Em contraste com o proteccionismo do governo português, patente no uso da ‘golden share’ para inviabilizar um negócio privado, o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, face às novas sanções impostas pelos EUA, parece optar pelo caminho inverso. Decidindo acabar com a limitação ao investimento estrangeiro nos bancos iranianos, mostra uma faceta liberal que merece registo e satisfação.
The Iranian government has lifted a cap on the percentage of shares in Iranian banks that can be owned by a foreign individual or company, reports Bloomberg.
President Mahmoud Ahmadinejad signed an order on June 27 for government departments, including the Ministry of Economy and Finance, to implement the banking law amendment approved by the parliament in May, added Bloomberg.
The original law, which applied to both Iranians and foreigners, restricted the amount of shares in a bank that a single company could own to 10 percent and an individual to 5 percent. Iranian ownership of banks is still subject to the limits, Bloomberg reports.
The US Congress on June 24 approved sanctions on Iran that bar access to the American financial system for banks that do business with the country. The measures also punish foreign suppliers of gasoline to Iran.
Face às sanções injustas e criminosas* de que o seu país é alvo, gestos como este, de paz e liberdade, mereciam pelo menos uma breve referência por parte dos nossos ‘media’ (sempre prontos a destacar-lhe as frases bombásticas e provocações insignificantes). Ainda estão a tempo…
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*Limitações à importação de energia ou ameaças de boicote a empresas que negociem com empresas iranianas, como todas as sanções económicas, prejudicam em primeiro lugar a população do país visado. Estas sanções são tanto mais inaceitáveis que, segundo foi dito na altura das últimas eleições presidenciais no Irão, a maioria da população desaprova as políticas do actual presidente. Ou seja, pagarão os inocentes pelo pecador. Mais: se ao que dizem o presidente iraniano é mesmo um louco, autista e prepotente, é de esperar que nada faça perante as sanções, tal como agiu Saddam Hussein durante anos. Sabe-se que os líderes de regimes encurralados e ameaçados, raramente recuam face a sanções (ver casos de Cuba, Iraque ou Coreia do Norte) e que muitas vezes a aplicação destas pretende, na verdade, dar um primeiro passo em direcção a um ataque militar. Se calhar é mesmo esse o objectivo.