Leitura imprescindível deste artigo do do Carlos Guimarães Pinto no jornal online Eco “Em casa onde não há pão… não há alternativa à suborçamentação” que descreve na perfeição a situação do país.
A conclusão é clara: não há economia para suportar a despesa pública que muitos gostavam que Portugal tivesse. O modelo económico dos últimos 20 anos não permite o crescimento da economia e sem economia não há dinheiro para serviços públicos.
Noutras paragens, países que adotaram um modelo económico mais liberal têm (surpreendentemente para alguns) uma despesa pública por habitante mais elevada. A Irlanda é um bom exemplo disso: tida como exemplo de liberalismo económico, ainda assim gasta perto do dobro da despesa pública por habitante de Portugal. Pode fazê-lo porque a certa altura decidiu criar um regime amigo das empresas, do investimento e da criação de emprego, o que permitiu que a economia crescesse, abrindo espaço para melhorar serviços públicos.
Por aqui o governo adota a estratégia inversa: se algum setor tem uma réstia de sucesso, trata de o esmifrar até deixar de ter. Nos últimos anos esses setores foram o imobiliário e o turismo que, consequentemente, acabam por ser os mais castigados neste orçamento. É este o nosso modelo económico: criar dificuldades generalizadas a todas as empresas e dificuldades adicionais às que estiverem a ter sucesso temporário. Tudo isto para ir sustentando medidinhas dirigidas a certos grupos para comprar votos suficientes para ir ganhando eleições. Muitos, iludidos e sem perceberem que existe uma alternativa, acabam mesmo por vender o seu voto pelas migalhas do PS.
O envelhecimento da população só agravará o cenário. A saúde vai exigir cada vez mais dinheiro para tratar de uma população cada vez mais velha e doente, a segurança social terá que ir buscar receitas a outros lados e os recursos necessários para apoiar pessoas em fim de vida irão crescer exponencialmente.
Se hoje já há queixas de suborçamentação, nos próximos 20 anos essas queixas só se irão agravar. Sem uma transformação do modelo económico continuaremos nesta situação paradoxal: gastamos mais do que a economia pode pagar, mas menos do que muitos precisariam. Para lá da propaganda e da política das medidinhas, os problemas continuarão orçamento após orçamento porque em casa onde não há pão… não há alternativa à suborçamentação.
Outra vez a canção da Irlanda, esse “bom exemplo” de como baixar as calças a mamões, aplicando logo a vaselina para lhes poupar trabalho, e de como chular os impostos dos outros.
Esta versão da cantiga traz uma inovação: como o Estado por lá gasta muito mais que o nosso por habitante, normalmente seria aqui apedrejado como vergonhoso socialismo.
Mas é preciso elogiar a Irlanda lacaia de mamões; por isso o gasto estatal passa a coisa boa. Tal como os países nórdicos, cheios de funcionários públicos e subsídios e assim, tornam-se magicamente triunfos do capitalismo.
Claro que o futuro de Portugal é sombrio: um país pobre e corrupto, saqueado por uma classe pulhítica e banqueira impune, com os jovens a fugir e o resto a envelhecer.
Mas qual a solução da IL? Correr contra a Irlanda na Grande Corrida Para o Fundo. Baixar as calças, ficar de rabo no ar e convidar mamões. Venham cá fugir aos impostos.
países que adotaram um modelo económico mais liberal têm uma despesa pública por habitante mais elevada. A Irlanda é um bom exemplo disso
O Carlos Guimarães Pinto fala e escreve muito bem (digo-o sem ironia), mas tem o problema de muitos economistas: julga que tem uma receita infalível para o desenvolvimento económico. Coisa que, infelizmente, nem ele nem ninguém tem.
A Irlanda é um caso de sucesso. Mas também se pode falar da Macedónia (do Norte) que, apesar de também ter uma política fiscal maravilhosa (flat tax, etc), não sai da cepa torta. O facto é que o liberalismo faz muito bem à economia, mas nem sempre é suficiente.
E aquilo que funciona para países muito pequenos, tipo Irlanda, nem sempre funciona para países maiores. É que, os paraísos fiscais só podem existir em muito pequena quantidade, caso contrário perdem o seu caráter paradisíaco. Não é por acaso que todos os paraísos fiscais – tipo Irlanda, Luxemburgo, Delaware ou Chipre – são países muito pequenos.
O Luís Lavoura a Macedónia aumentou na riqueza de quase 50%. de 2007 para 2018. Portugal o que fez no mesmo período?
Uma das coisas que sustenta muitos países ricos europeus é a cultura do passado. Fosse com a cultura que está a tomar conta nunca teriam sido prósperos.
