O Estado Mamão

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Uma empresa paga 2500 euros por um empregado e esse mesmo empregado só recebe líquidos cerca de 1400 euros (2000 e pouco de salário bruto), isto é, 45% do total pago pela empresa vai para o Estado.

A nossa classe média é taxada cá como se fosse rica. A mesma classe média que noutro país europeu do centro ou do norte seria uma classe média-baixa ou até baixa. Temos impostos de ricos e salários de pobres.

26 pensamentos sobre “O Estado Mamão

  1. mg42

    Era só para perguntar se o tovarich deputado do Iniciativa Liberal, abdicou ou pretende abdicar do seu salário, para diminuir a pressão dos impostos do opressor estado socialista sobre as classes médias e empresas para lhe pagar o rico ordenado ?

    muito obrigado
    mg42

  2. JMS

    Com uma questão dessas vê-se mesmo que, por muito “prafrentex” que queira aparentar ser, ainda tem a formatação do início do séc XX, caro tovarich MG 42.

    Vc e a enorme minoria que acha que nos gorverna. Para desgraça do país…

  3. Carlos Guerreiro

    mg42
    Bem sei que o trabalho do parlamento não deixa ninguém cansado, mas se JCF é deputado e trabalha no parlamento deve ter o seu ordenado. Ou o mg42 é daqueles exploradores xuxalistas que falam na defesa dos trabalhadores mas depois pagam-lhe misérias?
    Com o sabe a Iniciativa Liberal propôs a eliminação de todas isenções de impostos dos partidos e o fim das subvenções de campanha. E, surpresa… a proposta foi chumbada por todos os partidos (que se dizem) defensores dos trabalhadores…

  4. mg42

    Também há outros que também trabalham no estado. E portantos PAGA E CALA-TE. Mas você se calhar também é um daqueles “liberais”, assim como ali o anti estatista anarco-capitalista radical funcionario público.

    shalom luck Lev Davidovich Bronstein lucky

  5. Filipe Bastos

    O post não é mentira, o Estado leva realmente uma fatia enorme dos salários. Com duas cerejas no bolo:

    1) Estes encargos não distinguem entre mamões como a EDP, a Golpe, a Altice, etc., uma PME ou a mercearia da esquina.

    2) Nenhum funcionário sabe ou quer saber disto. Só fala em salário líquido, ainda que parte disto vá para a sua reforma (se lá chegar).

    Sobre a 2ª cereja, a Iniciativa Liberal, honra lhe seja, pelo menos propôs que o custo real do salário seja mais divulgado.

    Temos impostos de ricos e salários de pobres? Sim e não. A maioria dos salários são pobres; mas os ricos pagam proporcionalmente muito menos impostos – quando os pagam.

    Tal como as grandes empresas pagam muito menos que qualquer PME. Há sempre um offshore, um Luxemburgo, uma Irlanda, uma Holanda ou uma ‘engenharia financeira’ à mão.

  6. JMS

    Luck,

    Vai tudo dar ao mesmo.

    As pessoas é que se “esquecem” do que quer dizer “nazi”: nacional socialismo.

    A memória é uma coisa complicada e praticamente inexistente no nosso país.

  7. Carlos Guerreiro

    Filipe
    “Temos impostos de ricos e salários de pobres? Sim e não. A maioria dos salários são pobres; mas os ricos pagam proporcionalmente muito menos impostos – quando os pagam.”
    A sério? Estranho é que depois de escrever isto (22h53) escreveu o seguinte às 23h05 (no post Escalões De IRS Para 2020):
    “ “Os 16% dos agregados familiares portugueses com maiores rendimentos pagam 84% de todo o IRS … os 2500 agregados familiares com maiores rendimentos (apenas 0,1% de todos os agregados) sozinhos pagam cerca de 8,5% de todo o IRS.”
    Realmente escandaloso, Sr. Cortez: que rendimento obsceno têm esses agregados? Porquê uma disparidade tão grotesca para 99,9% do país? De onde vem tanta massa e que fizeram para a merecer? (é uma pergunta retórica: é impossível merecerem tanto a mais)”
    Caso para dizer se escrever não beba…

  8. Filipe Bastos

    Carlos,

    Trocou a ordem dos posts: com a astúcia habitual, foi ver as horas, mas não viu os dias.

    Se reparar melhor no último, escrevi que os ricos pagam muito menos proporcionalmente. Não é a proporção deles do ‘bolo’: claro que pagam uma grande parte, mamam tanto! Mas em proporção, um cidadão normal, não mamão, paga muito mais. Porque a progressividade fiscal, tão chorada por aqui, está longe de ser suficiente.

