É absolutamente incompreensível que o grupo que tem maior risco de morte por Covid-19 não seja o grupo com maior número de vacinas administradas. Quando as decisões são tomadas de forma política em vez serem tomadas com base em ciência e factos, morrem pessoas desnecessariamente.
Como se pode observar na tabela de vacinação, o grupo etário mais vacinado é de longe o grupo entre os 25 e os 49 anos, sendo que o número de óbitos neste grupo é quase imperceptível no gráfico de óbitos acima. O grupo de risco maior é de longe o grupo com 80 ou mais anos.
Quando a decisão é política, a responsabilidade é política também.
Os gráficos e dados acima foram retiradas daqui (datado de 17 de Fevereiro de 20201) e daqui (datado de 16 de Fevereiro de 2021).
Adenda: para quem quiser justificar o número de vacinas na faixa 24-49 anos com a vacinação de médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde, agradeço que me façam chegar um estudo que demonstre que o risco de mortalidade por Covid-19 desses profissionais nessa faixa etária é maior do que o risco de mortalidade do grupo etário de 80+ anos.
Discutível. Em número absoluto não são os mais vacinados, mas em percentagem sim.
Por outro lado, um médico / enfermeiro vacinado pode evitar centenas ou milhares de contágios precisamente a esses grupos de maior risco.
Na sua opinião, pelos vistos, os médicos, enfermeiros, etc. podiam esperar, os velhotes é que não.
Não está mal pensado!
Caro
Mesma razão pq nos aviões é indicado para primeiro colocarmos a máscara em nós próprios e só depois nos que de nós dependem. Pode ser contra intuitivo à primeira mas está correcto.
Ab
Num dos estudos que li recentemente (e que não estou a encontrar!), foram testados vários modelos matemáticos em simulação por computador para estratégias de vacinação.
O modelo mais eficaz para conter a pandemia e que resultava num (muito!) menor número de mortes no longo prazo consistia em vacinar a população mais activa, responsável pelo maior número de contactos, e consequentemente, transmissões. Essa concentrava-se no grupo dos 30-35.
Se pensarmos um pouco sobre a coisa, faz muito sentido: se quebrarmos a transmissão do vírus nas pessoas/locais/momentos em que se transmite mais, estamos a atacar a “origem” da coisa, e a proteger todos, como um todo.
Claro que isto nunca seria aceite pela população. A razão bem pode dizer que esta é a estratégia mais eficaz, que a emoção vai ser vir ao de cima e defender a protecção dos idosos e grupos de risco.
De qualquer forma tenho sérias dúvidas que o governo o esteja a fazer por esta razão. O governo lá terá as suas razões polít… médicas!
Nessas contas, parece que falta aí uma ou várias multiplicações do risco de morte pela quantidade exposta a esse risco.
A PROPÓSITO
Cópia de exposição recentemente dirigida ao Sr. Presidente da Republica:
Eu, Aarão José Marques tomo a liberdade de por este meio fazer transitar para o cuidado de Vossa Excelência a seguinte questão:
Recentemente foi anunciado pelo Sr. 1º Ministro que utentes que não tenham médico de família poderiam recorrer ao privado mediante declaração,
Acontece que a esse propósito dirigi exposição a diferentes entidades que a seguir refiro, no sentido de essa faculdade ser extensiva aos utentes que mesmo tendo médico de família não conseguem obter consulta, nomeadamente para apresentação de exames e análises com meses de atraso, com risco de perderem validade face ao evoluir das doenças relacionadas.
A única indicação que vão transmitindo sucessivamente são os endossos do assunto a saber, do Gabinete do 1º Ministro para o Gabinete da Ministra da Saúde, da Ministra da Saúde para a ARS Lisboa e Vale do Tejo, e desta para o Posto Médico Quinta da Lomba Barreiro, sem que seja obtida qualquer resposta prática e concludente.
No que respeita a marcação de consultas, os telefonemas não resultam porque não são atendidos, e os e-mails não resolvem porque não são respondidos.
Mas o mais degradante é induzirem nos utentes a obrigatoriedade presencial para efeito dessa marcação, vendo-se pessoas durante horas no exterior em longas filas ao frio e à chuva, algumas apoiadas em muletas que mal podem arrastar, e mesmo assim sem garantia de conseguirem vagas para a consulta pretendida.
Parece oportuno referir também, que a marcação das consultas só são possíveis presencialmente e limitadas à última semana de cada mês, preferencialmente no 1º dia da mesma, para supostamente produzirem efeito no mês seguinte, ou sabe-se lá quando Deus quiser.
Será que a respeitável Constituição da República, pode permitir um visível atentado contra o direito à saúde dos portugueses, e mais do que isso, sujeita-los a uma inqualificável humilhação?
Se a indignidade gera indignação, a indignação pode conduzir à revolta.
Muito obrigado,
Aarão Marques
BI 1795908
No fecho da roda de apelos recebo de Belém automaticamente esta esclarecedora resposta:
“Devido ao grande aumento do número de mensagens que estamos a receber, ao mesmo tempo que também temos de respeitar as medidas de contenção, lamentamos informar que não será possível responder a todas as mensagens individualmente.”
Ao que me vi obrigado a responder:
Com o devido respeito, depois do penoso percurso assinalado, espero que não se feche também a ultima porta a que recorro.
O raciocínio apresentado sofre de uma falácia e de ser demasiado simplista.
Quais são os impactos em termos de mortes se houver um número significativo de médicos (escrevo médicos por simplificação de quaisquer outros profissionais de serviços essenciais) que estão impedidos de trabalhar por estarem infetados?