Comportamentos passados aguentam boa parte da Europa.
Ao Autor:
Há uma diferença entre réstia e réstea. Uma delas envolve cebolas e onion sellers do Allo-Allo.
Eis os meuus 2 cêntimos.
Luís Lavoura,
O liberalismo pode não ser solução para os problemas de um país, mas a falta dele torna-se sempre um problema sem solução.
A verdade é que a liberalização da economia, se associada a valores morais fortes — defesa da família e da moralidade pública, não aquela versão anódina a que resolveram chamar ética — torna as sociedades fortes e promove crescimento económico. Falta um contra-exemplo, pois procurei-os e não os encontrei.
Os Estados Unidos da segunda metade do Sec. XIX foram o paradigma do crescimento forte. Já o Tocqueville que todos citam e ninguém lê falava disso n’A Democracia na América. Admirava-se ele pela penetração da religião em todos os estratos da sociedade americana e do saudável papel desta (exactamente por não haver religião de estado e ser de exercício livre) na América. A ética de trabalho e a não aceitação individual e colectiva da corrupção; as leis que vêm de baixo e o forte governo local; o comportamento que começa nas bases, no indivíduo, e o pequeno corpo legislativo; tudo isso foi corrompido por uma catrefa ou cáfila de sociólogos, politólogos, advogados e bestas afins. Estes têm sempre uma solução para todos os problemas dos outros, mas excluem-se sempre do cumprimento das próprias leis que fazem passar.
Só assim temos alguém que diz sem ir responder perante a barra de um tribunal ou ser visado por um uso creativo e justo de vegetais putrefactos: «Para os amigos, tudo. Para os inimigos, nada. E os outros, que cumpram a lei.»
a não aceitação individual e colectiva da corrupção
Os Estados Unidos da América no século 19 eram um país altamente corupto e, em particular e muito especialmente, nepótico.
a Macedónia aumentou na riqueza de quase 50%. de 2007 para 2018
Isso é um crescimento de 4% ao ano, o que, para um país atrasado, é muito pouco impressionante, e de forma nenhuma configura um milagre económico do tipo do irlandês.
“Os Estados Unidos da segunda metade do Sec. XIX foram o paradigma do crescimento forte. Já o Tocqueville que todos citam e ninguém lê falava disso n’A Democracia na América. Admirava-se ele pela penetração da religião em todos os estratos da sociedade americana e do saudável papel desta (exactamente por não haver religião de estado e ser de exercício livre) na América.”
A 2ª metade do Séc. XIX na América: a Gilded Age dos robber barons, do individualismo mais torpe, do monopólio e da corrupção. Paradigma, isso sim, do saque em escala industrial e da concentração obscena da riqueza numa dúzia de mega-mamões.
A par da desigualdade extrema, injusta e imoral, o velho ópio do povo – a religião – para mantê-lo dócil e controlado. Funcionou lindamente.
Enquanto os mamões mamavam e grande parte da população vivia em abjecta pobreza, era ver os mui religiosos americanos a serem chulados com alegria, enquanto se embebedavam e linchavam negros:
https://www.bbc.com/news/magazine-31741615
https://en.wikipedia.org/wiki/Lynching_in_the_United_States
A espiral de mama e loucura rebentou finalmente em 1929, com os resultados conhecidos. Mas os crentes não desarmam. Nem a repetição cíclica e inevitável da história os desanima. Nisso são como os comunas.
Filipe Bastos,
A América era tão pouco atractiva que os americanos emigravam em massa para a iluminadíssima Ásia e Europa…
Há sempre invejosos e desdenhadores. Nada a fazer.
“Os Estados Unidos da América no século 19 eram um país altamente corupto e, em particular e muito especialmente, nepótico.”
E lá vai mais barro atirado à parede. Não cola.
Prove o que disse, se puder, comparando com a situação na Europa e na Ásia, os emissores dos que engrossaram a situação nos Estados Unidos.
Boa sorte.
Francisco Miguel Colaço
“A verdade é que a liberalização da economia, se associada a valores morais fortes — defesa da família e da moralidade pública, não aquela versão anódina a que resolveram chamar ética — torna as sociedades fortes e promove crescimento económico. Falta um contra-exemplo, pois procurei-os e não os encontrei.”
Não procurou o suficiente. O procurador-geral do Trump também veio com essa conversa da moralidade e religião para justificar a degradação da sociedade e da economia e o Krugman desmontou isso num dos artigos de opinião dele.
