Os Contribuintes TAPam os Prejuízos

Para a esquerda, a TAP é uma empresa “estratégica” e uma empresa “de bandeira“. Não sei bem o que é que estes lirismos significam bem. Ainda que a TAP simplesmente desaparecesse de um dia para o outro, seria uma questão de tempo até outras companhias aéreas preencherem esse espaço. A beleza do capitalismo é que onde existe uma necessidade, o mercado a irá satisfazer. Também há vários países, inclusivé na Europa, onde não existem empresas de aviação públicas e os seus cidadãos não ficam privados de voarem para onde quiserem.

Ora bem, Passos Coelho esteve mal em não privatizar a empresa a 100%, mas António Costa ainda esteve bem pior quando assegurou 50% do capital da empresa aos contribuintes com direito a 50% dos prejuízos mas apenas a 5% dos lucros e sem controlo estratégico da mesma (fonte).

Esta semana saiu a notícia de que entre Janeiro e Setembro deste ano a TAP registou 111 milhões de euros de prejuízos (fonte). É impressionante que uma empresa que está em falência técnica há dez anos continue a operar e a registar prejuízos sucessivamente.

Recorde-se que para a administração da TAP, António Costa nomeou entre outros o seu grande amigalhaço de longa data e homem de mil ofícios, Diogo Lacerda Machado.

Registe-se ainda que em 2018 quando a TAP teve 118 milhões de euros de prejuízos, a empresa decidiu distribuir 1,171 milhões de euros de bónus por 180 pessoas tendo sido a mulher de Fernando Medina comtemplada com um bónis no valor foi de 17.800 euros (fonte).

E é ao menos a TAP uma companhia aérea de excelência? Para quem tem que viajar na TAP, os atrasos sistemáticos são um suplício. De facto, segundo a Bloomberg no início deste ano, a TAP é a companhia de aviação que mais se atrasa no mundo (fonte).

De facto, o que é precisco é que os contribuintes TAPem os olhos e também TAPem os prejuízos. Afinal de contas, o bolso do contribuinte não tem fundo quando se trata de financiar os delírios dos políticos.

13 pensamentos sobre “Os Contribuintes TAPam os Prejuízos

  1. Filipe Bastos

    A TAP e a RTP são realmente bandeiras: representam esplendidamente o xuxalismo nacional – e que tem tanto de socialista como de budista. São dois sorvedouros sem fim, duas fábricas de tachos para compinchas do Centrão.

    Sim, do Centrão; não é só do Partido Sucateiro. O presidente da TAP é o Frasquilho: lídimo representante do PSD, da Católica (a tal que não paga impostos), do BES, enfim, da direita, dos mamões que aqui se louvam e cantam.

    A bem dizer, TAP e RTP são também estratégicas: servem a estratégia dos chulos do Centrão, que é chular tanto quanto possível no público e no privado. Não são esquisitos.

    O Passos não as privatizou porque os mamões donos do Passos não quiseram. O Relvas e o falecido Borges ainda tentaram impingir uma RTP híbrida: privatizada, mas a mamar na mesma a taxa audiovisual, fora outros subsídios e alcavalas. Como sempre, para os mamões ficava o lucro garantido; para os contribuintes ficava a conta.

    Empresas estratégicas a sério, ou proveitosas em geral, essas já foram: EDP, PT, REN, Galp, ANA, até os CTT… tudo o que pudesse servir a mamões para depredar ainda mais uma população já chulada e saqueada. Outros países, até mui cantados por aqui, não vão nisso. Qual ‘capitalismo’, qual treta. O Estado fica com pelo menos parte delas.

  2. Filipe Bastos

    Já agora: “A beleza do capitalismo é que onde existe uma necessidade, o mercado a irá satisfazer. ”

    Isso é uma visão absurdamente simplista. O capitalismo cria, amplifica e até perverte necessidades. Ou acham que há ‘necessidade’ dos milhões de marcas e porcarias que nos são diariamente impingidas?

    E se uma necessidade não serve ao capitalismo, ou ao capitalista, jamais será satisfeita. Ou acham que não há necessidade de saúde universal e gratuita? Ou de uma torradeira (ou frigorifíco, ou TV, ou smartphone, ou…) que dure muitos anos, sem ter de comprar novo de tempos a tempos?

  3. Oscar Maximo

    Estava com medo que a empresa encerrasse enquanto eu estivesse a sobrevoar o oceano, mas já me disseram que não há essa possibilidade. Nem nesse momento, nem nunca.

  4. (1) Os contribuintes já há dezenas de anos que não TAPam qualquer prejuízo da TAP. Como o autor deste post deve saber, é proibido pela lei europeia o apoio estatal a companhias aéreas. O Estado há dezenas de anos que não mete um euro na TAP.

    (2) A TAP não é estratégica propriamente por permitir aos portugueses voarem para o estrangeiro, mas sim por ser a maior empresa exportadora nacional. É uma empresa que dá emprego a milhares de portugueses e cuja maior parte da clientela é estrangeira (ou reside no estrangeiro). Se a TAP falisse os portugueses não ficariam à míngua de vôos, como este post bem diz, mas seriam montes de postos de trabalho que se perderiam em Portugal e seria montes de dinheiro estrangeiro que deixaria de entrar no país.

  5. Eduardo Menezes

    O xuxialismo é mesmo assim.
    Sobrevive enquanto o dinheiro dos contribuintes paga os desmandos dos “gestores” e paga prémios pelos prejuízos causados.
    Tachos para os próprios e “amigos”

  6. JP-A

    Para memória futura:

    1º) Votaram neles. Desmerdem-se. Aguentem. Paguem! E calma, porque os tapetes da saúde ainda não pariram sequer um rato de vassoura.