Eu não tenho dados para quantificar, mas parece-me que a hipótese de uma muito maior probabilidade de colapso do sistema de saúde ou das forças de emergência ou das forças de segurança se tiver 10%-20% dos profisionais de serviços essenciais impedidos de trabalhar levará a danos substancialmente superiores nos outros grupos da sociedade.
Como disse, não tenho os dados para suportar isso, mas ignorar esta hipótese parece-me uma grande limitação.
Acho que o melhor é começar pelos dados que dispomos.
Quem mais tem morrido são os idosos e debilitados. Não são os médicos e enfermeiros que estão em primeiro lugar nesse top macabro, apesar de estarem muito mais expostos.
A conclusão, para mim, é muito fácil.
Reforço: Não é preciso grandes cálculos de risco quando já sabemos os resultados. Quem morre mais de covid-19 são os idosos e debilitados.
A vacina não foi testada para todas as idades. Há razões para que grávidas, por exemplo, não sejam vacinadas.
Este assunto anda politicizado… o que só da asneira… quer para um lado quer para o outro…
Os idosos, de facto, são quem mais morre devido à infecção. Mas quantos mais morreriam (idosos ou não) se não tivéssemos profissionais de saúde na primeira linha do combate à pandemia e restantes doenças? Vacinar os profissionais de saúde para que estes possam prestar os cuidados necessários a quem precisa é uma estratégia acertada.
STALENIN
Como é evidente quem deveria ser vacinado em primeiro lugar seriam os mais idosos (em vez disso aprovaram a lei da eutanásia) e outros grupos com taxas de mortalidade mais elevada (pessoas com co-morbilidades).
Porque não deveriam ser os profissionais de saúde os primeiros a serem vacinados? Esses profissionais apesar de estarem mais expostos, são também o grupo populacional que trabalha com equipamentos de protecção mais eficazes. Muitos dos profissionais de saúde infectados foram-no fora das actividades profissionais, por falta de cumprimento das chamada “medidas de protecção não farmacológicas” e colocaram os colegas em risco (nomeadamente nos períodos das refeições).
É só sabichões, mas algum desses sabichões se lembrou de verificar quais os riscos associados ás vacinas em causa? Têm ideia das mesmas terem apenas sido autorizadas para uso de emergência porque são consideradas experimentais, não tendo ainda efetuados todos os estágios de testes necessários à sua eventual aprovação para vacinação normalizada?
Têm os sabichões ideia da mortalidade já associada ás 3 vacinas em causa?
Para além da quantidade absurda dos efeitos adversos graves reportados.
Os dados constam das organizações europeias de saúde. Queiram consultá-las.
Tomem particularmente nota da mortalidade associada ao pessoal técnico hospitalar (Healthcare Professionals). Ou talvez não…
Atirem-se lá de cabeça, pode ser que não haja pedras. Com cabeças assim, se as houver, também não se perde lá grande coisa.
STALENIN
Perfeitamente de acordo, e nessa perspetiva o que me parece mórbido e irracional, é que médicos andem a fazer serviço de portaria de pistola da febre em punho e frasco de gel pendurado ao pescoço.
Expondo-se deste modo logo à partida ao risco de contágio, com todos os utentes a passarem-lhe pelas mãos a poucos centímetros do nariz.
Não podendo assim estar no seu gabinete para atender quem lhe seja dirigido para necessário atendimento médico.
Falta de médicos ou mal aproveitados, eis a questão.
“Failing to consider second- and third-order consequences is the cause of a lot of painfully bad decisions, and it is especially deadly when the first inferior option confirms your own biases. Never seize on the first available option, no matter how good it seems, before you’ve asked questions and explored.” Ray Dalio
Deixo alguns exemplo de consequências de segunda e terceira ordem não identificados pelo artigo:
1 – É consensual que, com Covid ou sem Covid, a escassez de staff médico provoca um aumento da mortalidade da população. Se o staff médico não for vacinado, o rácio de internados por médico/enfermeiro aumenta e o colapso dos sistemas de saúde tem mais impacto ao nível da mortalidade de todos os grupos etários quer seja por Covid ou não.
2 – Os estudos que existem confirmam que taxa de infeção de staff médico é muito mais elevada que a taxa de infeção da restante população. Mesmo que a taxa mortalidade seja mais baixa, o número absoluto de mortos e o número absoluto de internamentos entre staff médico, por causa da exposição, é muito elevado colocando pressão adicional nos sistemas de saúde. Não só se perde um médico/enfermeiro que não pode ajudar no combate à pandemia, como os recursos escassos (outros médicos/enfermeiros, camas, ventiladores, camas…) têm que ser alocados a pessoas com elevado risco de infeção que se estivessem imunizadas não precisavam de ser tratadas.
3 – Quando se pede a alguém que arrisque a sua vida para salvar outros existe uma questão ética e moral de equipar essas pessoas da melhor forma possível. Mesmo que a mortalidade seja mais baixa nos grupos etários predominantes do staff médico faz sentido que sejam vacinados para não criar uma situação de roleta russa diária em quem está a ajudar. Importa lembrar que o staff médico da linha da frente está exposto a um esforço físico e mental sobre-humano. Turnos consecutivos de vários dias, com pequenas pausas para descansar, e stress psicológico de lidar com caos em geral e em particular o contacto diário com muitas pessoas que morrem muito rápido.
Voltando à citação inicial, o autor tem o bias de querer demonstrar que existiu incompetência do governo e tentou utilizar uma consequência de primeira ordem para o comprovar. A incompetência do governo existe mas há formas melhores de o demonstrar.