Eu faço o resumo: nos locais onde os “valores tradicionais” são mais apreciados (nas zonas rurais que são mais prevalentes em estados mais conservadores) há menor produtividade, rendimento, educação e esperança média de vida. Também há menos intervenção do estado nessas zonas como por exemplo na implementação de partes do Obamacare porque os republicanos que detêm o poder passam a vida a dizer que a intervenção estatal é má. Ora bem, os resultados estão à vista…
Curiosamente, quando a violência, drogas e degradação social estavam mais concentradas na população africana dos ghettos das grandes cidades, os conservadores também vinham com essa conversa da falta de moralidade e religião. Mas isso era apenas racismo mal disfarçado.
Mas essa é a diferença entre nós: o Francisco vê uma comunidade com problemas de drogas, pobreza e falta de acesso a bons empregos, saúde e educação e acha que a coisa vai lá com uma bíblia, uma lição de moral e um “vai trabalhar, vadio!”. Eu acho que as pessoas precisam de empregos, saúde e educação e que o estado é o principal meio de o conseguirem. E estabilidade também visto que não há família que se aguente com os pais sempre a entrarem e a saírem do desemprego.
Francisco Miguel Colaço
“A América era tão pouco atractiva que os americanos emigravam em massa para a iluminadíssima Ásia e Europa…”
A América era atrativa porque os emigrantes eram razoavelmente bem recebidos e porque ainda havia algum crescimento económico que sobrava para os mais humildes.
Sempre era melhor que morrer de fome na Irlanda ou ser arrastado pela degradação da China. E nos Estados Unidos ainda havia alguma mobilidade social. Nos outros países as classes sociais estavam muito mais cristalizadas.
Mas nada disso significa que não havia muita gente a morrer à fome lá ou que a oligarquia dos “robber barons” não era bastante problemática.
Simplesmente não era tão mau como o país de origem. É por isso que os países emissores de emigrantes iam mudando. Quando as coisas estavam mais ou menos nos países de origem, as pessoas ficavam por lá, quando rebentava uma fome, guerra ou crise económica, desamparavam a loja para um pais onde sabiam que iam ser bem-recebidos (mais ou menos), estava em paz e tinha uma politica de emigração menos restritiva: os Estados Unidos.
Francisco Miguel Colaço
“Os Estados Unidos da América no século 19 eram um país altamente corupto e, em particular e muito especialmente, nepótico.”
E lá vai mais barro atirado à parede. Não cola.
Prove o que disse, se puder, comparando com a situação na Europa e na Ásia, os emissores dos que engrossaram a situação nos Estados Unidos.
Boa sorte.”
Não era para mim, mas posso tentar:
Conhece o Andrew Jackson? Basicamente foi o presidente americano que criou o chamado “spoils system” que consiste no processo em que o vencedor das eleições enche a administração pública com os seus apaniguados e apparatchiks. Este sistema durou mais de um século. E foi isto que criou as “political machines” e os “political bosses” como aqueles retratados na série “Boardwalk empire”.
Foi o presidente Chester A. Arthur que fez a reforma da administração pública que eventualmente eliminou este mecanismo. O que foi bastante caricato visto que ele próprio tinha sido um dos grandes beneficiários deste sistema e porque, como herdou o cargo quando o Presidente Garfield foi morto a tiro (não foi numa segunda-feira, eu verifiquei), não era uma promessa eleitoral dele que tivesse que ser cumprida.
E o que dizer da morte de Edgar Allen Poe que se suspeita que tivesse sido no decorrer de fraudes eleitorais recorrentes através de “cooping”?
Já chega de exemplos de corrupção e compadrio nos Estados Unidos de antigamente?
Mas a presença de muita corrupção não é o principal factor na decisão de emigrar. Não foi antes nem é agora. Se assim fosse os emigrantes Portugueses nunca iriam para a África do Sul ou para a Venezuela que são bem mais corruptos e desiguais que Portugal.
O que atrai os emigrantes são as oportunidade criadas pelo crescimento económico e a presença de uma comunidade de outros emigrantes do mesmo pais que os possam receber.
“A América era tão pouco atractiva que os americanos emigravam em massa para a iluminadíssima Ásia e Europa…”
Como o ATAV já disse, os europeus e asiáticos não iam para a América por esta ser iluminada; iam porque os sítios onde viviam eram ainda piores – e pelo mesmo motivo: mamões que mamavam de mais.
Na Europa levámos séculos a livrar-nos de mamões hereditários, que governavam em luxo obsceno sobre a plebe (alguns países, até bastante avançados, ainda nem se livraram deles).
A Rev. Industrial trouxe depois os nossos próprios robber barons, que exploravam massas de indigentes, incluindo crianças, em condições próximas da escravatura.
