É muito bonito invocar a constituição, mas apenas quando convém.
A imagem abaixo, roubada à Iniciativa Liberal, revela as diferenças existentes em Portugal entre o sector público e sector privado. A iniquidade entre os dois sectores configura uma situação de injustiça maior considerando que é o sector privado que financia o sector público.
Talvez seja tempo do setor privado deixar de considerar os seus trabalhadores como burros de carga.
Temos um setor privado com um dos horários mais compridos da Europa, com o salário mais baixo da zona euro e ainda assim a única maneira que os nossos patrões conhecem de aumentar a produtividade é cortar direitos laborais.
Há cidadãos que passam por 10 empregos e têm uma reforma miserável calculada pelos últimos anos, que podem ser de desemprego. Há outros que se reformam e depois vão trabalhar a recibos verdes para a mesma instituição às tantas pública por onde se reformaram com base no último salário integral, ao passo que outros não podem ter actividades depois de se reformarem porque é proibido. E depois há outros que têm três empregos na vida sobre os quais não sabem nada porque nunca se aperceberam do que se passava à sua volta e ganham uma formosa pensão por cada um deles. E para além destes ainda há uns tipos que habitam a Assembleia da República que fazem de conta que não sabem de nada disto e no dia das eleições manifestam com grande pesar a preocupação com os números da abstenção. O que dita a situação de cada um é tendencialmente a sua maior ou menor proximidade da política. Finalmente há os otários da indústria que têm que levar com os idiotas que sonham com anos sabáticos nas empresas privadas e outros delírios intelectuais de quem foi formado na escola do sistema e julga que a economia da Alemanha roda à volta das sedes dos partidos.
Mudar o sistema eleitoral
22.02.2014
1> PARLAMENTO: A CASA DA PARTIDOCRACIA – Os portugueses não têm os direitos políticos dos outros europeus. Não podem sequer escolher o candidato em que preferem votar para os representar no parlamento. O “julgamento nas urnas” é um logro: os candidatos colocados nos primeiros lugares das listas dos maiores partidos têm garantia prévia dum lugar no parlamento. Não há julgamento sem possibilidade de penalização, mas os portugueses não têm maneira de penalizar os candidatos nos “lugares elegíveis”. Não interessa se são espiões ou maçons: a sua ida para o parlamento não depende dos votantes, que apenas decidem quantos lugares cabe a cada tribo partidária. A raiz do problema é o voto não ser nominal (i.e., num nome) como no resto da Europa.
2> EM ELEIÇÕES DEMOCRÁTICAS NÃO HÁ VENCEDORES ANTECIPADOS – Faz parte da essência da democracia que o resultado duma eleição não possa estar decidido antes da sua realização. Nas eleições legislativas portuguesas, é o contrário: há dezenas de lugares no parlamento que já estão decididos, não importa como o eleitorado vote. São os “lugares elegíveis”, os primeiros lugares das listas dos maiores partidos. Garantem lugares a pessoas previamente escolhidas, quer o partido “ganhe” ou “perca”. Como não existe uma relação entre o voto e a atribuição dum lugar de deputado, esses “eleitos” NÃO representam os eleitores. Os lóbis contornam o eleitorado e tratam directamente com os barões. Na prática, são o lóbis que são representados no parlamento.
3> AUSÊNCIA DE ESCRUTÍNIO ORIGINA DESGOVERNO E CORRUPÇÃO – Estas listas “fechadas” têm muitas consequências graves para o País. Os barões dos principais partidos não podem ser desalojados do parlamento pela via dos votos. Mesmo quando o partido “perde”, refugiam-se nos “lugares elegíveis”. Vivem numa perpétua impunidade e nunca foram verdadeiramente sujeitos ao escrutínio democrático. Isto significa que nunca saem do circuito do poder: frequentemente, os presidentes das comissões parlamentares mais importantes são da oposição. Tornaram-se os donos do Estado e das propriedades dos portugueses, incluindo rendimentos futuros. O que acontece a uma oligarquia que se vê com um poder quase absoluto? Não é costume dizer-se que o poder corrompe?
