Ontem no debate das europeias com os candidatos dos partidos que já têm assento parlamentar (dar voz aos mesmos…) Nuno Melo do CDS disse: “Paulo Portas nunca esteve com gestos em relação a Maduro ou a Chávez.”
Será que Melo fala deste gesto?

Basta uma rápida pesquisa no google sobre Portas e Maduro e o que não falta são vários “gestos”, palavras amigáveis, etc.. Algumas delas bastante recentes. Ora, Portas ter-se enganado uma vez e apoiado quem não devia é normal, é humano (infelizmente aconteceu muito mais do que uma vez). Agora Nuno Melo em pleno debate mentir sobre isto é que é muito mais grave. Nenhum dos partidos do sistema tem as mãos limpas sobre o assunto Venezuela, todos à sua maneira apoiaram a implementação progressiva do socialismo que estava a ocorrer naquele país. As consequências estão à vista. E as pessoas têm memória.
Todos os partidos têm as mãos limpas. Nenhum dos partidos fez qualquer mal ao povo venezuelano.
Os governantes portugueses têm que ter em atenção o interesse de Portugal, e está dentro desse interesse ter boas relações com o Estado venezuelano – país no qual vivem centenas de milhares de portugueses.
Não é do interesse dos portugueses, nem dos que vivem em Portugal nem dos que vivem na Venezuela, que o Estado português chateie e critique o Estado venezuelano.
Os liberais que criticam as relações do Estado português com o Estado venezuelano juntam-se nessa crítica ao Bloco de Esquerda e ao PESSOAS-ANIMAIS-NATUREZA – não é propriamente a melhor companhia.
Trata-se de críticas próprias de adolescentes, que não compreendem a natureza das relações internacionais.
Os professores em Portugal são como as forças armadas da Venezuela. Progridem todos automaticamente com o decorrer do tempo. Não admira que haja 1000 generais na Venezuela quando nos EUA, a maior potência militar do planeta, há 300. No caso dos professores, faça chuva ou faça sol, cataclismos ou crises financeiras, a progressão faz parte do rol dos acontecimentos. Ou seja, a progressão dos professores depende não das suas ações individuais como profissionais nem do meio económico e social envolvente, mas única e exclusivamente de uma coisa chamada relógio. E não há instrumento mais socialista do que um relógio: independentemente da cor ou feitio, analógico ou digital, no mundo terreno onde a teoria da relatividade geral pouco importa, o tempo é igual para todos. E tempo é dinheiro, já diziam os “porcos capitalistas”, os quais Mário Nogueira jura repudiar como afincado comunista que é.