O CDS morreu! Só os candidatos não perceberam isso!
P.S. Desde 1976 que votei sempre no CDS. Pela ultima vez fi-lo nas ultimas eleições e não o farei mais!
Sim.
Também acho que tanto o cds e o psd, passarão aser irrelevantes para amaioria dos portugueses.
Falta u. Projecto credível e de lideres carismáticos
Jorge, creio que o problema começa logo aí: continuarmos à espera de ‘líderes carismáticos’.
Saímos das cavernas há 10.000 anos, e ainda dependemos de líderes para decidir por nós e para mostrar-nos o caminho; pouco mudou desde o tempo da caça ao mamute.
Salazar, esse paizinho ainda chorado por muita gente, já morreu há 50 anos. E o melhor que conseguimos em quase igual tempo de ‘democracia’, ou partidocracia podre, é esta cidadania infantil, este permanente cheque em branco a uma classe pulhítica que nos chula e rouba em impunidade. E continuamos a votar.
Democracia directa, ou pelo menos semi-directa? Nem pensar. Nisto esquerda e direita são iguais. Todos à espera do chefe, do ‘líder carismático’ que impressione a carneirada votante. Felizmente, é uma carneirada bastante impressionável.
O CDS não está num labirinto, está numa encruzilhada e qualquer uma das opções é arriscada…
Antigamente o CDS tinha naturalmente o voto da extrema-direita (fascistas/autoritários, beatos e plutocratas). Quando queria subir a votação moderava-se nalgumas coisas ou fingia-se moderno para captar votos da facção mais à direita do PSD.
Agora que a IL lhe roubou o voto dos plutocratas e o CHEGA! roubou o voto fascistas/autoritários, ficaram apenas os beatos. Se o CDS for atrás dos votos do PSD, corre o risco de perder de vez eleitorado que está na IL e no CHEGA. Se for atrás dos eleitores da extrema-direita, já não tem acesso aos votos mais moderados do PSD.
O que fazer? Virar mais à direita e esperar que a extrema-direita esteja em ascensão ou virar-se para o centro na esperança que o CHEGA e a IL sejam apenas uma moda?
Vida difícil para o CDS…
Previsão pessoal: Eles vão virar à direita e apostar que os fachos estão a subir…
ATAV, não é assim um caminho tão difícil, o do CDS para recuperar grande parte dos seus antigos apoiantes. Basta voltar a ler os canhanhos que foram a bíblia da democracia-cristã do pós-guerra, e passar os conceitos que lá se encontram para seus estatutos recauchutados…
Com isso conseguiria recuperar antigos militantes, algumas franjas do PPD e até alguns católicos ferrenhos do PS.
Manuel Vicente Galvão
O “regresso às origens” que está a descrever não resultaria no regresso da extrema-direita ao CDS. Podia captar alguns católicos do outros partidos mais moderados, mas como já não há assim tantos, o ganho é limitado.
Os extremistas sempre quiseram ter acesso a um partido com representação no parlamento. Antigamente optavam pelo CDS que era o mais à direita que havia mas tinham que esconder a sua verdadeira natureza. Agora, com a entrada da IL e do CHEGA! no parlamento já podem mostrar ao que vêm. Têm representação mas agora podem andar mais à vontade.
No pós-guerra, tendências nazis e fascistas em partidos eram veneno eleitoral (em Portugal esta isto verificou-se após o 25 de Abril) , hoje em dia é bem capaz de ser um trunfo. É por isso que eu acho que o CDS vai virar à direita. Eles pressentem que o mercado de salazaristas envergonhados é muito amplo. O próprio Freitas do Amaral dizia que o que não faltava por aí eram salazaristas escondidos.