    Custa muito mais a quem ganha 800, ou 1000, ou 2000, ou 3000 euros, pagar os impostos que hoje paga, do que aos mamões pagar o que pagam – após todas as ‘engenharias’ e criatividade fiscal da praxe. Eles ainda ficam com muitos milhões. Demasiados milhões.

  9. CArlos Guerreiro

    Filipe
    Disse uma coisa ontem e outra hoje…

    “Custa muito mais a quem ganha 800, ou 1000, ou 2000, ou 3000 euros, pagar os impostos que hoje paga, do que aos mamões pagar o que pagam – após todas as ‘engenharias’ e criatividade fiscal da praxe. Eles ainda ficam com muitos milhões. Demasiados milhões.”

    Se soubesse ler teria verificado que no texto do post está escrito:
    “Uma empresa paga 2500 euros por um empregado e esse mesmo empregado só recebe líquidos cerca de 1400 euros (2000 e pouco de salário bruto), isto é, 45% do total pago pela empresa vai para o Estado.”

    Ou seja acima de 2000 euros o estado, que vai buscar o dinheiro onde ele está, considera que está na presença de um multimilionário e saca-lhe 45% do rendimento, mas o Filipe acha que ainda ficam com milhões… Acho que contas não é o seu forte.

    Espero que os seus empregados sejam bem remunerados de modo a que possam viver com dignidade. Mas temo pelo futuro deles. O Filipe com tanto tempo passado nos comentários, entre dormir e navegar na internet deve sobrar pouco tempo de trabalho efectivo na empresa. Ou será uma empresa de fachada xuxa para sacar o dinheiro ao estado?

  10. … não é o estado que fica com o nosso dinheiro. Dito de outra forma quanto mais ganhamos mais trabalhamos para os outros. Não há nada mais solidário que isto…🤪🤨🧐

  11. Filipe Bastos

    “Ou seja acima de 2000 euros o estado, que vai buscar o dinheiro onde ele está, considera que está na presença de um multimilionário e saca-lhe 45% do rendimento, mas o Filipe acha que ainda ficam com milhões… Acho que contas não é o seu forte.”

    CARLOS, o seu post reforça o que eu disse: a carga fiscal custa muito mais ao cidadão comum do que aos ricos. E o Estado, ao contrário do que v. diz, não “vai buscar o dinheiro onde ele está”. O Estado não vai às fortunas e aos offshores.

    De resto, a sua resposta é bizarra: havia de ser quem ganha 2000 euros que ficava com os milhões? Mas que milhões tem alguém que ganha 2000 euros? Ou eu me explico mal, ou v. tem certa dificuldade em interpretar o que lê.

    Seja qual for, uma sugestão: talvez o tempo que emprega em sarcasmo fosse melhor empregue a ler e a reler.

  12. ATAV

    JMS

    “As pessoas é que se “esquecem” do que quer dizer “nazi”: nacional socialismo.”

    Arrrrrrrrgh! Outra vez isto… Que demência!!! Quando é que será que isto acaba? Todos os dias aparece mais um a repetir esta inanidade. República Popular Democrática da Coreia e República Democrática Alemã. Conhece? São a Coreia do Norte e a Alemanha de Leste respectivamente…

    Para um blog cheio de gente que supostamente repudia os nazis, não têm problemas nenhuns em pôr em prática aquela frase que foi atribuída ao Goebbels “uma mentira repetida vezes suficiente torna-se verdade”. (NOTA: Também já vi esta frase atribuída ao Lenine, o que a ser verdade faria com que esta situação fosse ainda mais engraçada).

    E já repararam que muitos daqueles que passam a vida a dizer “O Hitler é socialista.” aplaudem e apoiam os energúmenos da alt-right que são os nazis actuais? O medidor de ironia estoira por estes lados…

  13. ATAV

    O senhor Blanco tentou ser engraçadinho ao colocar este post com palavras russas, mas não se saiu muito bem.

    Estará a aludir que um imposto progressivo sobre o rendimento é uma politica típica da União Soviética? União Soviética esta que, diga-se de passagem, era uma entidade politica que não existe há trinta anos. É portanto uma referência atual…

    Ora bem, se o imposto progressivo é uma politica tipicamente soviética, isso quer dizer que o Reino Unido e os Estados Unidos que foram os primeiros países que implementaram este tipo de impostos e que ainda os mantêm são países socialistas? E os outros países todos que têm impostos progressivos? Serão todos socialistas? Bom , não interessa… Adiante.

