O LIVRE está a contratar. De acordo com o edital, que pode ser consultado aqui, o processo de seleção terá como critério fundamental a análise do CV e da experiência profissional e um dos requisitos é a capacidade de comunicação dos candidatos. Estão a concurso duas vagas: Assessor Político e Assistente Administrativo. O salário do Assessor Político é o dobro do previsto para o Assistente Administrativo e o contrato a celebrar em ambos os casos terá uma duração de dois anos. Com este enquadramento, temo que o LIVRE esteja, naturalmente de forma involuntária, a cair na falácia da meritocracia, a discriminar candidatos com dificuldade de comunicação e a promover a desigualdade salarial e a precariedade.
Autor: RUI ROCHA
Humano, demasiado humano
A súbita sanha que os Abrantes (Câncio, Vega9000, Galamba) têm revelado contra a Iniciativa Liberal nas últimas horas não é estratégica, mas é humana. Não é que vejam ainda na IL uma ameça imediata ao bafio que querem preservar, é que projectam nela a memória da guerra na blogosfera em que a defesa acéfala de Sócrates foi exposta e derrotada. Não vem do futuro, vem do passado.
Best of das teorias alucinadas que correm sobre Tancos:
– não é grave
– é grave, mas mais grave é o Rio falar sobre isso
– é uma maquinação de bandidos da direita
– é uma conspiração do Ministério Público
– e os submarinos, hã?
– é um tema da Justiça, não de campanha
A urgente descabronização
Depois da tragédia dos incêndios, impunha-se rigor e respeito. O governo preferiu o marketing. As notícias em Julho já eram claras: golas inúteis, adjudicadas por um técnico de protecção civil que era padeiro, pelo dobro do preço, a uma empresa turística do marido de uma autarca socialista que tinha sede num parque de campismo. Na fuga em frente, o ministro Cabrita tentou o enxovalho dos jornalistas em vez de apurar responsabilidades. O primeiro-ministro vê as notícias e não exige responsabilidades ao ministro. O Presidente da República vê as notícias e não exige responsabilidades ao primeiro-ministro. Comentadores apressam-se a afirmar que polémica não dura dois dias. Vocês desculpem, mas isto é tudo gente que não presta.
Sinais do fumo
A seta azul representa o trajecto percorrido pelo fumo dos incêndios da Amazónia em direcção à sede do Bloco. A seta vermelha o trajecto do fumo dos incêndios de Pedrógão em direcção à sede do Bloco. Não admira que o fumo da Amazónia já tenha chegado e o de Pedrógão ainda não.
O erro de Bonifácio
Em artigo publicado hoje, Maria de Fátima Bonifácio afirma a não descendência (?) de africanos e ciganos da Declaração dos Direitos do Homem. Isto é usado para recusar um sistema de quotas. Mas, se admitíssemos o argumento, este serviria facilmente para negar-lhes também esses mesmos direitos fundamentais. Porque não “descendem”, teríamos que aceitar, por exemplo, que não se lhes aplica o princípio de que todos os seres humanos nascem livres e iguais. Aceitar esta tese abre a porta a um inquietante relativismo moral que parece ser, aliás, aquilo que Bonifácio queria combater. A proposta de quotas deve ser discutida a partir do entendimento sobre os princípios da liberdade e da igualdade, mas nunca da “descendência” ou não de valores fundamentais e universais.
Oportunidades
Esta coisa dos falecidos pode ser toda uma nova fileira de negócio gerida com uma abordagem colaborativa. A Marta Temido limpa-os das listas, o Bloco manda-os ter com Salazar, o Chega fica-lhes com as assinaturas e a Associação dos Amigos dos Cemitérios saca mais umas massas.
Coisas que aprendemos durante a greve
1 – o sindicato só devia poder convocar greve uns 5 anos depois de formar-se
2 – se continuar a haver greves temos que limitar o direito à greve
3 – o governo não podia fazer nada
4 – é óptima ideia fixar serviços mínimos só para Porto e Lisboa
5 – excelente, o governo
Por favor, sejam sinceros
Pediram-me para desenvolver um estudo para fundamentar uma proposta de um novo logótipo para o PS, mais alinhado com a identidade do partido. O que é que vos parece?
Ministério do Ambiente, a nova coutada do macho ibérico
A então mulher de Matos Fernandes foi a Chefe de Gabinete de uma Secretaria de Estado do Ministério do Ambiente em 2015. A própria pediu a exoneração em Setembro de 2018 na sequência do processo de divórcio com o Ministro. Em Junho de 2018, a nova namorada do Ministro foi nomeada para um alto cargo numa empresa pública tutelada pelo mesmo Ministério do Ambiente. Portanto, se bem percebo, o Ministro Matos Fernandes teve, simultaneamente, a então ainda sua mulher como Chefe de Gabinete de uma Secretaria de Estado do seu Ministério e a namorada num alto cargo de uma empresa pública que o seu Ministério tutela. No limite, como não se conhece exactamente a data de divórcio, pode ser que a coincidência no exercício de cargos de nomeação do Ministério do Ambiente tenha acontecido entre a recém-ex-mulher e a nova namorada. Em todo o caso, é obra.