Ora, nos seus lindos EUA havia mesmo escravatura; e depois o Jim Crow. Mas era para negros, por isso tá-se bem: milhões foram à procura de vida melhor. E muitos encontraram-na, porque era um país imenso, um recomeço do zero onde quase tudo estava por fazer.
Na sua génese, os EUA foram uma promessa genuína: finalmente um país onde ‘all men are created equal’ e têm (excepto mulheres e negros, claro) direitos iguais. Mas rapidamente se tornou mais do mesmo, apenas com outros mamões. Os aristocratas eram agora banqueiros e industriais.
Ainda assim, tinha vantagens: era maior, era rico, era novo. Para muita gente, ainda as tem. Mas o problema de fundo é o mesmo em todo o lado. Mamões que mamam de mais.
Ando para aqui tão entretido a falar de corrupção e de fluxos migratórios que me esqueci de apontar o essencial: que o Carlos Guimarães Pinto escreveu um texto todo a impingir a difusão descendente (trickle-down economics) como modelo económico.
Ele basicamente quer aumentar as receitas fiscais baixando as taxas de impostos que supostamente irão aumentar a actividade económica o suficiente para cobrir o buraco deixado pela baixa das taxas.
Ora bem, como a difusão descendente é uma grande treta como modelo de desenvolvimento, isto é demonstrativo da falta de qualidade deste individuo como economista. E aparentemente uma das cadeiras que ele leciona é… “Políticas Públicas e de Economia”
A esquerda desmonta argumentos como a crianća desmonta relógios: uma vez desmontados têm de vir a direita remontá-los. A esquerda só sabe desmontar.
Se me fala no bolo o Krugman, o tal que nunca acerta num vaticínio, desmontagem dele é asserveração para mim.
Ainda estou à espera do colapso da economia sob o Trump ou da espiral recessiva sob Passos Coelho.
A raivinha invejosa da esquerdalhada é a força dominante em todo o processo.
Suportam bem a miséria desde que seja generalizada.
O alojamento local é o exemplo dessa compulsão da esquerdalhada:
– Os investimentos começaram por ver 15% do rendimento tributado.
– Chegou a geringonça e passou a 35%
– Com a matilha socialista reforçada já aponta aos 50%
O que não muda é ser preciso bom dinheiro e mais de uma ano para correr com um inquilino que não paga a renda.
Cambada de coirões!
“O alojamento local é o exemplo…”
…da ganância desmedida de muito chuleco, sobretudo em Lisboa e Porto, que acha naturalíssimo viver de rendas, de papo pró ar, sem nada produzir e sem criar um só posto de trabalho?
Muitos enriqueceram do noite para o dia, sem fazerem um corno por isso, graças ao turismo e à especulação. Além desta injustiça, as cidades são cada vez mais para turistas e menos para habitantes.
Admitamos que um casal lisboeta, nos seus trinta e poucos, ganha perto do salário médio líquido: somando os dois, 25.000 euros /ano. Digamos que podem gastar com a habitação 8.000 euros /ano, ou 700 euros /mês. Levam assim +- trinta anos a comprar um T2 de ~200.000 euros.
Portal imobiliário ao calhas, apartamentos T2 em Lisboa: 5500 resultados. Até 200.000 euros: 380 resultados. Menos de 7%. Dito de outra forma: 93% custam mais. Metade custam mais de 500.00 euros. Em Portugal.
O casal decide então arrendar. Apartamentos T2 em Lisboa p/ arrendar: 850 resultados. Até 700 euros: dois resultados. Dois.
O JGMENOS até tem razão. Cambada de ladrões.
“Outra vez a canção da Irlanda”, isto acontece porque o capitalismo e o liberalismo têm várias canções com êxito para cantar, algo que o comunismo/socialismo gostaria de poder ter (especialmente na sua versão neo, que diz que a teoria comuna é a melhor de todas, mas nunca foi correctamente aplicada…).
Não percebo esta discussão de aspectos teóricos do capitalismo versus comunismo/socialismo, quando temos 2 experiências práticas comparativas de aplicação dos 2 modelos num mesmo país a RDA/RFA e Coreia do Norte/Coreia do Sul (ter presente que os recursos naturais do 2 países ficaram predominantemente no lado comunista). Nas Alemanhas, cerca de 40 anos depois do fim da segunda guerra mundial as diferenças eram tão evidentes que nem era preciso um artigo de um iluminado tipo Krugman para as detectar, até a população quando o muro da vergonha esboroou, preferiu ser explorada pelos malandros dos capitalistas do que continuar a ser protegida pelos defensores dos trabalhadores (estranhamente, ou talvez não, os únicos que preferiram ficar eram os dirigentes…). Nas Coreias basta dizer que no norte, quando existe um ano mau que destrói as colheitas, milhões morrem de fome, mas têm misseis e armas nucleares (que infelizmente se revelaram muito pouco comestíveis)…
Não vai dar, não sairemos disto. O ódio e inveja ao sucesso, ao êxito e à prosperidade estão demasiado entranhados na mentalidade portuguesa. Seremos a Venezuela da Europa.