    Ou então será que o senhor Blanco ao usar palavras russas estava a referir-se à Rússia oligárquica actual? Ora bem, actualmente o imposto sobre o rendimento na Rússia é uma flat tax , que se não estou em erro é uma proposta da Iniciativa Liberal…

    Qual delas será? Uma referência ultrapassada, historicamente incorrecta e demagógica ou uma canelada na proposta mais emblemática do seu próprio partido?

  14. Se amanhã retirassem todos os impostos aos rendimentos do trabalho dependente, aqueles que hoje “ganham” 2000 brutos e recebem 1100 passavam a ganhar brutos 1100! alguém tem dúvida disso?
    O salário líquido é o valor que realmente está em causa quando se faz a negociação empregado – patrão.

    Sempre que os impostos sobre os rendimentos do trabalho dependente baixam, quem ganha é o patrão.

  15. Filipe Bastos

    “Se amanhã retirassem todos os impostos aos rendimentos do trabalho dependente, aqueles que hoje “ganham” 2000 brutos e recebem 1100 passavam a ganhar brutos 1100! alguém tem dúvida disso?”

    Depende, MANUEL: para começar, uma empresa não pode reduzir salários arbitrariamente. Tem de respeitar os contratos, a convenção colectiva do sector e o Código do Trabalho.

    Se um governo ultra-liberal removesse os impostos e permitisse às empresas reduzir salários, então sim, era ver os mamões a ‘reajustar’ a malta – menos os altos cargos, claro, que precisam de ‘incentivo’.

    Outros chulos de pequeno a médio porte, como as fábricas cujos donos andam de Porsche e pagam salários mínimos, também o fariam. Mas outros não. E não só por decência: na área de TI, por exemplo, há tanta falta de profissionais que os salários dificilmente desceriam.

    “O salário líquido é o valor que realmente está em causa quando se faz a negociação empregado – patrão.”

    É uma visão incompleta. Comete o mesmo erro dos comunas e dos governos: mete no mesmo saco todos os patrões, todas as empresas. Uma micro-empresa não é a PT nem a Sonae.

  16. O Filipe não percebeu. O que eu propus foi um cenário em que eram abolidos todos os impostos que oneram a mão-de-obra dependente (abolidos por Lei à empresa e ao trabalhador), ficando o trabalhador a ganhar os mesmos 1100 líquidos. Neste cenário (redução ao absurdo), o trabalhador não tinha que se queixar, pois continuava a ganhar o mesmo. Logo, não havia baixa de salário do ponto de vista do trabalhador. Havia sim uma diminuição grande do custo do trabalho dependente suportado o pela empresa (2500-1100)=1400 a empresa metia ao bolso 1400 na linha “custo de mão-de-obra” da Conta de Exploração.
    É o que se passa um pouco com o trabalho subterrâneo, em que o patrão pergunta ao empregado “queres trabalhar com contrato ou sem ele?” e “racha” ao meio os 1400 passando o trabalhador a ganhar mais 1100+700=1800 e o patrão mais 700, relativamente a um cenário com contrato.
    No Cenário Absurdo deixava de haver razão para existir Trabalho Subterrâneo, pois o trabalhador ganhava o mesmo com ou sem contrato.

    E já agora é verdade que “O salário líquido é o valor que realmente está em causa quando se faz a negociação empregado – patrão” pois quando se diz isto, é subentendido tratar-de de contratação entre empresas semelhantes e empregados semelhante. É sempre assim que se faz quando se estudam cenários…

  17. Jan

    Se nao houvesse impostos no salário o patrao poderia pôr ao bolso essa poupança. Mas depressa milhares de empresas teriam em conta esse bar aberto e viriam para cá. Essas empresas a lutar pela mao de obra que se tornaria menos barata. E os salarios subiam.
    Enfim…
    Atav já olhou para baixo hoje?

  18. Jan

    A serio o esquerda net está em peso nestas caixas de comentários.
    Mas quem tanto desdenha secretamente cobiça – sao liberais no armário á espera de sair!

  19. Carlos Guerreiro

    Filipe

    “CARLOS”
    Não se enerve, escusa de escrever o meu nome em maiúsculas…
    Já todos percebemos que tem uma agenda a promover, e o método usado para o fazer. O método é simples, um elogio a algo que é dito (autor do post, mais raro, ou algum comentador), do género que está plenamente de acordo (também é empregador, contribuinte…), mas… aí vem o conteúdo que o faz andar por estas caixas de comentários.

