o spin dos social-democratas do Governo mas já aí está o dos social-democratas da oposição. Para estes, o que foi publicado é assustador. As importações cresceram mais que as exportações muito em virtude do aumento das compras de automóveis de passageiros (os social-democratas da oposição chamam-lhes popós). Apesar de o cenário encomendado pelo PS prever superavit externo, dizem que é treta, que a realidade não se compadece com unicórnios. Presume-se que a partir de Outubro a realidade mude em instantes.

Esta permanente desvalorização da melhoria da cobertura das importações pelas exportações (que volta a melhorar em Abril) faz todo o sentido. Na cabeça dos social-democratas, quem exporta e importa é o Governo. As pessoas e empresas não têm nada que ver com o assunto. Sendo assim, estas publicações servem para uns se vangloriarem (ou desculparem) e outros menosprezarem ou regozijarem (quando corre “mal”). Uns e outros parecem julgar-se acima de trabalhadores e empresários que, esses sim, são os responsáveis pelo que vai correndo bem. Neste caso, a única coisa que os governos podem fazer é atrapalhar e aí podem ser responsáveis se a coisa dá para o torto.

Por definição, como fica demonstrado, social-democrata é um imbecil presumido sem nada que fazer.

malditos

scientific farming u washMaldita globalização. Malditas empresas ocidentais que aproveitam o trabalho barato na China para baixar os preços nos seus países. Malditos consumidores que aproveitam os salários baixos chineses sem pesos na consciência. Maldito consumismo.

Malditos todos: entre 1990 e 2014, a China diminui para metade a parte da população que passa fome; desde 1990, 155 milhões de almas chinesas escaparam à fome. Números dessa organização ultra-capitalista que é a FAO.

 

Adeus, Margaret Thatcher!

Foi-se a Margaret Thatcher. Foram pessoas como ela que construíram o mundo no qual vivemos hoje. Não consigo deixar de observar que, ano após ano, a Guerra Fria fica cada vez mais distante… e não consigo compreender por que há tantas regiões do mundo que vão na direção contrária e ainda aferram-se a ideologias que não têm mais razão de ser.

Obrigado, Margaret Thatcher.

O possível fim do sonho chileno…

Bem dizem por aqui que “alegria de pobre dura pouco”. O Chile enfrenta a forte possibilidade de que a Bachelet volte à presidência.

Se isso se concretizar, o que o Chile tem conquistado em termos de liberalização nos últimos anos poderá dar lugar a uma política mais voltada para o resto do “continente”.

Mas essa é apenas a velha história da América Latina…

 

Diz-me com quem andas…

O Sérgio Lavos manifestou uma imensa alegria eleitoral a propósito dos resultados que se verificaram em França e na Grécia (ai, as saudades dos festejos a que o definhamento do Bloco de Esquerda o condenou!). Diz ele, certamente no pico do arrebatamento, que “na Grécia a troika leva um belíssimo pontapé no cu! Hoje, todos os democratas podem dizer: eu sou ateniense!”

Fico sem saber, no entanto, se na equação que tem como resultado a sua imensa felicidade entram os quase 7% de votos que estes senhores conseguiram e os 21 deputados que elegeram. E digo-o porque muito do pensamento deste partido foi resumido nas palavras do seu líder: “a resistência contra a ‘troika’ continua, tanto dentro como fora do Parlamento”. Tendo em conta a semelhança na linguagem, pergunto-me se é destes “democratas” que o Sérgio Lavos fala  e se, também a eles, lhes dá o direito de dizer “eu sou ateninense!”, depois de os reconhecer como um legítimo lutador nessa batalha tão digna como a do pontapé no cu da troika.

É também por estas e por outras que o Ricardo tem muita razão

Nick Clegg

Nick Clegg to win the General Election? Has someone put something in the water supply? Por Boris Johnson.

What has happened to us all, when serious papers can start raving about “Prime Minister Clegg”? Has someone put something in the water supply? Has some sulphur yellow cloud descended imperceptibly from Iceland and addled our brains? These are Lib Dems we are talking about! They say anything to anyone. They are not so much two-faced as positively polycephalous. They go around every university campus promising to abolish “Labour’s unfair tuition fees” – while dear Cleggie tells his party conference that this policy, this cardinal Lib Dem policy, would cost £12 billion and that the country can’t afford it. In the north of England you will find plenty of Lib Dem literature extolling their “mansion tax”, a proposal on which they remain deafeningly silent in places like Richmond and Kingston, where it would mean a vast new tax on people who happen to live in overvalued houses.

Everybody treats Vince Cable as a semi-holy Mahatma Gandhi of British politics, because he is supposed in some way to have anticipated the financial crisis. Actually his most notable recommendation before the crisis was that Britain should join the euro – a move that would gravely have worsened our current position by leaving us in a Greek-style straitjacket.

What crouton of substance did Clegg offer last Thursday, in the opaque minestrone of waffle? He wants to get rid of Trident. Great! So Lib Dem foreign policy means voluntarily resigning from the UN Security Council, abandoning all pretensions to world influence, and sub-contracting our nuclear deterrent to France! They are a bunch of euro-loving road-hump fetishists who are attempting like some defective vacuum cleaner to suck and blow at the same time; and the worst of it is that if you do vote Lib Dem in the demented belief that there could ever be such a thing as a Lib Dem government, you won’t get Prime Minister Clegg. You’ll get Prime Minister Gordon Brown, for five more holepunch-hurling years, because the Lib Dems almost always vote with Labour, and in my years in Parliament I can’t remember a single moment when they opposed a Labour measure to expand state spending or state control.

Estes romanos são doidos!

Enquanto cá no burgo o pessoal se entretém em congressos de candidatos a candidatos, lá pela Gália os bravos gauleses continuam a resistir ao invasor.

Afinal, a grande ofensiva, sob o nome de código “voto de protesto” falhou. O grande partido, que representa (ainda que silenciosamente) mais de metade dos eleitores franceses, chama-se abstenção.

Esperava-se uma grande vitória do PS. Se calhar eu fui o único que não a vi, porque a imprensa continua a afirmá-la. Mas eu nunca fui grande espingarda nas contas. Desculpem-me, mas não consigo perceber. Já pedi aos senhores jornalistas para me explicarem isto devagarinho, mas não a consigo ver. É que, de 29% para 27% não vai assim uma distância tão grande. Mas, se calhar o problema é mesmo meu.

Ainda por cima a meio do mandato Sarkozy/Fillon e a meio de uma crise financeira que continua a ameaçar colocar a economia francesa em muito maus lençóis.

Vá-se lá perceber…