Há uma história sobre Margaret Thatcher que ilustra as suas influências liberais. Diz-se que, numa reunião do Partido Conservador, onde Thatcher estaria a ser contestada, saca do The Constitution of Liberty de Friedrich Hayek, larga com o calhamaço na mesa, e proclama seriamente “Isto — é aquilo que acreditamos!”. Para contextualizar, Hayek, prémio Nobel da Economia em 1974, foi um dos mais importantes pensadores liberais da segunda metade do século XX. O seu livro “O Caminho para a Servidão”, deliciosamente dedicado “aos socialistas de todos os partidos” continua a ser um best-seller popular, e um clássico da literatura liberal. Esse episódio com a Dama de Ferro terá acontecido em fins do anos 70. Estava Portugal a recuperar do PREC, com todos os partidos ainda jurar amor eterno ao socialismo nas suas linhas programáticas. Que atraso tínhamos. Isto foi há – mais ou menos – quarenta anos. Quarenta anos.
Em quarenta anos, em Portugal só se experimentou social-democracia. Em consequência, envelhecemos precocemente. Este é um país fantástico, contudo nos rankings de Liberdade Portugal é uma desilusão. Países europeus que sobreviveram ao jugo devastador do comunismo são cada vez mais livres, e portanto cada vez mais prósperos. Não foi por acaso, não foi fado. Rejeitámos que as pessoas podiam ser livres, confiámos no Estado omnipresente, e sofremos as consequências. Por aqui, em quarenta anos nenhuma ideologia terá sido tão abjurada, na política portuguesa, como as ideias liberais. Até hoje.
O partido Iniciativa Liberal surgiu na cena política a proclamar-se Liberal. A exigir “Mais Liberdade – Económica, Social e Política’, ‘Menos Estado Mais Liberdade’, um ‘Portugal Mais Liberal’, uma ‘Europa das Liberdades’. A querer descomplicar o país, emagrecer o Estado, descentralizar e devolver liberdade de escolha às pessoas, facilitar o acesso a serviços públicos não-estatais, eliminar politiquices e burocracias, reduzir impostos e baixar o custo de vida. A querer liberalização dos costumes. A querer desafiar uma aristocracia – política, económica, social – que se apoderou do Estado e do dinheiro dos contribuintes. A Iniciativa Liberal veio para ser um verdadeiro porto-seguro para todos os liberais – incluindo todos aqueles que ainda não sabem que são liberais – aqueles que sentem e sabem que o Estado já foi longe de mais.
Nestas Eleições, entre os “pequenos partidos”, o Iniciativa Liberal tem de longe a melhor lista de candidatos. Uma média de idades de 34 anos, múltiplos independentes, cabeças de lista sumamente preparados. Como alternativa a eleger uns anónimos nono ou sexto ou terceiro das listas dos partidos de sempre, este Domingo será possível votar em liberais — no Ricardo Arroja, na Catarina Maia, no Nuno Morna, ou em quaisquer dos outros. São todos liberais. Todos querem uma União Europeia com mais liberdade, mais mercado, mais comércio, mais oportunidades, e também mais descomplicada, mais descentralizada, mais unida na diversidade. Para que comecemos a ter um Portugal Mais Liberal, um país que finalmente comece a convergir com os nossos vizinhos.
Eu podia dramatizar e dizer que se os liberais portugueses não votarem, nunca mais Portugal poderá votar “liberal”. Não vai ser assim. Estas ideias são à prova de bala. Este movimento está cá para ficar. Mas há quarenta anos já teria vindo tarde. Agora, quanto mais cedo, melhor. E por isso, votem. É a primeira vez em quarenta anos que há uma opção liberal no boletim de voto. No Domingo eu voto no partido Iniciativa Liberal.