Pressinto que o CDS vai tentar reabilitar a imagem do Salazar, irá diabolizar imigrantes e minorias, tentará empurrar as mulheres de volta para a cozinha e os candidatos vão deixar fotografar-se com armas apelando à tradição da caça ou em touradas dizendo que é património cultural. Economicamente, vai ser sempre contra os trabalhadores e a favor da redução do estado social. Para a policia e os militares, vão querer um reforço orçamental e um aumento de poder destas instituições sobre a sociedade civil.
E acho que o PSD vai tentar o mesmo, agora que o PS moveu-se para o centro.
Tanto o CDS como o PSD estão num labirinto, porque eram partidos que misturavam no seu seio diferentes ideologias (mais no caso do PSD do que no do CDS), e atualmente é-lhes exigido que optem por uma ideologia bem definida.
Por exemplo, o CDS misturava no seu interior homossexuais (re)conhecidos com conservadores católicos – uma mistura dificilmente concebível mas que na direita portuguesa funcionava bem. Atualmente esta comunhão passou a ser difícil, o CDS terá que optar, ou por ser um partido liberal de homossexuais, ou por ser um partido conservador de católicos.
(O comentário anterior é meu.)
ATAV, creio que persiste nos erros habituais da esquerda: a obsessão com Salazar, que morreu há 50 anos, com a ‘identity politics’ que tem corroído a esquerda, e com o politicamente correcto que repele cada vez mais pessoas.
Por exemplo, basta o chuleco do André Ventura dizer umas leves verdades sobre os ciganos – não todos, mas certamente a maioria – para ser logo tratado como nazi, digno de opróbrio e censura. E admiram-se que o Chega cresça?
A extrema-direita existe há muito, chama-se PNR; nunca teve adesão, ninguém lhe liga peva. Porquê chamar ‘extrema-direita’, uma palavra tão carregada, a tudo que não seja esquerda? Aprecia quando direitalhas lhe chamam comunista?
Filipe Bastos
“ATAV, creio que persiste nos erros habituais da esquerda: a obsessão com Salazar, que morreu há 50 anos, com a ‘identity politics’ que tem corroído a esquerda, e com o politicamente correcto que repele cada vez mais pessoas.”
Vários apontamentos:
1º – Eu sei que o Salazar morreu. Mas infelizmente acredito no que o Freitas do Amaral disse.
2º – Prefiro a “identity politics” da esquerda que consiste em arranjar umas vagas para minorias do a “identity politics” da direita que são perseguições e discriminação. O que acha que é aquela conversa da direita sobre migrantes, marxismo cultural e ideologia de género? Identity politics pura e dura, variante extrema-direita.
3º – Quais pessoas é que são repelidas pelo politicamente correcto? São aqueles que querem mandar vir com outros, mas não aguentam ouvir as respostas? Não passam de uns choninhas e eu não tenho paciência para aturar esse tipo de gente!
“Por exemplo, basta o chuleco do André Ventura dizer umas leves verdades sobre os ciganos – não todos, mas certamente a maioria – para ser logo tratado como nazi, digno de opróbrio e censura. E admiram-se que o Chega cresça?”
A maioria? Qual é a sua fonte para esta afirmação? Olhe que os ciganos não se vestem todos de preto nem andam todos nas feiras. Muitos estão integrados.
E o Ventura é chamado de nazi porque vilipendia pessoas com base na sua etnia e criou um partido que está cheio de nazis.
“A extrema-direita existe há muito, chama-se PNR; nunca teve adesão, ninguém lhe liga peva. Porquê chamar ‘extrema-direita’, uma palavra tão carregada, a tudo que não seja esquerda? Aprecia quando direitalhas lhe chamam comunista?”
Não sabia que podiam existir vários partidos/movimentos de extrema-direita ao mesmo tempo? Foi o próprio Mário Machado disse que o NOS o CHEGA e o PNR competem no mesmo mercado. Eu acho que esse nazi percebe de assuntos nazis, você não concorda? Ah! E foi exactamente porque o CHEGA! apareceu que o Mário Machado acabou com o movimento dele.
