Não sei se foi para agradecer pelos votos das últimas eleições ou se já estão a preparar as autárquicas… mas as medidas para os funcionários públicos continuam. O PS quer fazer crescer o partido do Estado.
No programa de governo são referidos aumentos de 3% ao ano para a função pública, mais progressões na carreira e mais novos funcionários públicos para contratar. Um aumento de despesa ainda maior (!) do que estava estimado há uns meses no programa de estabilidade.
Mas o mais chocante para mim é ”Funcionários públicos que faltem menos ao trabalho vão ser compensados”. No sector privado, quando a pessoa falta há consequências. O normal é ir trabalhar os dias acordados. No público, com dinheiro dos contribuintes, até vamos dar um bónus qualquer a quem faltar menos. É vergonhoso.
Convém ainda referir que esta medida foi justificada com o facto da taxa de absentismo da função pública ser muito alta. Hoje descobre-se que afinal faltam dados e nem se sabe qual é a taxa. Conclusão: governo que é agradar ainda mais à função pública.

Há realmente dois países, o público e privado. Foi a classe pulhítica que criou e que foi aumentando este fosso. Antes que chovam as inevitáveis culpas sobre o ‘socialismo’, recordo que o pai do monstro – segundo o seu próprio ministro – foi a Múmia Cavaca.
Claro que todos os governos seguintes alimentaram o monstro, pois todos andam à caça de botinhos. A mama pública é uma especialidade xuxa, mas a Laranja Podre fica pouco atrás.
O pior de tudo é a mentalidade. A maioria dos funcionários públicos acha que deve ser assim. Que devem trabalhar menos horas, poder faltar mais, até ganhar mais, e outras benesses. Os meus favoritos são os das repartições de finanças. Mas é um misto de desprezo e de pena. Haverá perspectiva mais tristonha, ou ambição mais deprimente, do que passar a vida numa repartição de finanças?
Eles olham para o aumento do PIB, estimam os Impostos cobrados e distribuem pelos seus votantes, quando o PIB retrai, como ficámos?
Aumentam os impostos.
É fácil, é “barato” e dá milhões.
«Haverá perspectiva mais tristonha, ou ambição mais deprimente, do que passar a vida numa repartição de finanças?»
Está a brincar? Nas repartições de finanças existem os tipos sexualmente mais satisfeitos de Portugal!
Quando as pessoas, em vez de estudarem, fazem cursinhos Turbo 1974 na Independente e nas sessões educacionais do partido, não têm tempo de estudar psicologia, comportamento humano individual e de grupo, remuneração, etc. Fazem leis brilhantes para aumentar a produtividade e são aplaudidos na AR. Remuneram com classificações. Mas como para além de não terem estudado são também profundamente limitados pela auto-cultura da casa, a cabeça não dá para perceber que se houver meia dúzia de pontos para remunerar com boa classificação grupos de dezenas de pessoas o que vai acontecer é que os prémios se transformam em desastre para as organizações do estado. O ambiente de trabalho e a produtividade são ser destruídos, o absentismo aumenta, o incentivo transforma-se em desincentivo e logo aparece o inevitável desrespeito e os conflitos com a hierarquia e entre pares. No fim faz-se uma lei para combater o sintoma, e depois outra, como na habitação, em que o político surge como salvador que nos protege do que ele próprio andou a fazer. Só que eles ainda hoje não sabem nada disto porque vivem como membros da lista de contactos do smartphone e nos ecrãs da WebSummit. Aguentem-se. Foi a esta seita que escolheram entre uns programas sobre futebol. Boa sorte.
“Eles olham para o aumento do PIB, estimam os Impostos cobrados e distribuem pelos seus votantes, quando o PIB retrai, como ficámos?”
A bomba explode nas mãos da concorrência. Mas há alguém que ainda não tenha percebido o que o Costa Concórdia anda a fazer?
Segundo julgo, os funcionários públicos passaram os últimos sete anos sem receberem qualquer aumento (valha a verdade que a inflação durante esse período foi muito reduzida). Nunca vi durante esse período um título neste blogue do tipo “Governo liberal rejeita os votos dos funcionários públicos”.
“Segundo julgo, os funcionários públicos passaram os últimos sete anos sem receberem qualquer aumento”…
E os privados a serem aumentados todos os anos. Tem sido um furor. Os salários já estão ao nível da Suíça. Ser funcionário público é duro… aumentos garantidos é no privado.
Trabalho há quase dois anos numa empresa e vou “negociar” melhorias salariais. Caso mas neguem, posso:
Fazer queixa ao Costa
Fazer uma jornada de luta
Pedir a Catarina que me aumente
Ou procurar algo melhor
Porque os fp não tentam a última?
O comunismo impõe-se pela força, o socialismo pelo voto.
Há 40 anos que o tuga vota nisto e gosta. Bom proveito.