Trinta Anos Da Queda Do Muro De Berlim

Assinala-se hoje o trigésimo aniversário da queda do muro de Berlim, também conhecido com o “muro da vergonha“.

O muro foi construído em 1961 com o objectivo de impedir com que os cidadãos saíssem da Alemanha de Leste (RDA). Ainda assim, durante a existência do muro, cerca de 5.000 pessoas conseguiram escapar para a Alemanha Ocidental (RFA) tendo morrido cerca de 140 pessoas ao tentar passar o muro, sendo que dessas 140, cerca de 100 pessoas foram mortas a tiro pelos guardas durante a sua tentativa de fuga (fonte e fonte).

Deixo aqui também a estatística do número de pessoas que tentaram atravessar o muro do no sentido da Alemanha Ocidental para a Alemanha de Leste: zero – aparentemente ninguém estava interessado em se juntar ao paraíso socialista.

O socialismo e o comunismo são de facto tão bons que os países onde são implantados precisam de contruir muros para impedir seus cidadãos de fugirem desses “paraísos socialistas” em direcção ao “inferno” dos países capitalistas.

Assinalo que partidos em Portugal que defendem as ideias e políticas semelhantes às que eram praticadas na Alemanha de Leste consigam obter sistematicamente entre 15% a 20% dos votos em Portugal. Provavelmente os eleitores desses partidos prefeririam viver dentro do muro da vergonha.

Destaco um tweet do PCP de há dois atrás, que celebra a revolução Russia que criou o primeiro estado comunista no mundo – um cancro da humanidade que viria a matar 100 milhões de pessoas em 100 anos; e a condenar à miséria e à pobreza extrema centenas de milhões de pessoas mais.

Leitura complementar:

14 pensamentos sobre “Trinta Anos Da Queda Do Muro De Berlim

  1. Rão Arques

    Na ocasião em que se assinala o trigésimo aniversário da queda do muro de Berlim, também conhecido com o “muro da vergonha“, ergue-se no nosso parlamento uma cortina envidraçada que deixa a descoberto o assassinato da democracia à vista de toda a gente, perante o vergonhoso distanciamento de um postiço presidente.

  2. Carlos Guerreiro

    Acho que a anedota era O capitalismo era a exploração do homem pelo homem, o comunismo é o contrário.
    O número de pessoas que tentavam atravessar o muro em direcção à Alemanha “democrática” era 0 pela simples razão que podiam passar a fronteira. Mas mesmo assim não se atreviam (nem mesmo os ferrenhos comunas, vá lá perceber-se porquê…).

  3. Filipe Bastos

    Criticar os regimes comunistas é fácil. Mais difícil é contrapor uma alternativa que, sem muros ou ditaduras, permita uma sociedade mais justa, ao serviço de todos e não apenas de uma minoria.

    A Jugoslávia terá sido o regime comunista que mais se aproximou disto, antes de implodir no final do séc. passado. Nos anos 60 e 70, mesmo comparada ao Ocidente, era um país relativamente desenvolvido e respeitado. Certamente mais que Portugal. (Há online um vídeo da visita de Tito a Lisboa, em 1977.)

    Tito, com todos os seus defeitos, incluindo o culto da personalidade, permitiu o controlo de parte dos meios de produção pelos trabalhadores – aos direitalhas: isso é que é socialismo – e reduziu o aparelho do Estado, enquanto abria progressivamente o país ao exterior.

    A Jugoslávia tornou-se um caso de ‘socialismo de mercado’, mantendo sempre saúde e educação gratuitas, menos desigualdade, e não perdendo de vista o bem comum. Não será isto o melhor dos dois mundos?

  4. Sérgio Gonçalves

    Socialismo de mercado é a forma que os comunistas tem de dizer que o socialismo /comunismo não funciona e que precisam de abrir-se à economia de mercado para as coisas funcionarem.

    Sobre o muro, este era um muro bom, pois separava o paraíso (RDA) do inferno capitalista (RFA). Este muro é bem ilustrativo do que é o comunismo. Primeiro impinge-se isto à população, depois, quando estes começam a sentir os malefícios deste regime, impedem as pessoas de sair e serem livres. E o comunismo é isto, impor, formatar, matar, tudo por um fim que não se percebe como é que ainda tem tantos fãs. Por fim, gostava que os socialistas que por cá andam, me explicassem porque é que a RDA (e restantes países do bloco do socialismo) estavam tão atrasados face à Europa do capitalismo.

  5. Filipe Bastos

    Francisco, não esperava que concordasse (para um fanático, nada do outro lado pode ser bom), mas ainda assim esperava um pouco mais de si.

    O facto de a Jugoslávia ter durado quase 50 anos, e ter prosperado durante essas décadas, mais testemunha a favor do regime. Muito durou ela, numa zona de tantas guerras e ódios – não é por acaso o termo ‘balcanização’ – sobretudo depois do que os croatas haviam feito aos sérvios na II Guerra. Até os nazis ficaram chocados, e não era malta que se chocasse facilmente.

    Há dias pediu um exemplo de um país socialista que tivesse corrido bem. Na Jugoslávia, nos anos 60 e 70, vivia-se tão bem ou melhor que em muitos países ocidentais, entre eles Portugal. Pode-se discutir o facto de ser preciso um ditador, embora ‘suave’, para manter o país unido, mas o facto é que o era. A guerra dos anos 90 não foi contra o socialismo; basta meio grama de honestidade para ver isso.

    Sérgio: eu disse ‘o melhor dos dois mundos’ para evitar essa guerrinha estéril de quem é melhor ou pior. Nada é perfeito; ambos os lados têm pontos válidos. A economia de mercado funciona, se regulada. A saúde e a educação podem e devem ser gratuitas. Claro que é mais divertido brincar às tribos: minha boa, tua má.

  6. Filipe Bastos

    Parece-me que está a mover os ‘goalposts’, Francisco: agora é o PIB. A seguir talvez o nº de TVs por residência, depois o tamanho dos carros, a seguir os quilos de Big Macs por habitante…

    Falando de felicidade: deixa-o feliz, esta ‘echo chamber’ de blogs direitalhas? Ao contrário de alguns esquerdalhas, o contraditório é pelo menos tolerado – aqui, no Blasfémias, etc.; mas nunca parece bem-vindo.

    Faz-me sempre confusão como grupos de pessoas se juntam, na internet ou fora dela, apenas para repetir as mesmas coisas e bater palminhas uns aos outros. Se é que são palminhas.

  7. “Na Jugoslávia, nos anos 60 e 70, vivia-se tão bem ou melhor que em muitos países ocidentais, entre eles Portugal.”

    Provas…? Qual era o GDP percapita em 1960, 1970 por exemplo, entre Portugal e Jugoslavia?

  8. Filipe Bastos

    Pobre André, confunde agressividade com assertividade. Se calhar a namorada deixou-o a pão e água, a frustração sai assim.

    Parece um jovem gorila a bater na peitaça.

    Como já disse ao Francisco Colaço, em fóruns aceito e compreendo quaisquer divergências, só não entendo esta hostilidade para com o contraditório. Esta tendência para tornar espaços que podiam – deviam – ser de debate, numa echo chamber de pensamento único.

    Faz-me sempre confusão como grupos de pessoas se juntam, na internet ou fora dela, apenas para repetir as mesmas coisas e concordar uns com os outros. Qual é o interesse, qual é a graça?

    Não é só a direita, a esquerda faz o mesmo, mas é a direita que se diz livre e aberta e etc. Vê-se. Estes ‘insurgentes’ estão bem é a bater palminhas uns aos outros. Se é que são palminhas.

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.