    “Custa muito mais a quem ganha 800, ou 1000, ou 2000, ou 3000 euros, pagar os impostos que hoje paga, do que aos mamões pagar o que pagam – após todas as ‘engenharias’ e criatividade fiscal da praxe. Eles ainda ficam com muitos milhões. Demasiados milhões.”
    É o que fez no comentário acima reproduzido, onde parece mostrar simpatia pela dificuldade no pagamento de impostos a quem ganha 800, 1000, 2000 ou 3000 euros mensais, mas esquece que quem ganha acima de 2000 euros já está na 2ª taxa mais elevada de IRS (45%), ou seja considerado um milionário para o estado.
    Por outro lado se conhece “engenharias ou criatividade fiscal da praxe” deve denunciar à AT (os seus patrões xuxas é que não devem ficar contentes…).

    “De resto, a sua resposta é bizarra: havia de ser quem ganha 2000 euros que ficava com os milhões? Mas que milhões tem alguém que ganha 2000 euros? Ou eu me explico mal, ou v. tem certa dificuldade em interpretar o que lê.”
    Bizarria é vir a defender quem recebe 2000 (ou 3000) quando sabe que os seu patrões xuxalistas se apropriam de quase 50% desse rendimento.

    O estado taxa o rendimento e o património imobiliário. Falta taxar património em dinheiro e acções, mas já lá chegará.
    O que advoga o Filipe, a pretexto de sacar dinheiro aos “mamões”, o confisco dos bens e dinheiro a partir de um determinado valor?

    “Seja qual for, uma sugestão: talvez o tempo que emprega em sarcasmo fosse melhor empregue a ler e a reler.”
    Não é sarcasmo, é expor o ridículo das suas afirmações e contradições.
    Em relação ao tempo, fico impressionado com um tempo que um “empregador” como o Filipe consegue dispensar para esta actividade de komentariado, alguém mal pensante até poderia supor que é o seu modo de vida.

  20. ATAV

    JAN

    “Se nao houvesse impostos no salário o patrao poderia pôr ao bolso essa poupança. Mas depressa milhares de empresas teriam em conta esse bar aberto e viriam para cá. Essas empresas a lutar pela mao de obra que se tornaria menos barata. E os salarios subiam.”

    Ah! Recomenda então o modelo de desenvolvimento económico do Bangladesh que é baseado em baixos salários e num estado social inexistente ou incipiente. Maravilhoso! Uma “desvalorização competitiva”. Para aumentar salários claro…

    Já reparou que todas as propostas que são feitas nesta casa partem do principio que a economia apenas funciona indirectamente? Primeiro é preciso aumentar o poder e o rendimentos dos ricos e poderosos e só depois é que chega aos remediados e pobres.

    Querem aumentar o emprego? Há que despedir mais facilmente. Aumentar salários? É preciso baixar salários primeiro. Reduzir a pobreza? Cortar os subsídios aos pobres. Aumentar os rendimentos dos trabalhadores? Temos que baixar os impostos dos mais abastados.

    Trickle-down puro! Mas eu prefiro a definição do John Kenneth Gailbraith: Horse-and-sparrow theory

    ‘If you feed the horse enough oats, some will pass through to the road for the sparrows.’

    Tradução: os pobres não têm pão? Que comam a bosta dos ricos…

    “Atav já olhou para baixo hoje?”

    …?

  21. ATAV

    JAN

    “Atav já olhou para baixo hoje?”

    “Atav, quando olhar para baixo e vir dois pares nao se julgue o maior é outro gajo que o está a …”

    Ah! Já percebi. Podia responder-lhe à letra mas prefiro citá-lo directamente.

    “Mas quem tanto desdenha secretamente cobiça”

    Palavras sábias…

  22. Carlos Guerreiro

    ATAV

    “Já reparou que todas as propostas que são feitas nesta casa partem do principio que a economia apenas funciona indirectamente? Primeiro é preciso aumentar o poder e o rendimentos dos ricos e poderosos e só depois é que chega aos remediados e pobres.”

