É preciso tomar algumas medidas de emergência, sem dúvida. Mas talvez não seja preciso Estado de Emergência para as tomar (como outros países estão a fazer) e certamente não é preciso um Estado de Emergência com medidas que nada têm que ver com o combate à epidemia, sobretudo quando se passam várias linhas vermelhas.
Em cima digo “talvez”, visto que há várias coisas já consagradas em leis, nomeadamente as Leis de Bases da Saúde e da Protecção Civil, mas posso admitir que para a necessidade de limitar, de alguma forma, a liberdade de circulação seja preciso estado de emergência. Mas certamente não é este que foi aprovado.
Vamos a algumas linhas vermelhas:

A facilidade com que entregamos a liberdade de bandeja surpreende-me. Mas não deveria. Sei bem onde estou, o país em que vivo. A maioria da população olha erradamente para Estado de Emergência como “salvar vidas”.
Que haja países com medidas de emergência implementadas para salvar vidas, mas sem Estado de emergência decretado pouco importa. Que já haja países, e partidos cá, a aproveitar o estado de emergência para avançar com agendas (como nacionalizações) ou para acabar com democracias liberais (como a Hungria) pouco importa. Porque a verdade é que a liberdade para a população deste país sempre foi um… “pouco importa”.
PS: “A Iniciativa Liberal votou hoje isolada no Parlamento contra a concessão de poderes desproporcionados ao Governo, e continuará empenhada em criar as condições para que o país atravesse e saia rapidamente desta crise, sem atropelos de direitos, liberdades e garantias fundamentais”.
Eu tenho orgulho nestas palavras e é nestes momentos que se vê também a importância de ter um partido assumidamente liberal no parlamento, mesmo que ainda só tenha um deputado. Nem tudo são votos. A defesa da liberdade, mesmo que venha só de alguém que está isolado nesse combate, importa.
Muito bem.
Como membro da Iniciativa Liberal, dou todo o meu apoio, e sinto-me muito satisfeito, por a IL ter hoje votado contra o estado de emergência.
É para mim claro que o governo e as autoridades de saúde estão a passar todos os riscos, e estão aparentemente muito satisfeitos com o fechamento do país, que aparentemente tencionam prolongar muito para além de toda a racionalidade.
O papel da Iniciativa Liberal é, precisamente, o de lutar contra estas, e análogas, limitações às liberdades dos cidadãos e empresas.
“Eu tenho orgulho nestas palavras e é nestes momentos que se vê também a importância de ter um partido assumidamente liberal no parlamento, mesmo que ainda só tenha um deputado. Nem tudo são votos.A defesa da liberdade, mesmo que venha só de alguém que está isolado nesse combate, importa.”
Especialmente a liberdade de planear a “remoção” de oponentes políticos em local mais recatado, (como por exemplo no Instituto Mises Portugal ) não é Bernardo?
E para testar tais teorias, temos o Brasil, para já.
A ver vamos…
De acordo, com uma ressalva. O BB admite haver a necessidade de limitação da liberdade de circulação. Não há. O que há é um governo, à semelhança de muitos mas não de todos, que foi criminosamente negligente na sua função de proteção da população quando começou esta “estória” do virus e que continua a sê-lo.