4> IMPEDEM-NOS DE FAZER A NOSSA PARTE NA RENOVAÇÃO DOS PARTIDOS – Sem voto nominal, a renovação interna dos partidos é bloqueada. A renovação consiste em uns serem substituídos por outros. É o papel do eleitorado indicar quem vai e quem fica, através dos actos eleitorais: os políticos que têm mais votos tendem a substituir os menos votados e a ascender gradualmente às chefias. Mas se o sistema eleitoral impede os eleitores de expressar preferências dentro duma lista, está a impedir o eleitorado de exercer esse papel essencial para renovação dos partidos. Em consequência, perpetuam-se os caciques e apenas os que têm a sua anuência sobem nas estruturas partidárias.
5> OS PARTIDOS SÓ ESCOLHEM CANDIDATOS NÍVEL LIXO – Listas fechadas à ordenação pelos votantes permitem elencos parlamentares altamente desequilibrados. Há alguns anos, examinaram o CV de cada deputado e constataram que nenhum tinha são nítidos a muitos níveis, por exemplo na representação desproporcionada de advogados e membros de sociedades secretas. A falta de qualidade é alarmante e está a acelerar. Se fossem os eleitores a ordenar as listas, os partidos estariam mais expostos à concorrência e passariam a propor bons candidatos, pois caso contrário arriscar-se-iam a perder votos para partidos com candidatos melhores.
6> LUGARES ELEGÍVEIS: ZONA DE CONFORTO DOS BOYS – Não é por acaso que os políticos nunca falam do sistema eleitoral. Não querem que os cidadãos se apercebam das diferenças em relação aos outros países e comecem a exigir mudanças na sua “zona de conforto”. Livres do escrutínio, os partidos capturaram não só o sistema político, como o próprio regime e as instituições do Estado. Os problemas de excesso de peso do Estado, corrupção e desgoverno vêm todos daí. É por isso que a denúncia de actos escandalosos nunca resulta em penalização (até é recebida com indiferença!). O pior que pode acontecer a um cacique partidário é passar o mandato seguinte no parlamento. Mas o sistema não dá meios para o tirar de lá.
7> NÃO SOMOS RESPONSÁVEIS POR POLÍTICOS QUE NÃO PODEMOS ESCOLHER – Se analisarmos o sistema português, percebemos como é injusta a ideia de que os cidadãos têm culpa porque elegem os políticos. Não é verdade: os portugueses votam mas não elegem. Até são bastante exigentes, mas não dispõem quaisquer meios para impor essa exigência. O regime nega-lhes praticamente todos os direitos políticos habituais em democracia. Não podem concorrer a lugares de deputado fora dos partidos, não podem expressar preferências dentro duma lista, os deputados podem indeferir qualquer petição ou iniciativa legislativa ou referendária, etc, etc. Como só votos em partidos entram nas contagens, nem sequer podem negar o voto aos partidos.
8> QUALQUER DEMOCRACIA MODERNA TEM O VOTO NOMINAL – O sistema português é o “sistema proporcional de listas fechadas”. As listas são “fechadas” porque a ordem pela qual os lugares são distribuídos é a IMPOSTA pelo partido. Naturalmente, os políticos evitam esta designação, preferindo “sistema representativo” – mais outro logro. Na Europa, quase só é usado na Albânia, Ucrânia e Rússia (e Itália, nas eleições nacionais). Sucede que o sistema mais usado na Europa – listas “abertas” – corrige muito do que há de mau no sistema português: institui o voto nominal sem prejudicar a proporcionalidade. Só vão para o parlamento os candidatos que os cidadãos realmente querem. Vejam a lista de países que o usam: en.wikipedia.org/wiki/Open_list
9> NÃO HÁ BONS ARGUMENTOS CONTRA LISTAS ELEITORAIS ABERTAS – Não é possível desbloquear a partidocracia sem instituir o voto nominal. Isto não tem nada de radical, é simplesmente exigir que o sistema eleitoral português passe a ser o NORMAL da Europa. Além disso, a abertura das listas à ordenação pelos votos pode ser feita sem prejudicar uns partidos em relação a outros. Basta incluir as listas nos boletins de voto e determinar que a ordem pela qual os lugares de deputado são atribuídos seja em função de quem teve mais votos nominais (ou preferenciais). Nenhum candidato tem garantia prévia de ser eleito: passa a haver escrutínio. Nada mais tem de mudar, nem a fórmula que converte votos em mandatos (D’Hondt) nem os círculos eleitorais.