“Outra vez a canção da Irlanda”, isto acontece porque o capitalismo e o liberalismo têm várias canções com êxito para cantar, algo que o comunismo/socialismo gostaria de poder ter (especialmente na sua versão neo, que diz que a teoria comuna é a melhor de todas, mas nunca foi correctamente aplicada…).
Não percebo esta discussão de aspectos teóricos do capitalismo versus comunismo/socialismo, quando temos 2 experiências práticas comparativas de aplicação dos 2 modelos num mesmo país a RDA/RFA e Coreia do Norte/Coreia do Sul (ter presente que os recursos naturais do 2 países ficaram predominantemente no lado comunista). Nas Alemanhas, cerca de 40 anos depois do fim da segunda guerra mundial as diferenças eram tão evidentes que nem era preciso um artigo de um iluminado tipo Krugman para as detectar, até a população quando o muro da vergonha esboroou, preferiu ser explorada pelos malandros dos capitalistas do que continuar a ser protegida pelos defensores dos trabalhadores (estranhamente, ou talvez não, os únicos que preferiram ficar eram os dirigentes…). Nas Coreias basta dizer que no norte quando existe um ano mau que destrói as colheitas, milhões morrem de fome, mas têm misseis e armas nucleares (pouco comestíveis)…
Francisco Miguel Colaço
“Ainda estou à espera do colapso da economia sob o Trump ou da espiral recessiva sob Passos Coelho.”
O Krugman retractou-se 3 dias depois. Alegou que estava em estado de choque devido à eleição. E, se bem me lembro, o principal utilizador do termo espiral recessiva foi o Cavaco Silva. Esse esquerdalha…
Mas aqueles fanáticos do mercado livre e da “moeda forte” que diziam que a intervenção dos bancos centrais iriam provocar hiperinflação, que taxas se desemprego acima de 10% eram estruturais ou skills mismatch, que a crise era uma questão de confiança ou que a austeridade era expansionista nunca admitiram estarem errados. E muitos deles andavam por aqui…
André Miguel
Ódio e inveja do êxito ??? É isso que diz de quem se preocupa com a desigualdade?
Olha, mais um que acha que os ricaços o vão recompensar generosamente pelo lobbying todo que está a fazer…
Desengane-se! Conhece alguém que tenha enriquecido a passar cheques gordos a apoiantes anónimos? Quando for lá pedir emprego ou recompensa monetária pelos seus esforços vão-lhe impingir as mesmas tretas que dão aos outros: que não há dinheiro porque a economia está má, os impostos são altos ou porque os funcionários públicos, imigrantes e/ou pobres são um peso excessivo para a sociedade. Que você já é um privilegiado por viver na sociedafe actual e que na realidade já ganha muito mais do que merece. Seja como for os seus bolsos hão-de permanecer vazios.
Carlos Guerreiro
Estranho. Não me lembro de ver alguém aqui neste post a defender comunas ou socialistas, mas os extremistas pensam sempre assim não é?
“Ou comes com o sistema que defendo exactamente como eu o defendo ou pertences ao outro extremo.”
Ou seja para si quem não concorda consigo é um comunista/socialista. Tal como o Bolsonaro que vê comunistas em todo o lado incluindo em gente que o apoiou ou o Estaline que fazia purgas constantes aos “reacionários” escondidos nas suas próprias fileiras.
ATAV,
Para haver hiperinflação terá de ter indexação automática dos salários à inflação. O que tem em vez disso é estagflação.
Quem tenha dito o que disse que disseram não percebia muito de economia. Com sorte, foi formado no ISCTE.
ATAV,
Sobre a intervenção do Estado nas comunidades negras (recuso o termo afroamericanos, que de africanos não têm nada), é melhor ouvir alguns negros:
Se o ATAV sabe melhor que os negros mais inteligentes como os negros devem viver as suas vidas, pode inscrever-se no Bloco de Esterco e admirar as Cararinas e as Mortéguas Metralhas deste mundo.
Este é particularmente o meu favorito:
Francisco, ainda bem que fala em Martin Luther King:
“The evils of capitalism are as real as the evils of militarism and evils of racism.”
“Communism forgets that life is individual. Capitalism forgets that life is social. And the kingdom of brotherhood is found neither in the thesis of communism nor the antithesis of capitalism, but in a higher synthesis.”
