Quando a crise aperta até o Bloco hipócrita adora a UE (2017 vs 2020)

Quando há crise venha a UE, venha dinheiro dos liberais malvados do norte da Europa, venha tudo.

10 pensamentos sobre “Quando a crise aperta até o Bloco hipócrita adora a UE (2017 vs 2020)

  1. Não há nenhuma contradição, porque a posição do BE nunca foi “temos que sair da UE porque ela viola a nossa soberania”, sempre foi “sem uma integração orçamental, a UE está condenada ao fracasso, portanto temos que nos começar a preparar para viver sem ela”; ou seja, ao contrário de, p.ex. o PCP ou o MRPP, as criticas do Bloco à UE sempre foram por esta não mandar mais dinheiro (não por coisas de “soberania nacional” ou “anti-imperialismo”), logo não há nenhuma incoerência (muito pelo contrário, parece-me) em exigir mais dinheiro da UE.

  2. ATAV

    E os liberais que só querem que o estado lhes pague as contas? Já antes do virus era assim. O Estado existia apenas para lhes pagar a clinica privada, o colégio dos filhos e garantir os direitos de propriedade deles.

    E pagar impostos para sustentar isto? Nem pensar! Que desplante! Onde é que já se viu desincentivar um criador de riqueza a produzir? Os pobres que paguem impostos…

  3. Ou seja, a linha do Bloco sempre foi exigir dinheiro dos “liberai malvados do norte da Europa”, nunca foi muito aquela conversa de “temos que sair da UE para voltarmos a ter agricultura e pesca”, como o PCP

    E se formos estudar as divisões internas no movimento comunista internacional, desde os anos 20 aos 70, sobre assuntos como as lutas de libertação nacional, “socialismo num só país versus revolução mundial”, viabilidade de alianças com a burguesia nacional, etc, etc., essa diferença de posições percebe-se melhor.

  4. Filipe Bastos

    Para quando o post “Quando a crise aperta até os direitalhas hipócritas adoram o Estado”? Acham que espere sentado? Deitado?

  5. Já agora, diga-se que, se houve um desvio do Bloco face à linha habitual até foi mesmo no periodo 2015-2017, com esse conversa “provavelmente vamos ter que sair do euro”; alinha tradicional sempre foi a de um quase eurofundamentalismo; o Miguel Portas, p.ex., praticamente sempre que falava ou escrevia, era para falar de eurobonds.

    E o Louça em 2011 escrevia histórias de terror sobre o que aconteceria se saíssemos do euro:

    https://www.esquerda.net/opiniao/v%C3%ADtor-bento-os-novos-e-velhos-nacionalistas-e-salva%C3%A7%C3%A3o-da-p%C3%A1tria-com-sa%C3%ADda-do-euro

  6. Já agora, é boa ideia ler o texto que tem como título a tal conversa de ““É urgente preparar o país para o cenário da saída do euro ou mesmo do fim do euro”

    https://www.esquerda.net/artigo/e-urgente-preparar-o-pais-para-o-cenario-da-saida-do-euro-ou-mesmo-do-fim-do-euro/47803

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    No final da reunião da Mesa Nacional, a coordenadora do Bloco de Esquerda criticou a cimeira europeia, apontando que: “Os vários governos reunidos mostraram-se incapazes de dar qualquer rumo a um projeto institucional que está cada vez mais distante das populações e que não tem dado a resposta necessária a nenhum dos povos que faz parte da UE”.

    “O documento que foi assinado afirma claramente o fim da Europa de convergência”, frisou a coordenadora bloquista.

    “O Bloco tem vindo a dizer, há muito, que o projeto europeu abandonou a convergência e a coesão social ou seja abandonou a capacidade de resposta aos povos europeus no que diz respeito ao emprego, aos serviços públicos, ao crescimento da economia, por ser um projeto cada vez mais manietado pelo sistema financeiro e com cada vez menos democracia” criticou também a deputada, assinalando que o documento da cimeira oficializa que “a partir de agora a UE funcionará a várias velocidades sem que ninguém saiba explicar muito bem o que isto quer dizer”.

    Catarina Martins criticou também que “agora é política oficial da UE a concorrência desleal na UE, toda uma série de movimentos a que vimos assistindo e que passavam à margem do que era o discurso oficial da UE” e que agora são incorporados no discurso oficial, enquanto “matérias como a convergência, a solidariedade saíram da agenda e são retiradas as piores lições do que tem acontecido nos últimos anos e nos últimos meses”.
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    Vêm alguma contrição entre isso e defender eurobonds/coronabonds? Claro que não – é conversa é essencialmente a mesma – criticar a UE por não ter suficiente “convergência” e “coesão sociaç” (por outras palavras, por não mandar mais dinheiro)..

  7. Carlos Guerreiro

    Filipe Bastos

    “Para quando o post “Quando a crise aperta até os direitalhas hipócritas adoram o Estado”? Acham que espere sentado? Deitado?”
    Toda a gente sabe que enquanto os xuxas estiverem no poder, o Filipe estará em frente do teclado a mamar no estado xuxa.

  8. Olympus Mons

    @ Filipe,
    Nessa sua cabeça é a direita que não gosta do estado?? Em que versão da ciência política e em que universo paralelo é que isso acontece?

    Direita e Estado – O estado existe enquanto formula que gere a vida das pessoas em tudo o que é essencial ao grupo e representa esse “ingroup”. Fora questões universalistas de harm/care, fairness/Justice para a direita o estado deve manter-se afastado de soluções, porque soluções do estado são sempre prescritiva, são sempre normativas. Proteger de agressões e de patogénicos e pandemia claramente enquadra-se no harm/care…. Não lhe é óbvio?
    Fora isto, e para isto a direita até dá ao estado o exclusivo de matar, tudo o resto deve obedecer às regras descritivas versus Normativas/prescritivas. Descritivas significa que as pessoas daquele grupo, país, são suficiente homogéneas nos seus princípios e valores, possuem tanto capital social entre si e tão concordantes na sua liberdades que conseguem resolver as suas vidas sem o estado sequer se meter. Cada lei é um falhanço dessa capacidade das pessoas de resolver as suas vidas.

    Esquerda e estado –A esquerda, como demonstrado por Haidt, só funciona com os dois pilares morais (dos 5) que são os que são normativos, os que são prescritivos (tudo é para pôr em lei). Assim, como são martelo, tudo é prego. Tudo deve ser legislado, tudo deve obedecer a ordens prescritivas (como um medicamento) até as coisas mais singelas que devem ser deixadas a fatores descritivos de uma sociedade. Não se consegue ter um país por decreto, tem que haver fatores descritivos que fazem com que aquelas pessoas se identifiquem como grupo (não há lei que obrigue as pessoas a torcer pela seleção nacional … no entanto). Os esquerdistas, porque psicologia de ladrão, só gostam do estado na medida em que podem mamar, só gostam do estado como força de fairness/justice desde que represente redistribuir dinheiro criado por outros…

    Esquerda a mandar?… é a história de Quem te manda a ti sapateiro…

  9. André Leal

    UE e € são coisas diferentes. E exigir algo à UE para apoiar os países mais pobres, algo que a UE nunca fez nem quer fazer, não é ser pela UE. Um tiro completamente ao lado de quem percebe o caos que seria com o liberalismo que tanto apregoa.

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