A comissão europeia publicou hoje as previsões de crescimento do Inverno de 2020. Novamente, Portugal aparece na cauda da lista perdendo terreno para os países comparáveis e que mais directamente concorrem com Portugal.
A este própósito vale a pena analisar estes dois gráficos abaixo (retirado daqui) sobre a evolução do PIB per capita e sobre a média do crescimento anual entre 2008 e 2018 de um conjunto de países Europeus onde se inclui Portugal.
Se das trevas da Longa Noite Austeritária na qual estávamos imersos, tempos tenebrosos em que centenas de milhares de criancinhas morreram de fome a meio das aulas e largos milhões de velhinhos morreram à porta dos hospitais à espera de tratamento, a esquerda nos resgatou, mostrando que é possível uma alternativa à austeridade e que as pessoas não são números e patati-patatá, porque é que o nosso PIB per capita continua e vai continuar igual?
“os países comparáveis”
Não há nada de comparável entre um país do centro ou do leste da Europa e Portugal. Nada!
Não há nada de comparável entre um país (como a Eslováquia ou a Lituânia, digamos) que fica a 1000 km de comboio direto da Alemanha, e outro que fica a 2000 km por navio (porque o comboio tem uma mudança de bitola que impede o tráfego direto) dessa Alemanha.
Todos os países têm circunstâncias geográficas diferentes, e as circunstâncias geográficas influenciam muitíssimo (por alguma razão o País Vasco e a Catalunha são as regiões mais prósperas de Espanha – não é por os espanhóis das restantes regiões serem atrasados ou estúpidos) a economia.
Vocês têm um maneira um tanto ou quanto estranha de interpretar o que é uma cauda, mas enfim…
Mas, mas aqui os bate punho dinâmicos sabedores dos tramites económicos diziam-me há uns anos atrás que ir atrás da Finlândia Suécia etc, é que era…
https://oinsurgente.org/2010/12/23/onde-o-salario-minimo-nao-existe/
“Salário mínimo é coisa que não existe em países como a Áustria, a Suécia, a Dinamarca, a Finlândia e a Noruega. Que mais têm esses países em comum? Três coisas: têm mercados de trabalho mais flexíveis do que o nosso, apresentam menos desigualdades sociais do que o nosso e, como consequência, desmontam as falácias e as demagogias dos nossos medíocres do poder político e sindical.”
LUIS LAVOURA : “Não há nada de comparável …]
O que não faz sentido é estar a comparar a taxa de crescimento de Portugal com as taxas de crescimento de paises que JA têm rendimentos per capita muito mais elevados (como é o caso da Alemanha, da Italia, da França, etc).
O que faz sentido é, efectivamente, comparar Portugal com paises que ainda há não muito tempo tinham rendimentos per capita significativamente inferiores aos de Portugal e que, entretanto, por terem vindo a crescer mais rápidamente, estão a alcançá-lo ou mesmo a ultrapassá-lo.
São como que duas divisões diferentes, estando Portugal na 2a, e, em vez de nos estarmos a aproximar da 1a, estamos sim a descer na classificação da 2a.
“Não há nada de comparável entre um país (como a Eslováquia ou a Lituânia, digamos) que fica a 1000 km de comboio direto da Alemanha, e outro que fica a 2000 km por navio (porque o comboio tem uma mudança de bitola que impede o tráfego direto) dessa Alemanha.”
Mas que disparate: a que distância está Austrália de outros países economicamente fortes?
A que distância está Israel de outras economias?
A que distância estava a Coreia do Sul e Taiwan de outras economias poderosas?
A que distância estava Singapura de outras economias fortes?
A mesma distância da Coreia do Norte/Coreia do Sul, da Palestina/Israel, da Síria/Israel
A bitola do Caminho de Ferro português mantém-se e tem-se mantido com a cumplicidade socialista para a “defender da concorrência”: vê-se os resultados.
Uma boa economia nunca se consegue com governos socialistas: é uma questão de inteligência sim dos políticos.