“Call it democracy, or call it democratic socialism, but there must be a better distribution of wealth within this country for all God’s children.”
“I am now convinced that… the solution to poverty is to abolish it directly by a now widely discussed matter: the guaranteed income… The curse of poverty has no justification in our age. It is socially as cruel and blind as the practice of cannibalism at the dawn of civilization… The time has come for us to civilize ourselves by the total, direct and immediate abolition of poverty.”
“We are saying that something is wrong with capitalism…. There must be better distribution of wealth and maybe America must move toward a democratic socialism.”
Tirando o nonsense religioso, acho que o Sr. King tinha razão. Ele via com clareza algo que o Francisco e os seus compinchas, mesmo hoje, passados 50 anos, não conseguem ver.
ATV
Estranho. Só vi gente a criticar o capitalismo, mas quando confrontados com os resultados das alternativas, só vêem extremistas.
“Ou comes com o sistema que defendo exactamente como eu o defendo ou pertences ao outro extremo.” – gosto de pessoas que se citam a si próprias…
E já junta o Bolsonaro e o Estaline… Não se terá esquecido do Trump?
ATV
Estranho. Parece que neste post vi várias pessoas atacando o capitalismo, mas quando confrontados com os resultados das alternativas, os outros é que são extremistas…
“Ou comes com o sistema que defendo exactamente como eu o defendo ou pertences ao outro extremo.” – fica sempre bem uma citação, mesmo quando inventada ou do próprio.
Quando faltam argumentos, lá vem o Bolsonaro… Esqueceu-se do Trump?
Carlos Guerreiro
Então, não sabe ler? Quando é que eu defendi o regime comunista ou socialista?
Sabe o que é a falácia do espantalho? É atribuir aos outros uma posição que eles não defendem e atacá-los com base nisso. Olhe, é exactamente o que acabou de fazer… Uma táctica abundantemente utilizada por extremistas.
O sistema que eu sempre defendi é o modelo nórdico, mas não desgosto do sistema da Europa Ocidental, do Canadá ou mesmo o do Japão. Que eu saiba isto são sistemas capitalistas com muita redistribuição e uma rede de segurança social muito abrangente.
Mas aparentemente para si eu sou um comunista e/ou um socialista. A sua desonestidade intelectual é aviltante
Francisco Miguel Colaço
Videos interessantes. Mas é mais do mesmo. Mistura alguns factos com suposições e tretas para impingir ideologia.
Facto: maior suporte familiar aumenta a probabilidade de sucesso das crianças.
Treta: as familias tradicionais são as únicas que providenciam um bom suporte familiar.
Se assim fosse crianças criadas por casais gays ou por avós ou por tios teriam piores perspectivas de vida. Não é verdade.
Facto: lares problemáticos aumentam a probabilidade de criminalidade.
Treta: se assim fosse a criminalidade aumentaria com a taxa de divórcio. A criminalidade tem vindo a diminuir há décadas .
Biblias e lições de moral não fazem ninguém subir na vida. Saúde, educação, bons empregos e oportunidades económicas sim.
Também gosto daquela que diz que o estado social dá cabo das familias porque tiram os progenitores de casa. Mas no entanto ela apoia os republicanos que gostam de impor cláusulas de “work requirements” ao estado social (food stamps e medicaid por exemplo). Basicamente exigem qu,e para as pessoas receberem ajuda do estado, têm que ir trabalhar deixando os filhos sozinhos. Ela culpa os outros das políticas que ela própria apoia. Que falta de noção.
Esqueci-me de referir que não considero um casal divorciado como um lar problemático.
Um casal que permaneçam juntos mas estejam sempre a discutir ou contextos de violência doméstica sim.
Francisco Miguel Colaço
Acho graça como o pessoal de direita que costumava vilipendiar o Martin Luther King como um comunista promotor de sedição agora anda invocar o nome dele. E o pior é que geralmente o fazem para tentar manter as discriminações actuais.
Enfim, é mais uma para juntar à pilha de politicas pelas quais assumem o crédito mas que quando surgiram, tentaram impedir a todo o custo.
ATAV,
Ao menos viu o vídeo antes de opinar sobre ele?
Quem lesse os seus argumentos diria que pergunta exactamente o que o videogramas responde.
ATAV,
Sabe que Martin Luther King era republicano, não sabe? E que foi assassinado por democratas, não sabe?
Francisco Miguel Colaço
Vi ambos os vídeos mas as minhas criticas restringiram-se ao primeiro vídeo. No segundo achei irrelevante pois é apenas o mesmo chorrilho de disparates que a extrema-direita anda a tentar impingir há anos. Resume-se a: o racismo acabou!