O PNR nunca teve adesão por causa de quatro razões: apareceu numa altura em que a extrema-direita não estava na moda, por ser logo rotulado de extrema-direita, o centrão sempre esteve renitente em votar nele, nunca teve uma comunicação social amiga e o José Pinto Coelho tem a capacidade oratória e o carisma de um macaco lobotomizado.
Eu não chamo extrema-direita a tudo o que não seja de esquerda. O PSD não é de extrema-direita. O CDS tem muitos extremistas mas creio que ainda pode ser considerado da direita moderada.
Chamo extrema-direita a tudo o que defenda politicas de direita extremistas. nomeadamente:
– os darwinistas sociais da IL que querem mandar milhões para a pobreza só para dar borlas fiscais e subsídios aos ricos
– os racistas do CHEGA! que acham que as mulheres, minorias étnicas e religiosas devem ser tratados como cidadãos de segunda classe. E que todos os imigrantes devem ser deportados sem apelo nem agravo.
– os talibans tugas que pretendem acabar com a separação entre a igreja e o estado para fundar uma teocracia cristã semelhante à Arábia Saudita (tenho inclusive a teoria que o ódio deles aos muçulmanos é por causa da dor de cotovelo, não devido a incompatibilidades culturais ou politicas).
– os securitários que enchem a boca com palavras como lei e ordem, mas depois defendem o Mário Machado que é um criminoso condenado.
Por acaso gosto quando alguém me chama de comunista por aqui. É muito elucidativo. É que isso é uma daquelas acusações diz mais acerca do acusador do que do acusado.
ATAV, imensa gente é repelida pelo politicamente correcto, ou melhor, pelo seu constante policiamento. São todos choninhas? OK. Depois queixe-se dos Venturas, dos Trampas e Bolsonaros.
Esta dos ciganos é paradigmática. Porque teve o Ventura tanta receptividade? Também são todos racistas? Quem já viveu perto de ciganos, quem já teve alguma altercação com eles, quem vê como vivem, do que vivem, como tratam os outros, como tratam as coisas dos outros, a sociedade que os acolhe, sabe que é assim. Ou pior.
Não são todos? Pois não: o Zé e a Maria são fantásticos. Mas a maioria, a grande maioria como é? Quanto teriam de lhe pagar, ATAV, para ir descobrir em pessoa a realidade que todos sabem, fora dessa bolha cor-de-rosa?
Enquanto a esquerda insistir em hierarquizar vítimas, em dividir as pessoas, em castigar o seu eleitorado por serem homens, brancos ou heterossexuais, logo verá o sucesso que vai ter. Está à vista.
Filipe Bastos
“ATAV, imensa gente é repelida pelo politicamente correcto, ou melhor, pelo seu constante policiamento. São todos choninhas?”
Aqueles que querem mandar vir e começam a chorar quando levam com o troco? Sim!
E aqueles que ficam a espumar por ouvir um “Boas Festas” em vez de um “Feliz Natal” ou que acha que um homem abrir uma porta e dar passagem a uma mulher é sexismo? É gente que não tem nada melhor para fazer da vida…
“Depois queixe-se dos Venturas, dos Trampas e Bolsonaros.”
Eu queixo-me do racismo do Ventura, da estupidez cruel do Trump e da apologia de ditaduras do Bolsonaro. Eles são responsáveis pelas acções deles, não me ponho a arranjar pretextos para os desculpar.
“Esta dos ciganos é paradigmática. Porque teve o Ventura tanta receptividade? Também são todos racistas? ”
Sim as pessoas têm os seus preconceitos. O racismo dá muitos votos! É por isso que muitos políticos recorrem a ele. Permite-lhes ganhar eleições e implementar politicas que o eleitorado não quer. Olhe os Republicanos, há 40 anos que andam a vender racismo e quando são eleitos impingem plutocracia (cortes de impostos, privatizações, liberalizações).