    Já reparou que todos os países socialistas/comunistas os dirigentes são ricos e a população vive na miséria, que nesses países são luxos o que, até em Portugal, são bens de primeira necessidade (pasta de dentes, papel higiénico, já para não falar nos alimentos…).
    Aqui o que querem é diminuir os impostos sobre o rendimento do trabalho, logo quem trabalhar mais ganha mais (pagará menos impostos do que no sistema actual). Mas este sistema tem uma pequena nuance, para ter rendimentos do trabalho, há que trabalhar…
    Não há justiça social quando quem trabalha tem de sustentar quem não produz.
    O Filipe Bastos, seu colega que conhece bem, também acha (bem, tem dias ou tem horas….) que quem se esforça a trabalhar e ganha 2000/3000 euros deve pagar menos impostos (ao contrário do estado actual que o taxa como milionário…).

    “Querem aumentar o emprego? Há que despedir mais facilmente. Aumentar salários? É preciso baixar salários primeiro. Reduzir a pobreza? Cortar os subsídios aos pobres. Aumentar os rendimentos dos trabalhadores? Temos que baixar os impostos dos mais abastados.”

    Quem vive fascinado com a vida abastada das populações de Cuba, Venezuela e Coreia do Norte, tem uma certa dificuldade em compreender o funcionamento da economia de mercado (o capitalismo no vosso dialeto).
    Nenhuma empresa, que quer ter bons resultados, vai despedir os trabalhadores que sejam produtivos, mas com certeza pretende despedir os parasitas que não trabalham e que vivem às custas do trabalho dos outros. Os trabalhadores produtivos são disputados e vêm as suas remunerações ser aumentadas, os parasitas têm sorte se conseguirem encontrar empregos. Devem os outros trabalhadores suportar o pagamento de subsídios aos parasitas que não querem trabalhar?
    Os contractos colectivos, estabelecem o mesmo salário para a mesma função, independente da produtividade, pontualidade, assiduidade do trabalhador. É justo para os trabalhadores cumpridores terem de suportar os parasitas e receber o mesmo que eles?

  23. ATAV

    Carlos Guerreiro

    “Já reparou que todos os países socialistas/comunistas os dirigentes são ricos e a população vive na miséria, que nesses países são luxos o que, até em Portugal, são bens de primeira necessidade (pasta de dentes, papel higiénico, já para não falar nos alimentos…).”

    Não percebo… Mas não são os liberais que dizem que nos países socialistas todos são iguais na miséria? Então agora uns têm tudo enquanto os outros não têm nada. Se calhar percebi mal e a Venezuela é um paraíso liberal devido à desigualdade.

    “Aqui o que querem é diminuir os impostos sobre o rendimento do trabalho, logo quem trabalhar mais ganha mais (pagará menos impostos do que no sistema actual).”

    Claro! Porque toda a gente é remunerada da mesma maneira. Logo se eu não ganho o salario de um Mexia é porque não trabalho tanto como ele. O suor escorre-lhe da testa com tanto esforço…

    Tenho ideia de ter visto em vários relatórios oficiais que em Portugal trabalha-se em média mais horas que na maioria dos países da OCDE. Ora bem, como os ordenados aqui são mais baixos do que nesses países e as pessoas ganham apenas em função do que trabalham, os autores desses relatórios devem ser uns incompetentes…

    “Não há justiça social quando quem trabalha tem de sustentar quem não produz.”

    Malditas crianças, doentes, desempregados e pensionistas! São todos uns parasitas que sobrevivem à custa de quem produz riqueza como por exemplo ex-políticos administradores, advogados especialistas em offshores, herdeiros, vencedores de euromilhões e trafulhas vários…

    “O Filipe Bastos, seu colega que conhece bem, também acha (bem, tem dias ou tem horas….) que quem se esforça a trabalhar e ganha 2000/3000 euros deve pagar menos impostos (ao contrário do estado actual que o taxa como milionário…).”

    O sistema de impostos sobre o rendimento progressivo não funciona assim como você diz… Há uma diferença entre taxa marginal e taxa média.

    “Quem vive fascinado com a vida abastada das populações de Cuba, Venezuela e Coreia do Norte, tem uma certa dificuldade em compreender o funcionamento da economia de mercado (o capitalismo no vosso dialeto).”

    Chamar-me de comuna. Que inesperado… *sigh*

    “Nenhuma empresa, que quer ter bons resultados, vai despedir os trabalhadores que sejam produtivos, mas com certeza pretende despedir os parasitas que não trabalham e que vivem às custas do trabalho dos outros.”