Por isso é que defendo que o setor privado deve ser equiparado às condições do público, nunca o inverso, até porque nunca ouvi as organizações dos patrões do privados quererem oferecer mais igual dignidade aos seus trabalhadores que contribuem para os rendimentos dos patrões
Cefaria,
Faça uma empresa sua, onde paga o que quiser a quem quiser, como quiser. Tenho a certeza de que os trabalhadores explorados sairão aos magotes para a empresa hiper-mega-ultra-socialmente-justa do Cefaria.
Todos os que enveredaram por esse caminho ou estão falidos ou são dos que menos pagam. Pergunte-se porquê e verá um estado em maus estado no fundo de tudo isso.
Os patrões do privado não dão “igual dignidade aos seus trabalhadores que contribuem para os rendimentos dos patrões” porque os patrões do privado, ao contrário do Estado, não têm milhões de contribuintes ali à mão para ordenhar sempre que levam a empresa-país à falência.
Os comentadores acima que acham que os patrões não podem pagar salários mais altos ou melhorar as condições dos trabalhadores respondam-me ao seguinte:
Quem são os mais ricos de Portugal? Os empresários ou os trabalhadores por conta de outrem?
E estando a economia a crescer pouco porquê que a desigualdade tem vindo a aumentar? Para onde está a ir esse dinheiro?
JO : “Talvez seja tempo do setor privado deixar de considerar os seus trabalhadores como burros de carga.”
Talvez seja é tempo dos governos deixarem de considerar o sector privado como o burro de carga que transporta ao colo um sector estatal desmesurado e improdutivo !
Se o Estado fosse menos pesado e mais eficiente, o sector privado, que é quem produz a quase totalidade da riqueza transaccionável e a maior parte da riqueza não transaccionável, teria mais recursos para investir em tecnologia, para recrutar mais trabalhadores mais qualificados, para melhorar as condições de trabalho e para pagar melhores salários !
JO : “Temos um setor privado com um dos horários mais compridos da Europa, com o salário mais baixo da zona euro e ainda assim a única maneira que os nossos patrões conhecem de aumentar a produtividade é cortar direitos laborais.”
A produtividade não se aumenta começando por reduzir horários de trabalho. É o contrário. Na ausência de melhor, a produtividade só pode aumentar aumentando o tempo de trabalho. De outro modo, sem aumentar o tempo de trabalho, a produtividade pode aumentar começando-se por criar condições para que os patrões invistam mais em tecnologia, inovação e qualificação dos recursos humanos.
A produtividade não se aumenta começando por aumentar salários. É o contrário. Com uma folha de salários demasiado pesada, a empresa perde competitividade e baixa a rentabilidade, tem menos meios financeiros disponiveis para investir no aumento da produtividade. Só com um aumento da produtividade é que é possivel aumentar salários sem comprometer a competitividade e a rentabilidade da empresa.
A construção de uma casa não começa pelo telhado mas antes pelas fundações !
ATAV : “Quem são os mais ricos de Portugal? Os empresários ou os trabalhadores por conta de outrem?”
Bom, até há muitos trabalhadores por conta de outrém, gestores e quadros, jogadores de futebol, etc, que ganham mais do que muitos dos milhares de empresários do nosso pais.
Mas, é verdade que, de um modo geral, os empresários são mais ricos do que os trabalhadores.
Claro, não poderia ser de outro modo … Quem tem a iniciativa empresarial ? Quem organiza e gere as empresas e os negógios? Quem investe o seu dinheiro ? Quem arranja financiamentos alheios ? Quem passa mais tempo na empresa ? Quem corre os riscos do negócio ? Quem ?… Quem ?…
Se os empresários ganhassem menos para pagar mais aos trabalhadores o mais certo seria muitos deles preferirem deixar de ser empresários para passarem a ser trabalhadores … Mas, com menos empresários, menos empresas, menos investimento, existiriam menos postos de trabalho e haveria menos riqueza criada para pagar mais aos trabalhadores … O resultado seria uma nova situação de equilibrio a um nivel mais baixo de salários … Pior a emenda do que o soneto !…
É sabido que uma boa parte das empresas portuguesas, grandes e pequenas, está descapitalizada. Começar por aumentar salários iria piorar ainda mais a situação. O mais certo seria terem de reduzir a actividade, desinvestir, despedir ou mesmo fechar portas.
ATAV : “E estando a economia a crescer pouco porquê que a desigualdade tem vindo a aumentar? Para onde está a ir esse dinheiro?”