“Mas a maioria, a grande maioria como é? Quanto teriam de lhe pagar, ATAV, para ir descobrir em pessoa a realidade que todos sabem, fora dessa bolha cor-de-rosa?”
Já vivi ao lado de ciganos e conheci mais uns quantos. Algumas más experiencias e outras boas. A maioria deles era pacifica. Mas não uso a minha experiencia pessoal para definir um povo inteiro. Chama-se a isso preconceito.
“Enquanto a esquerda insistir em hierarquizar vítimas, em dividir as pessoas, em castigar o seu eleitorado por serem homens, brancos ou heterossexuais, logo verá o sucesso que vai ter. Está à vista.”
Estou a ver que a esquerda devia começar a zelar pelas “verdadeiras” vitimas. Ainda bem que existem aqueles grupos de activistas dos direitos dos homens… E quando será que a ONU começará a prestar atenção ao genocídio branco que está a acontecer nos países ocidentais?
Sabe, parece-me que você está a começar a acreditar na propaganda desmiolada dos sites de extrema-direita…
Já reparou que a população que a direita divide e despreza (mulheres, ateus, homossexuais, minorias étnicas e religiosas) acabam por ser a maioria da população? “Food for tought”…
Se o CDS (e isto é válido também para o PSD) não tem mostrado interesse em fazer oposição ao socialismo desde que o actual regime entrou em vigor, regime esse fundado por socialistas e inspirado no socialismo, mostrando, tanto o CDS como o PSD, pelo contrário, vontade de não só fazerem parte do regime como de serem os seus construtores juntamente com a esquerda, é difícil crer que seja agora, quando a esquerda detém a hegemonia política e cultural do país, que o CDS venha fazer verdadeira oposição ao socialismo.
E mesmo que quisessem, e isso implicaria estarem dispostos a tornarem-se párias do regime, será que o dito regime, com o qual CDS até aqui consentiu, “deixaria”?
E isto não é uma crítica destrutiva, não tenho prazer nenhum em malhar no CDS.
O CDS morreu! Só os candidatos não perceberam isso!
P.S. Desde 1976 que votei sempre no CDS. Pela ultima vez fi-lo nas ultimas eleições e não o farei mais!
Sim.
Também acho que tanto o cds e o psd, passarão aser irrelevantes para amaioria dos portugueses.
Falta u. Projecto credível e de lideres carismáticos
Jorge, creio que o problema começa logo aí: continuarmos à espera de ‘líderes carismáticos’.
Saímos das cavernas há 10.000 anos, e ainda dependemos de líderes para decidir por nós e para mostrar-nos o caminho; pouco mudou desde o tempo da caça ao mamute.
Salazar, esse paizinho ainda chorado por muita gente, já morreu há 50 anos. E o melhor que conseguimos em quase igual tempo de ‘democracia’, ou partidocracia podre, é esta cidadania infantil, este permanente cheque em branco a uma classe pulhítica que nos chula e rouba em impunidade. E continuamos a votar.
Democracia directa, ou pelo menos semi-directa? Nem pensar. Nisto esquerda e direita são iguais. Todos à espera do chefe, do ‘líder carismático’ que impressione a carneirada votante. Felizmente, é uma carneirada bastante impressionável.
O CDS não está num labirinto, está numa encruzilhada e qualquer uma das opções é arriscada…
Antigamente o CDS tinha naturalmente o voto da extrema-direita (fascistas/autoritários, beatos e plutocratas). Quando queria subir a votação moderava-se nalgumas coisas ou fingia-se moderno para captar votos da facção mais à direita do PSD.
Agora que a IL lhe roubou o voto dos plutocratas e o CHEGA! roubou o voto fascistas/autoritários, ficaram apenas os beatos. Se o CDS for atrás dos votos do PSD, corre o risco de perder de vez eleitorado que está na IL e no CHEGA. Se for atrás dos eleitores da extrema-direita, já não tem acesso aos votos mais moderados do PSD.