Que enorme disparate! Basta meter no google “unite de right” ou charlottesville e começar a contar as bandeiras nazis e confederadas que aparecem.
Só dizem isso para continuarem a discriminar à vontadinha! Ainda me lembro de ler um artigo do Gabriel Mithá Ribeiro no Observador há uns 3 ou 4 anos onde ele vomitava a mesma máxima. Sabemos agora o que ele defende após aquela dedicatoriazinha não é?
Francisco Miguel Colaço
“Sabe que Martin Luther King era republicano, não sabe? E que foi assassinado por democratas, não sabe?”
Ui! Uma pífia tentativa de confundir as pessoas com rótulos partidários. Também já conheço o esquema.
Eu sei que os conservadores/racistas trocaram de partido por volta dos anos 60 nos Estados Unidos.
No sul dos estados unidos sempre foram mais conservadores e racistas que no norte. A guerra civil americana foi travada em parte por causa disso. Mas naquela altura os conservadores eram os democratas e os republicanos eram progressistas.
Mas com o passar do tempo os democratas tenderam para o progressismo e os republicanos para o conservadorismo, mas alguns ficaram para trás. Os racistas que permaneceram democratas chamavam-se dixiecrats e os republicanos mais progressistas eram conhecidos como “Rockefeller republicans”.
Aliás o Johnson disse, quando aprovou o Civil Rights Act em 1964 que os democratas tinham perdido o sul por uma geração. Ele enganou-se. Já perderam 2 gerações e o relógio continua a contar…
O assassino do MLK apoiava o Wallace que apesar de não ser um dixiecrat, partilhava do racismo deles.
Resumindo: o MLK apoiava quem defendesse o movimento dos direitos civis: os progressistas, o que incluía uma grande parte dos democratas e alguns republicanos.
O racismo existe mas é claramente de esquerda. É que além do Nazismo ser uma ideologia de esquerda basta ver o comunismo do profundamente racista Che, o racismo da África do Sul contra brancos e muitos negros, o racismo da etnia Han da China, o facto de os terroristas angolanos treinados na URSS serem separados dos russos, o racismo de Evo Morales, de Maduro contra os colombianos, do comunista Mugabe contra os brancos, etc, etc, etc ..A esquerda é intolerância e ódio que explora sempre a divisão.
“O sistema que eu sempre defendi é o modelo nórdico, mas não desgosto do sistema da Europa Ocidental, do Canadá ou mesmo o do Japão. Que eu saiba isto são sistemas capitalistas com muita redistribuição e uma rede de segurança social muito abrangente. ”
É muito bonito … mas qualquer medida que se tente implementar em Portugal que imite o modelo nórdico emperra em pessoas como o ATAV. É que o modelo nórdico original faliu com Olof Palme e agora as pessoas são obrigadas a trabalhar … coisa que em Portugal não se faz.
Agora atribuir o racismo à “direita” é um acto pouco honesto e de ideologite aguda.
Filhos de famílias completas e estruturadas são em média, sem margem dúvidas, mais bem sucedidos, mais flexíveis na sociedade, saudáveis psicologicamente e tolerantes que os restantes.
Basta fazer estatísticas sobre os jovens que cumprem penas de prisão, andam pelas drogas ou estão em centros de reabilitação.
Há muitos estudos … basta procurar.
Se não bastasse poderia estudar o caso do pós golpe de estado de Outubro na URSS. A dissolução do casamento, as uniões ad-hoc produziram passados 15 anos bandos de jovens que assolavam com o terror e criminalidade as cidades soviéticas: até a polícia não os conseguia por na ordem.
«O racismo existe mas é claramente de esquerda. É que além do Nazismo ser uma ideologia de esquerda basta ver o comunismo do profundamente racista Che, o racismo da África do Sul contra brancos e muitos negros…
…atribuir o racismo à “direita” é um acto pouco honesto e de ideologite aguda.»
Uma pessoa lê cada uma por aqui, que é difícil saber se é a gozar ou a sério. O facto de ser tão difícil diz bastante sobre este site.
Tal como muitos sites esquerdistas se tornaram caricaturas da esquerda, o Insurgente – tal como o Blasfémias – parece, aqui e ali, uma caricatura da direitalha mais ignorante e alucinada.
A.R.
Você debitou tanto disparate que nem sei bem por onde começar:
“A esquerda é intolerância e ódio que explora sempre a divisão.”
“Agora atribuir o racismo à “direita” é um acto pouco honesto e de ideologite aguda.”
Mas atribuir todos os males do mundo à esquerda já não é ideologite. Você tem o mínimo de noção do que diz?