Bom, os defensores da “geringonça” até dizem o contrário : que a economia cresce muito e que as politicas do governo têm vindo as corrigir desigualdades do tempo da austeridade dos anos da Troika …
Mas eu até acho que o ATAV tem alguma razão quanto ao crescimento da economia ser pouco e não estar a corrigir o essencial da desigualde de rendimentos em Portugal. A economia cresce sobretudo porque o contexto externo tem sido bastante favorável mas, mesmo assim, esse crescimento é inferior áquele que seria possivel e necessário para uma efectiva melhoria do rendimento médio dos portugueses.
Ou seja, o pouco do aumento da riqueza não tem servido nem para reforçar a capitalização e o investimento das empresas nem para aumentar o rendimento disponivel dos trabalhadores, que poderia por exemplo ser conseguido através da diminuição dos impostos pagos pelas empresas e pelas familias, mas tem sido antes canalizado, através do aumento da carga fiscal, para um ligeiro aumento de rendimentos de certas categorias clientelares da geringonça, com destaque para os funcionários do Estado, e para a redução do déficit orçamental.
Para que a economia crescesse mais teria de haver um aumento da produtividade. Mas a verdade é que a produtividade não cresceu (em rigor numérico, a produtividade do trabalho até diminuiu já que o emprego cresceu mais do que o Pib). E sem um crescimento suficiente da riqueza produzida não é possivel ter aumentos de salários e corrigir desigualdades de forma visivel e sustentada.
Fernando S
“Claro, não poderia ser de outro modo … Quem tem a iniciativa empresarial ? Quem organiza e gere as empresas e os negógios? Quem investe o seu dinheiro ? Quem arranja financiamentos alheios ? Quem passa mais tempo na empresa ? Quem corre os riscos do negócio ?”
Não estou em por em causa que os empresários ganhem mais que os seus funcionários. Afinal correm mais riscos que os funcionários. Aliás é uma das razões que me leva a embirrar com aqueles que passam a vida a querer liberalizar o mercado de trabalho. Os despedimentos fáceis e trafulhices como os falsos recibos verdes e zero-hour contract são uma maneira de transferir o risco do negócio para cima dos funcionários (e também baixar-lhes o salário).
“Se os empresários ganhassem menos para pagar mais aos trabalhadores o mais certo seria muitos deles preferirem deixar de ser empresários para passarem a ser trabalhadores …
Um maior poder de compra do trabalhadores, que são mais numerosos que os empresários e que têm maior propensão para o consumo, iria aumentar a procura. E com o aumento da procura aumentam também as oportunidades de negócios! Logo, mais lucro e mais gente a arriscar lançar um negócio. E uma diminuição da desigualdade aumentaria a paz social, que tanto quanto sei é um bom ambiente para investir. Com a excepção dos petro-estados não estou a ver empresários a correrem para investir num pais que esteja à beira de uma sublevação ou que tenha muita gente numa pobreza extrema…
“Mas, com menos empresários, menos empresas, menos investimento, existiriam menos postos de trabalho e haveria menos riqueza criada para pagar mais aos trabalhadores …”
Isto não é verdade! Nos países subdesenvolvidos muita gente trabalha por conta própria porque não há organizações grandes que possam contratar muitas pessoas. E a economia destes países é uma treta. Logo não é por haver muitos empresários que há mais investimento e mais riqueza. Aliás, geralmente isso é um sinal de subdesenvolvimento.
Fernando S
Baixar impostos às empresas e famílias não garante mais investimento ou a diminuição das desigualdades. Baixar impostos directos apenas aumenta o rendimento dos mais afluentes (metade do pais não paga IRS e um terço das empresas não pagam IRC). Ou seja, mais desigualdade.
Baixar impostos regressivos de bens essenciais como a energia seria mais adequado na minha opinião. Ou não baixar impostos e reforçar programas de combate à pobreza que custam pouco e têm retorno elevado como o complemento social para idosos, refeições escolares gratuitas ou o abono de família. Reforçar o SNS também seria uma boa opção… Enfim, isso é uma questão de cada eleitor ver o programa de cada partido e escolher em conformidade com as suas preferências…
CEFARIA : “Por isso é que defendo que o setor privado deve ser equiparado às condições do público, nunca o inverso, até porque nunca ouvi as organizações dos patrões do privados quererem oferecer mais igual dignidade aos seus trabalhadores que contribuem para os rendimentos dos patrões.”