    Os empresários são seres perfeitos. Demiurgos infalíveis que actuam na mais perfeita racionalidade. Nunca nenhuma empresa foi destruída ou um trabalhador foi prejudicado devido a questões pessoais, à mesquinhez ou falta de tino dos donos. Nunca se viu…

    “Os trabalhadores produtivos são disputados e vêm as suas remunerações ser aumentadas, os parasitas têm sorte se conseguirem encontrar empregos.”

    Claro! Se está desempregado é porque é um parasita. Não teve azar em entrar no mercado de trabalho durante uma crise, não escolheu mal o curso superior, não vive numa zona economicamente deprimida, não veio de um meio pobre sem contactos para arranjar emprego. Pffff! Maldito parasita! Que morra de fome!

    “Devem os outros trabalhadores suportar o pagamento de subsídios aos parasitas que não querem trabalhar?”

    A TSU que incide sobre o salário é de 34.75%. Destes 5.14% é para que o trabalhador possa ter acesso ao subsidio de desemprego. Ou seja, ele paga o seu próprio subsidio. Maldito parasita!!!!

    “Os contractos colectivos, estabelecem o mesmo salário para a mesma função, independente da produtividade, pontualidade, assiduidade do trabalhador. É justo para os trabalhadores cumpridores terem de suportar os parasitas e receber o mesmo que eles?”

    Justo, justo é dar a arbitrariedade de remuneração ao patrão. O meu filho? Leva um generoso X; Uma gaja qualquer? 1/2X. Negro? leva 1/3X e não diga que vai daqui, que eu ainda me lembro do ultramar… Outra grande justiça é ter um ordenado médio de Y numa empresa e o senhor administrador levar 300Y para casa enquanto passa os dias em congressos do CDS, reuniões de confederações patronais e campos de golf. Isso é que é justo…

  24. Filipe Bastos

    “O Filipe não percebeu. O que eu propus foi um cenário em que eram abolidos todos os impostos que oneram a mão-de-obra dependente (abolidos por Lei à empresa e ao trabalhador), ficando o trabalhador a ganhar os mesmos 1100 líquidos.”

    Percebi, MANUEL. Eis o que creio ser a confusão.

    O contrato de trabalho tem o salário bruto. Se um governo abolisse os impostos, a empresa deixava de pagar ao Estado os descontos do funcionário (IRS + SS) e a TSU da empresa (23,75%). Mas continuava a ter de pagar ao funcionário o valor que está no contrato.

    Se o salário bruto fosse 2000€ a empresa continuava a pagar esses 2000€, que passavam a ser recebidos na íntegra pelo funcionário. Só poupava a sua TSU (o que já é muito).

    Para “meter mais ao bolso” teria de reduzir o salário, algo que poderia fazer em contratos futuros, mas não nos já existentes.

    Quanto ao salário liquído. Volta e meia aparece alguém que, na negociação salarial, diz assim: “quero ganhar 2000€ limpos”.

    Ora “2000€ limpos” custa à empresa quase 4000€. E os impostos a reter variam por factores que esta nem controla, como o estado civil ou os dependentes do funcionário. E este não quer saber disso para nada. Porque só se fala em salário líquido.

    Isto é uma visão incompleta, até algo infantil da relação laboral. Num grande mamão, numa EDP ou Sonae, até se pode entender. Numa micro-empresa nem por isso.

  25. Filipe Bastos

    CARLOS,

    “Não se enerve, escusa de escrever o meu nome em maiúsculas… Já todos percebemos que tem uma agenda a promover, e o método usado para o fazer.”

    Como julgava óbvio, as maiúsculas são para destacar o nome do interlocutor a que estou a responder. Também podia usar bold. Agora usei maiúsculas e uma linha de intervalo.

    V. continua confuso. Vou tentar mais uma vez.

    O post diz que temos salários de pobres e impostos de ricos. Eu respondi que os ricos pagam proporcionalmente menos impostos – ou seja, o esforço deles é muito menor, custa-lhes muito menos pagar os impostos que pagam, entende?

    Porque a progressividade não é suficiente, deviam pagar muito mais, e porque – ainda por cima – muita da riqueza não é tributada graças a offshores e ‘engenharias’ fiscais. Está a ver?

    Quanto ao resto, v. acha que me topou e que sabe porque comento. Já sabe mais que eu: ando por alguns blogs, entre dois emails ou tarefas, mas na verdade nem sei bem porquê. Gosto do debate, mas raramente este é possível ou estimulante. Regra geral andamos cá todos para nos ouvirmos a nós mesmos.

    Acha também que passo cá demasiado tempo. Se o Carlos for o exemplo de um leitor típico, tenho de dar-lhe razão.

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