O que fazer? Virar mais à direita e esperar que a extrema-direita esteja em ascensão ou virar-se para o centro na esperança que o CHEGA e a IL sejam apenas uma moda?
Vida difícil para o CDS…
Previsão pessoal: Eles vão virar à direita e apostar que os fachos estão a subir…
ATAV, não é assim um caminho tão difícil, o do CDS para recuperar grande parte dos seus antigos apoiantes. Basta voltar a ler os canhanhos que foram a bíblia da democracia-cristã do pós-guerra, e passar os conceitos que lá se encontram para seus estatutos recauchutados…
Com isso conseguiria recuperar antigos militantes, algumas franjas do PPD e até alguns católicos ferrenhos do PS.
Manuel Vicente Galvão
O “regresso às origens” que está a descrever não resultaria no regresso da extrema-direita ao CDS. Podia captar alguns católicos do outros partidos mais moderados, mas como já não há assim tantos, o ganho é limitado.
Os extremistas sempre quiseram ter acesso a um partido com representação no parlamento. Antigamente optavam pelo CDS que era o mais à direita que havia mas tinham que esconder a sua verdadeira natureza. Agora, com a entrada da IL e do CHEGA! no parlamento já podem mostrar ao que vêm. Têm representação mas agora podem andar mais à vontade.
No pós-guerra, tendências nazis e fascistas em partidos eram veneno eleitoral (em Portugal esta isto verificou-se após o 25 de Abril) , hoje em dia é bem capaz de ser um trunfo. É por isso que eu acho que o CDS vai virar à direita. Eles pressentem que o mercado de salazaristas envergonhados é muito amplo. O próprio Freitas do Amaral dizia que o que não faltava por aí eram salazaristas escondidos.
Pressinto que o CDS vai tentar reabilitar a imagem do Salazar, irá diabolizar imigrantes e minorias, tentará empurrar as mulheres de volta para a cozinha e os candidatos vão deixar fotografar-se com armas apelando à tradição da caça ou em touradas dizendo que é património cultural. Economicamente, vai ser sempre contra os trabalhadores e a favor da redução do estado social. Para a policia e os militares, vão querer um reforço orçamental e um aumento de poder destas instituições sobre a sociedade civil.
E acho que o PSD vai tentar o mesmo, agora que o PS moveu-se para o centro.
Tanto o CDS como o PSD estão num labirinto, porque eram partidos que misturavam no seu seio diferentes ideologias (mais no caso do PSD do que no do CDS), e atualmente é-lhes exigido que optem por uma ideologia bem definida.
Por exemplo, o CDS misturava no seu interior homossexuais (re)conhecidos com conservadores católicos – uma mistura dificilmente concebível mas que na direita portuguesa funcionava bem. Atualmente esta comunhão passou a ser difícil, o CDS terá que optar, ou por ser um partido liberal de homossexuais, ou por ser um partido conservador de católicos.
(O comentário anterior é meu.)
ATAV, creio que persiste nos erros habituais da esquerda: a obsessão com Salazar, que morreu há 50 anos, com a ‘identity politics’ que tem corroído a esquerda, e com o politicamente correcto que repele cada vez mais pessoas.
Por exemplo, basta o chuleco do André Ventura dizer umas leves verdades sobre os ciganos – não todos, mas certamente a maioria – para ser logo tratado como nazi, digno de opróbrio e censura. E admiram-se que o Chega cresça?
A extrema-direita existe há muito, chama-se PNR; nunca teve adesão, ninguém lhe liga peva. Porquê chamar ‘extrema-direita’, uma palavra tão carregada, a tudo que não seja esquerda? Aprecia quando direitalhas lhe chamam comunista?
Filipe Bastos
“ATAV, creio que persiste nos erros habituais da esquerda: a obsessão com Salazar, que morreu há 50 anos, com a ‘identity politics’ que tem corroído a esquerda, e com o politicamente correcto que repele cada vez mais pessoas.”