Ah! E eu não disse que a direita era racista. Disse que achava graça que a direita racista que tanto deplorava o Martin Luther King andava agora a invocar o nome dele para continuar a discriminar. Então você não sabia que havia uma direita que não era racista? Eu sabia… Até dei um exemplo: os Rockefeller republicans.
E atribuir o nazismo à esquerda deve das coisas mais estúpidas que já ouvi. Quando o Hitler passou o inicio da carreira a mandar vir contra o marxismo nos seus discursos e no “Mein Kampf”, se aliou ao Mussolini e invadiu a União Soviética presume-se que estaria a brincar…
“É muito bonito … mas qualquer medida que se tente implementar em Portugal que imite o modelo nórdico emperra em pessoas como o ATAV.”
Pois… Exactamente! É por causa de pessoas como eu que estão sempre a pedir privatizações de serviços públicos, despedimentos de funcionários públicos, liberalizações do mercado laboral, perseguição de sindicatos, reduções de impostos e da intervenção do estado na economia, etc, etc, etc… Então não se vê claramente que sou eu que ando por aqui a defender estas coisas?
“É que o modelo nórdico original faliu com Olof Palme e agora as pessoas são obrigadas a trabalhar … coisa que em Portugal não se faz.”
A Suécia, esse estado falhado…
Já agora, sabia que em Portugal trabalha-se mais horas que na maioria dos países da OCDE? Enfim, para a extrema-direita, as pessoas nunca trabalham o suficiente. As OUTRAS pessoas, como é óbvio….
“Filhos de famílias completas e estruturadas são em média, sem margem dúvidas, mais bem sucedidos, mais flexíveis na sociedade, saudáveis psicologicamente e tolerantes que os restantes.
Basta fazer estatísticas sobre os jovens que cumprem penas de prisão, andam pelas drogas ou estão em centros de reabilitação.”
Sim, é verdade. Mas uma família completa tem de ser apenas pai, mãe e filhos? Não pode ser mãe, tios e avós? Ou dois pais? Ou mãe e irmão mais velho? Os estudos que existem dizem que o suporte familiar é necessário mas a família pode ser composta por várias pessoas diferentes. O que é preferível? Uma família tradicional onde o pai encha a mulher e os filhos de porrada porque o Benfica perdeu ou uma família com a mãe, uma tia e um avô que zelem pelo bem-estar das crianças?
“Se não bastasse poderia estudar o caso do pós golpe de estado de Outubro na URSS. A dissolução do casamento, as uniões ad-hoc produziram passados 15 anos bandos de jovens que assolavam com o terror e criminalidade as cidades soviéticas: até a polícia não os conseguia por na ordem.”
Ou a então a desordem pode ter tido a ver com a guerra civil que se passou na Rússia durante essa altura. Esta apenas acabou com a vitória dos vermelhos em 1923. E muitos dessa criminalidade foram crimes contra a propriedade. Não sabia que a maneira escolhida pelos bolcheviques para socializar a propriedade foi simplesmente não fazer cumprir as leis de propriedade que ainda existiam?
Gosta de casamentos indissociáveis devido ao seu fanatismo religioso? Meta-se nisso se quiser e não impinja essas coisas aos outros. E reze a todos os santinhos que o seu cônjuge não o encha de porrada. Terá que comer e aguentar…
ATAV,
Então veja bem o segundo vídeo, especialmente o gráfico que lá anda.
Quando se mete o Estado a estadar, estará tudo em pior estado, excepto o estado de quem está no Estado.
Francisco Miguel Colaço
Qual gráfico? Aquele que dá para ver que a partir dos anos 80 as disparidades raciais aumentaram nos Estados Unidos?
Relembre-me, não foi a partir desta altura que começaram a ser implementadas as grandes liberalizações das economias ocidentais com a Tatcher e o Reagan? Não foi aqui o inicio do neoliberalismo utilizando o vernáculo da esquerda?
E faz sentido. Como a riqueza estava quase toda nas mãos dos caucasianos, quando se baixa os impostos dos ricos, está-se a preveligiar essas pessoas em detrimento das minorias étnicas. Mais um efeito nefasto da desigualdade, acentua as diferenças raciais…
Obrigado Francisco, nunca tinha visto a desigualdade nesta perspectiva!
Enganei-me. Esse video não é uma perda de tempo…
Então opinava sem o haver visto.
E, tendo-o visto, não o entendeu.
Francisco Miguel Colaço
Eu já o tinha visto, mas no meio da propaganda de extrema-direita toda é fácil não ver alguma da informação com olhos de ver.
Ainda bem que me chamou a atenção para esse ponto. Ganhei uma nova perspectiva sobre um assunto que considero importante.