O sector privado não pode actualmente oferecer as mesmas condições actuais do sector público sob pena de entrar rápidamente em colapso. Colapso este que, diga-se de passagem, significaria a morte da galinha dos ovos de ouro que permite ao sector público oferecer hoje melhores condições do que o privado : as receitas fiscais cairiam a pique e as finanças públicas entrariam em ruptura.
Em termos realistas, e nas condições actuais da economia portuguesa, para haver uma equiparação de condições entre o privado e o público, o privado teria de subir e o público de baixar, tudo isto através de uma diminuição dos impostos pagos pelo privado e uma redução da despesa do público.
Já agora, é perfeitamente verdade que os trabalhadores contribuem para os rendimentos dos patrões. Mas também é igualmente verdade que, sem a contribuição dos patrões, os rendimentos dos trabalhadores seriam muito inferiores ou até inexistentes. O exemplo do total falhanço dos paises que acreditaram poder expropriar e acabar com os patrões, históricamente (p.e., os regimes comunistas sem capitalistas privados) e ainda hoje (p.e., a Venezuela que em pouco tempo viu o povo cair na miséria e mais de 4 milhões de refugiados nos paises vizinhos), está ai para o provar.
Parece-me que existe alguma má fé ao colocar no mesmo saco a ADSE. Está é paga e bem paga pelos trabalhadores do estado, não são os privados que a pagam.
Quem nunca criou uma empresa dedicar-me a desbocar os nossos empresários. Quelle nouvelle!
Criem uma empresa d’esquerda, malta d’esquerda. Com subsídios extra aos LGBT, com quotas de todas as minorias, com horários de não trabalho ao vosso gosto, com gabinetes de acompanhamento psicológico — a última moda de reivindicações.
Só não podem receber subsídios à exploração. Já agora, nem ter lucros, que é coisa daqueles.tipos da direita, dos fássistas — embora nos regime nazista e fascista onlucro do empresário era regulado.
Uma segunda regra: tem de funcionar em concorrência e sem legislação à medida, como a que era feita para a EDP e a PT no tempo de Sócrates.
Vejamos quanto dura.
Se durar mais do que um lustro, até eu me converto à esquerda.
Francisco Miguel Colaço
Você não passa de um ignorante! Para si ou um patrão explora os funcionários ou vai à falência. ” É o mercado a funcionar” tenta você justificar as injustiças! Pura banha-da -cobra! As coisas não funcionam assim!
Quer empresas com lucro criadas por alguém de esquerda? O grupo Portobay… Criado pelo Trindade (o filho dele foi secretário de estado do turismo do PS) e pelo David Caldeira antigo deputado pelo PS da assembleia da Região Autónoma da Madeira.
Empresa criada e gerida sem subsídios, em regime de concorrência e não dependente do mercado interno… Ah! E criada na Ilha da Madeira durante o tempo do Alberto João Jardim que era conhecido por utilizar o seu poder a perseguir pessoas de outros partidos…
Você não passa de um indivíduo cruel e sem carácter que acha que os mais fortes devem poder abusar dos mais fracos!
Estou descontente com a minha actual empresa. Portanto, envio cv e tento procurar algo melhor. Porque não fazem os FP o mesmo? Reparem, nem os invejo, caso contrário tentava um emprego lá, aliás até tive oportunidade de o conseguir.
Mas um facto é que a desigualdade de horário e benesses públicas (como reforma antecipada, já o salário mínimo entendo que seja uma decisão “patronal”) é injusta, e como diz a esquerda, inconstitucional.
ATAV,
Ainda bem que fala. Veja quanto eles pagam aos funcionários.
Prepare-se para uma surpresa. Há quem lá receba o salário mínimo, apesar de o emperresário dizer que são «muito poucos».
Ainda podia falar do Henrique Neto. Esse é fundador do PS — muito embora tenha sido dos maiores críticos de Sócrates — e, visto por mim, todos o adoram como patrão. Mas a verdade é que não paga muito mais do que o restante das empresas de moldes. Nem havia, à data em que eu trabalhei com eles, primeiros dias de aulas de dispensa ou trinta e cinco horas de trabalho.
Espero a sua empresa, caso tenha cérebro e coragem para a fazer. E desejo-lhe as maiores felicidades. Ao fim de dois anos, passa a votar PSD.