    2º) Marcelo já percebeu no que se meteu e se tentar limpar-se vai acabar mal, em peixeirada com o governo, com o PM ao telefone dentro do arbusto. E isso condiciona-o a ele, mas principalmente ao país. É onde se meteu, de modo imbecil.

    3º) Logo que se comece a inverter a conjuntura, o país não vai acordar de um pesadelo, mas no pesadelo, com os buracos e com a facturas das medidas populistas na mão, que não servem senão para manter a figura do PM e do seu partido à tona. Com margem zero, só haverá um caminho.

    4º) Vamos atingir um ponto que as novas gerações nunca viram, como os buracos nas estradas do antigamente.

    5º) A culpa vai ser da globalização, da extrema-direita, das forças de bloqueio da UE, do aquecimento global, da troika e da Alemanhã que não cresceu o que devia.

    6º) É quase certo que com o caldeirão que está ainda em aquecimento e com a normalização do nepotismo descarado, bem como a elevação à categoria de qualidade dos mais vergonhosos comportamentos a que se tem assistido, as asneiras vão levar a muito mais corrupção.

    7º) A troika da justiça reformou-se, mas alguém há de tomar-lhes o lugar.

    8º) Quando os resultados no arrendamento, na segurança, na justiça e principalemente na educação chegarem, já não vai haver sequer memória sobre de onde vieram os problemas, como aconteceu com a floresta.

    9º) Daqui a não mais de 8 anos estamos na cauda da Europa em praticamente tudo.

    Obviamente, espero enganar-me redondamente.

  7. ATAV

    E assim caiu o principal mito veiculado por estas bandas: que a gestão privada é muito mais eficiente que a pública. Com base neste pedaço de ideologia barata privatizou-se a torto e a direito e montou-se uma data de PPP nas últimas décadas.

    Os resultados estão à vista: o sector elétrico nas mãos de estados hostis à democracia (China e Arabia Saudita), rendas brutais para os privados nas PPP rodoviárias, perdas de receitas para o estado e diminuição da sua capacidade interventiva na economia, preços mais altos para o consumidor, monopólios privados, captura regulatória, degradação de serviços essenciais, destruição de empresas de referência como a CIMPOR e a PT etc, etc, etc…

    Diga-se em abono da verdade que houve algumas PPP que foram bem feitas para o estado como a da FERTAGUS. E na saúde os resultados das PPP são semelhantes aos do sector público.

    E continuo a achar que o António Costa fez um negócio terrível na TAP. Quem é que no seu perfeito juízo aceita pagar e não mandar? Pior, se por acaso houver lucros só recebe uma pequena parte… Vai custar caro ao contribuinte!

  8. Vejam as contas reais da TAP e terão uma visão diferente. A TAP teve prejuízos porque renovou o equipamento e aumentou a frota. E a facturação.

    Renovada a frota, voltará aos lucros. É é o bolo saneado que o Peí-Esse quer. O José Manuel Fernandes falou sobre isso há uns dias no Contra-corrente, na Rádio Observador.

    Muito se deverá ao Neeleman e à Barraqueiro.

  9. A. R

    A TAP é assim: sobem os combustíveis tem prejuízo; tem prejuízo pois amorteceu um empréstimo; tem prejuízo porque comprou aeronaves; tem prejuízos por causa da crise económica … para o ano é que vai ser.

  10. Jorge

    Onde pára o pessoal das grandoladas,pelo Sns,Tap,Mat.alfredo da costa,etc.
    Pessoal como António Pedro de VAsconcelos e quejandos.
    Hipócritas.

  11. A TAP quase duplicou a facturação desde a privatização. Renovou a frota. Contratou mais mil trabalhadores par afazer face à procura. Estava numa fase de investimento. Passou de menos de 90 aviões para mais de 120.

    Isto não é o esbulho das emperresas impúdicas a que estamos habituados. É investimento estratégico.

    Sei distinguir um do outro.

    Quando a renovação da frota acaba, o que vem é lucro. É assim em qualquer empresa. Opera-se em prejuízo antes da fase de vaca leiteira.

    Não concordo, por isso, com o título da notícia de jornal, que foi encomendado com toda a certeza para afastar os privados, agora que a TAP está no limiar do lucro.

  12. JP-A

    “Quando a renovação da frota acaba, o que vem é lucro. É assim em qualquer empresa. Opera-se em prejuízo antes da fase de vaca leiteira”

    Cópia fiel das frases sobre os saneamentos financeiros da TAP, da CP e das companhias das águas nos anos 70 e 80. Agora é que vai ser.

  13. JP-A,

    Ao contrário das companhias de águas, a TAP quase duplicou os passageiros transportados e a facturação. Para isso, teve de adquirir frota, passando de menos de noventa para penso que quase cento e trinta aviões. Foi disso que fui alertado pelo José Manuel Fernandes, do Observador.

    Um olhar cursório às contas da TAP fez-me ver que afinal o Neeleman e o da Barraqueiro sabem bem da poda. Tirar os privados da TAP é apenas condenar a empresa a sumidades do mundo dos negócios como os amigos e famílias pessoais do Costa.

    Querem manter a TAP na esfera do Estado? Que o PS, parretido, e o PCP, parretido, e o Bloco de Esquerda, parretido, e o Livre, seja o que for, e o PAN, canil institucional, comprem com os próprios dinheiros a TAP e façam a gestão dela como quiserem, com quem quiserem lá ponham quem por bem entenderem.

    Até lá, deixem o Neeleman fazer o milagre.

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