Relato de um Liberal no desfile do 25 de Abril

Como já tinha acontecido no ano passado, este ano voltei a ir ao desfile do 25 de Abril. Deixo aqui a partilha que fiz no dia 25 (ver post original aqui):

“Hoje, pela segunda vez, desci a Avenida da Liberdade com a Iniciativa Liberal. Felizmente, fomos mais que o ano passado e, feliz ou infelizmente, também fomos mais apelidados de fascistas do que no ano passado.

Ao que parece cantar “nem socialismo nem fascismo”, “está na hora do socialismo ir embora”, “menos Estado, mais Liberdade”, “Portugal Liberal” e “a ditadura fiscal é o atraso de Portugal” não é bem visto entre muitos que lá estavam. Já o Bloco de Esquerda (incluindo a líder, cabeça de lista às europeias e deputados) cantar a pedir a morte do Presidente do Brasil é normal e aceitável.

Deixar a extrema-esquerda apropriar-se do conceito de Liberdade, quando eles na prática defendem o oposto na maioria dos temas, foi o maior erro de todo o campo não-socialista dos últimos 40 anos. Pouco a pouco vamos mudar isso.”

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Muito mais houve claro. Mas as diferentes reacções às diferentes canções e palavras de ordem penso que resumem bem e provam que ainda há muito a fazer.

6 pensamentos sobre “Relato de um Liberal no desfile do 25 de Abril

  1. Gaius Octavius

    “Deixar a extrema-esquerda apropriar-se do conceito de Liberdade, quando eles na prática defendem o oposto na maioria dos temas, foi o maior erro de todo o campo não-socialista dos últimos 40 anos.”

    Não sei se “apropriar” será a palavra correcta. Acho que é pior do que isso. Apropriar significa tomarmos algo para nós mas não implica perverter-lhe a essência. A esquerda “privatiza” as palavras mas ao fazê-lo esvazia-as também do seu sentido original, substituindo-o por um sentido egoísta (ex: democracia = poder da esquerda) e mantendo apenas intacta a aparência, para inglês ver.

  2. Excelente relato.

    Gaius o Marxismo é binário, são só 0 e 1, não ´há escala, intensidade, logo inverter o sentido quando conveniente fica muito mais facilitado. Um Comunista pode passar de herói a traidor facilmente se o Comunista que tiver o controlo da linguagem o quiser.

    Por exemplo, há 20 anos para o PCP alguém falar de “pátria” era “Fascista”. A “Direita” deixou de falar de “pátria”.
    O PCP hoje apropriou-se da palavra.

  3. Tendo eu estado exatamente no mesmo sítio que o autor do post, tenho a dizer que só vi duas reações agressivas contra o desfilar da IL. Na imensa maioria do tempo, a IL desfilou e gritou as suas palavras de ordem sem levantar quaisquer reações negativas.

  4. alex.soares

    Hó sinhor ingrícola quando é que aprende que não existe só aquilo que vê?
    Se eu fosse um frequentador V(t)orph, o mais certo era vitupera-lo com a electricidade e com os electrões, acusando-o de só apanhar choques porque tem sentimentos.

  5. André Silva

    O 25 de Abril de 1974 é mais justamente reconhecido como a “Roubolução dos cravas”.
    Como Helena Matos muito bem explicitou no excelente artigo que escreveu este último Domingo no “Observador”, o que permitiu foi passar ditadores a democratas, parasitas a beneméritos, incompetentes a pensadores, etc e tal.
    Foi só e exclusivamente isso. O que nos deu a pouca liberdade de que usufruímos hoje em dia foi, isso sim, o 25 de Novembro de 1975.
    Ponto final, parágrafo.

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