Vários apontamentos:
1º – Eu sei que o Salazar morreu. Mas infelizmente acredito no que o Freitas do Amaral disse.
2º – Prefiro a “identity politics” da esquerda que consiste em arranjar umas vagas para minorias do a “identity politics” da direita que são perseguições e discriminação. O que acha que é aquela conversa da direita sobre migrantes, marxismo cultural e ideologia de género? Identity politics pura e dura, variante extrema-direita.
3º – Quais pessoas é que são repelidas pelo politicamente correcto? São aqueles que querem mandar vir com outros, mas não aguentam ouvir as respostas? Não passam de uns choninhas e eu não tenho paciência para aturar esse tipo de gente!
“Por exemplo, basta o chuleco do André Ventura dizer umas leves verdades sobre os ciganos – não todos, mas certamente a maioria – para ser logo tratado como nazi, digno de opróbrio e censura. E admiram-se que o Chega cresça?”
A maioria? Qual é a sua fonte para esta afirmação? Olhe que os ciganos não se vestem todos de preto nem andam todos nas feiras. Muitos estão integrados.
E o Ventura é chamado de nazi porque vilipendia pessoas com base na sua etnia e criou um partido que está cheio de nazis.
“A extrema-direita existe há muito, chama-se PNR; nunca teve adesão, ninguém lhe liga peva. Porquê chamar ‘extrema-direita’, uma palavra tão carregada, a tudo que não seja esquerda? Aprecia quando direitalhas lhe chamam comunista?”
Não sabia que podiam existir vários partidos/movimentos de extrema-direita ao mesmo tempo? Foi o próprio Mário Machado disse que o NOS o CHEGA e o PNR competem no mesmo mercado. Eu acho que esse nazi percebe de assuntos nazis, você não concorda? Ah! E foi exactamente porque o CHEGA! apareceu que o Mário Machado acabou com o movimento dele.
O PNR nunca teve adesão por causa de quatro razões: apareceu numa altura em que a extrema-direita não estava na moda, por ser logo rotulado de extrema-direita, o centrão sempre esteve renitente em votar nele, nunca teve uma comunicação social amiga e o José Pinto Coelho tem a capacidade oratória e o carisma de um macaco lobotomizado.
Eu não chamo extrema-direita a tudo o que não seja de esquerda. O PSD não é de extrema-direita. O CDS tem muitos extremistas mas creio que ainda pode ser considerado da direita moderada.
Chamo extrema-direita a tudo o que defenda politicas de direita extremistas. nomeadamente:
– os darwinistas sociais da IL que querem mandar milhões para a pobreza só para dar borlas fiscais e subsídios aos ricos
– os racistas do CHEGA! que acham que as mulheres, minorias étnicas e religiosas devem ser tratados como cidadãos de segunda classe. E que todos os imigrantes devem ser deportados sem apelo nem agravo.
– os talibans tugas que pretendem acabar com a separação entre a igreja e o estado para fundar uma teocracia cristã semelhante à Arábia Saudita (tenho inclusive a teoria que o ódio deles aos muçulmanos é por causa da dor de cotovelo, não devido a incompatibilidades culturais ou politicas).
– os securitários que enchem a boca com palavras como lei e ordem, mas depois defendem o Mário Machado que é um criminoso condenado.
Por acaso gosto quando alguém me chama de comunista por aqui. É muito elucidativo. É que isso é uma daquelas acusações diz mais acerca do acusador do que do acusado.
ATAV, imensa gente é repelida pelo politicamente correcto, ou melhor, pelo seu constante policiamento. São todos choninhas? OK. Depois queixe-se dos Venturas, dos Trampas e Bolsonaros.
Esta dos ciganos é paradigmática. Porque teve o Ventura tanta receptividade? Também são todos racistas? Quem já viveu perto de ciganos, quem já teve alguma altercação com eles, quem vê como vivem, do que vivem, como tratam os outros, como tratam as coisas dos outros, a sociedade que os acolhe, sabe que é assim. Ou pior.
