Documentário sobre Lucas Pires a ver aqui:
“O Homem (que colocava acima do Estado), as novas gerações, foram constantemente alvo do seu pensamento e acção política. Na Assembleia da República (1976-1986) destacou-se pelo estilo fulgurante, com linguagem por vezes provocadora e irónica, mas sempre elegante.
A construção da Europa – onde gozava de uma excelente reputação – foi outra das suas paixões. Foi o primeiro português Vice-Presidente do Parlamento Europeu, eleito por unanimidade e reeleito em 1998.
Em Portugal, foi o primeiro político a afirmar-se abertamente de Direita e Liberal, quando tal era perigoso ou, pelo menos, mal visto!
Bateu-se pela revisão da Constituição de 1976 (a fim de retirar a referência no artigo 2.º “a caminho do socialismo” e de acabar com o poder do Conselho da Revolução), mas esta “arma secreta da Direita” estudantil em Coimbra (anos 60) mais tarde também se empenhou na conciliação da Direita com o 25 de Abril; não via Esquerda e Direita como “Caim e Abel” e sim como “marido e mulher”!
Otimista nato e bem-humorado, via a vida a cores. A sua barba e o seu aspecto desarranjado não encaixavam na imagem da Direita.
Foi Conselheiro de Estado e, antes (1981-1983), Ministro da Cultura do VIII Governo Constitucional.
Extremamente culto e inteligente, exerceu interesse, e por vezes mesmo fascínio, junto dos Media e da Esquerda. Tinha amigos em todos os quadrantes políticos e classes sociais.”
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Comparar o que era este homem e o que são as criaturas que se pavoneiam agora nas nossas cadeiras do poder é quase doloroso…