ATAV, cito-me:
«Ao fim de dois anos, passa a votar PSD.»
Outro erro, dado que o PSD é desde há muito o PS Dois.
A ADSE é paga por quem usufrui dela.
Qualquer patrão privado pode, se o desejar, instituir um serviço de saúde parecido com a ADSE para os seus trabalhadores. Não precisa de estar a pedir “acesso à ADSE”.
Se os privados têm inveja dos trabalhadores públicos por eles terem ADSE, então façam o seguinte: criem um bom seguro de saúde para os seus trabalhadores. Nada os impede de o fazerem!
Francisco Miguel Colaço
Se abrir uma empresa começo a votar à direita? Que estupidez! Já lhe disse várias vezes que votei no PSD em 2015. Mas também já votei no PS. E posso dizer que já trabalhei por conta de outrem no sector público, no sector privado e por conta própria.
Também conheço um casal em que um é função pública e o outro tem a sua própria empresa. A pessoa que trabalha no sector público votou no PSD em 2015. A pessoa que é dona da empresa votou PS. E desconfio que haverá outros casos semelhantes por esse país fora.
Deixe-se desses preconceitos homem! O mundo não é a preto e branco.
Votar PS ou votar PS Dois faz alguma diferença? O PSD é muito diferente do que era durante o tempo de Passos Coelho, quando — mesmo muito longe do liberalismo — se salvou Portugal da bancarrota.
Luís Lavoura,
A ADSE foi financiada publicamente até 2013. Em 2014 o aumento de receitas fez com que fosse financiada pelos utilizadores. Mas a situação degrada-se ano após ano. Segundo o último relatório que li sobre o assunto, a ADSE terá prejuízos a partir de 2019 — este ano — e entrará em insolvência em 2024.
Se tiver números mais recentes que o relatório 8/2016 do Tribunal de Contas, gostaria de os ouvir.
Se a ADSE é tão boa, alarguem-na. Senão, extingam-na.
Francisco Miguel Colaço
“Ainda bem que fala. Veja quanto eles pagam aos funcionários.
Prepare-se para uma surpresa. Há quem lá receba o salário mínimo, apesar de o emperresário dizer que são «muito poucos».”
Estive a falar com umas pessoas que passaram neste grupo e disseram-me que pagam um pouco melhor que os outros (mas nada por aí além), dão umas benesses adicionais e que na generalidade os funcionários gostam de lá estar.
E a gestão não vai nessas conversas da “flexibilidades laborais”. Ou seja o grupo não passa a vida a colocar o pessoal em contratos precários e a mandá-los para a rua quando já não podem renovar. E isto engloba o pessoal cuja ocupação é mais fisicamente desgastante como o pessoal da limpeza de quartos.
Sem contar que alguns membros da gestão já integraram governos ou grupos parlamentares que prometem aumentar os salários e o poder negocial dos trabalhadores. Ou seja, fazem militância politica contra os seus próprios interesses.
Se esta gente fosse tão retorcida e cruel como você pensa que os patrões devem ser, estas pessoas agiriam como o Ferraz da Costa que passa a vida a dizer que os trabalhadores são preguiçosos e que ganham demasiado.
ATAV,
Faça a sua empresa. Quem o lê percebe que é um arauto das malhores práticas da gestão global.
Perde-se na disfunção impúdica. Precisamos de mais emperresários como o ATAV. Dê o salto e mostre-nos o caminho.
O sector público também não tem mais dias de férias do que o privado?
Francisco Miguel Colaço
E quem é que lhe disse que já não montei uma empresa?
E que raio de argumentação é essa? Em baixo seguem belos exemplos desse tipo de argumentos..
“Há pessoas que defendem um serviço de saúde gratuito? Só pode ter uma opinião quem já montou um hospital para a vizinhança às suas custas …”
“Alguém acha que a Europa deve acolher mais refugiados e está disposto a pagar mais impostos para isso? OK. Mas só se os receber em sua casa…”
“Querem educação universal? Então toca a construir e gerir uma escola sozinhos para verem o que custa”
Mas é claro que os homens liberais já podem ter opinião no aborto e no “pay gap”, os padres já podem opinar sobre o casamento e as empresas podem exigir cada vez mais serviços do estado enquanto pagam cada vez menos impostos. Aí já não é preciso ter “skin in the game”.