A Iniciativa Liberal quer impedir o Governo de injetar dinheiro dos contribuintes nos bancos, incluindo a CGD. E neste contexto, defende a privatização do banco público.
O partido Iniciativa Liberal (IL), que se apresenta às legislativas de 6 de outubro pela primeira vez, propõe a privatização da Caixa Geral de Depósitos, para “retirar o Estado do sistema financeiro e tirar aos partidos do regime um instrumento de redistribuição de favores entre empresários próximos do regime político, bem como incentivar maior dinamismo e concorrência no sistema bancário português”, afirmou Carlos Guimarães Pinto ao ECO. (…)
“A Caixa Geral de Depósitos custa mais aos contribuintes do que os outros bancos, cobra o mesmo às pessoas, entrou no mesmo cartel para prejudicar clientes e também está ao serviço de negócios privados de quem a controla. Tudo igual aos outros bancos. A única diferença é que nos bancos privados também os acionistas perdem dinheiro com a má gestão. No banco público são sempre os contribuintes a pagar e os responsáveis pela má gestão nunca têm absolutamente nada a perder. Só em 2017 custou 4 mil milhões de euros de recapitalização”, afirma Carlos Guimarães Pinto.
Recordo estes dois textos do blog de há uns meses:
- A festa da Caixa: dinheiro de impostos dado a amigos
- Caixa: o Banco é de todos, a culpa de ninguém ?!

O totalitarismo da extrema direita radical não tem limites. O seu objectivo é a privatização de todas as instituições, serviços e relações.
Há, por acaso, algum tipo de instituição, serviço ou relação que não seja privatizada no tipo de “sociedade” preconizada pela IL? Melhor dito: há espaço para uma esfera pública nessa “sociedade”?
STALENIN
Tudo o que está escrito neste post sobre a Caixa Geral de Depósitos está certo.
Mas é de uma desonestidade extrema pois falta acrescentar uma coisa. Que a Caixa já pagou muitos dividendos desde o seu início.
Os bancos privados custaram uma pipa de massa muito mais avultada aos contribuintes e não renderam patavina (excepto o BCP e o BPI que ainda deram algum lucro com os CoCos).
Está a faltar seriedade ao líder da Iniciativa Liberal.
Falta acrescentar que sendo o banco estatal uma forma ineficaz do estado injectar dinheiro na economia, nao será melhor poupar privatizando-o e baixar impostos?
Outro sofisma que convém desmontar: O dinheiro que o Estado aplica NÃO é o dinheiro dos contribuintes, da mesma forma que o dinheiro que as empresas aplicam NÃO é o dinheiro dos clientes.
Se o B.Branco fôr ao campo comer uvas selvagens, não paga IVA, se fôr por uma estrada secundária não paga portagem, se dormir numa tenda debaixo de uma árvore (como as tribos de ciganos) não paga IMT nem IMI. Não paga impostos.
As pessoas pagam impostos porque os impostos são a contrapartida de benefícios que o Estado põe à sua disposição: Boas estradas, água desinfetada para beber e lavar-se, escolas para os filhos aprenderem a ler e contar, hospitais para quando estão doentes, policiamento,etc.etc.
Resumindo; pagar impostos é (sempre foi) sinónimo de civilidade.
Depois há os que não querem pagar impostos, embora usufruam dos benefícios da civilização. São os fura-vidas, caloteiros, etc.. Alguns destes arranjam grandes teorias para justificar sua abstinência. Auto intitulam-se de Liberais… e apregoam aos sete ventos que ser liberal é que é bom, à pesca de novos acólitos.
O Triunfo dos Porcoz
Dos Socialistas porcos. Que são mais iguais do que os outros.
Se querem recapitalizar a Caixa – – – o que ultrapassa qualquer dividendo pago por esta – – – sugiro que façam uma colecta pelos militantes, vulgo metralhas, do PS. Afinal, o dinheiro é do PS e para os amigos do PS. É de elementar justiça que pague o PS e apenas o PS.
Francisco Miguel Colaço
Pesquisa rápida que fiz. A CGD custou desde 2008 6.25 mil milhões de euros ao erário público. Mas pagou 2.7 mil milhões de dividendos de 1998 a 2007 (que foi um valor superior aos aumentos de capital dessa altura) + 200 milhões este ano.
Se fosse privada apenas teria custado 6.25 mil milhões. Realmente não há maiores rentistas que os liberais. Deixam os meliantes que estão encaixados no PS a léguas de distância…
Considerando que a CGD age como qualquer banco privado – chulando os clientes à tripa-forra, até fazendo parte do cartel privado, como se viu – e na prática só é ‘público’ para o que interessa à canalha pulhítica que o controla, até se compreende a sugestão. Mas não deixa de ser errada.
É ao contrário: os bancos privados é que deviam acabar. São o maior cancro mundial. Só uma entidade estatal, ou melhor – para ficar fora das patas deste esgoto partidário – uma entidade supranacional controlada democraticamente, devia poder criar e emprestar dinheiro.