Não são todos? Pois não: o Zé e a Maria são fantásticos. Mas a maioria, a grande maioria como é? Quanto teriam de lhe pagar, ATAV, para ir descobrir em pessoa a realidade que todos sabem, fora dessa bolha cor-de-rosa?
Enquanto a esquerda insistir em hierarquizar vítimas, em dividir as pessoas, em castigar o seu eleitorado por serem homens, brancos ou heterossexuais, logo verá o sucesso que vai ter. Está à vista.
Filipe Bastos
“ATAV, imensa gente é repelida pelo politicamente correcto, ou melhor, pelo seu constante policiamento. São todos choninhas?”
Aqueles que querem mandar vir e começam a chorar quando levam com o troco? Sim!
E aqueles que ficam a espumar por ouvir um “Boas Festas” em vez de um “Feliz Natal” ou que acha que um homem abrir uma porta e dar passagem a uma mulher é sexismo? É gente que não tem nada melhor para fazer da vida…
“Depois queixe-se dos Venturas, dos Trampas e Bolsonaros.”
Eu queixo-me do racismo do Ventura, da estupidez cruel do Trump e da apologia de ditaduras do Bolsonaro. Eles são responsáveis pelas acções deles, não me ponho a arranjar pretextos para os desculpar.
“Esta dos ciganos é paradigmática. Porque teve o Ventura tanta receptividade? Também são todos racistas? ”
Sim as pessoas têm os seus preconceitos. O racismo dá muitos votos! É por isso que muitos políticos recorrem a ele. Permite-lhes ganhar eleições e implementar politicas que o eleitorado não quer. Olhe os Republicanos, há 40 anos que andam a vender racismo e quando são eleitos impingem plutocracia (cortes de impostos, privatizações, liberalizações).
“Mas a maioria, a grande maioria como é? Quanto teriam de lhe pagar, ATAV, para ir descobrir em pessoa a realidade que todos sabem, fora dessa bolha cor-de-rosa?”
Já vivi ao lado de ciganos e conheci mais uns quantos. Algumas más experiencias e outras boas. A maioria deles era pacifica. Mas não uso a minha experiencia pessoal para definir um povo inteiro. Chama-se a isso preconceito.
“Enquanto a esquerda insistir em hierarquizar vítimas, em dividir as pessoas, em castigar o seu eleitorado por serem homens, brancos ou heterossexuais, logo verá o sucesso que vai ter. Está à vista.”
Estou a ver que a esquerda devia começar a zelar pelas “verdadeiras” vitimas. Ainda bem que existem aqueles grupos de activistas dos direitos dos homens… E quando será que a ONU começará a prestar atenção ao genocídio branco que está a acontecer nos países ocidentais?
Sabe, parece-me que você está a começar a acreditar na propaganda desmiolada dos sites de extrema-direita…
Já reparou que a população que a direita divide e despreza (mulheres, ateus, homossexuais, minorias étnicas e religiosas) acabam por ser a maioria da população? “Food for tought”…
Se o CDS (e isto é válido também para o PSD) não tem mostrado interesse em fazer oposição ao socialismo desde que o actual regime entrou em vigor, regime esse fundado por socialistas e inspirado no socialismo, mostrando, tanto o CDS como o PSD, pelo contrário, vontade de não só fazerem parte do regime como de serem os seus construtores juntamente com a esquerda, é difícil crer que seja agora, quando a esquerda detém a hegemonia política e cultural do país, que o CDS venha fazer verdadeira oposição ao socialismo.
E mesmo que quisessem, e isso implicaria estarem dispostos a tornarem-se párias do regime, será que o dito regime, com o qual CDS até aqui consentiu, “deixaria”?
E isto não é uma crítica destrutiva, não tenho prazer nenhum em malhar no CDS.