Circula por aí a teoria que postula que as fake news terão sido uma criação das redes sociais. Até ao surgimento destas redes, o mundo contemplava apenas a verdade com estoicismo. Na verdade, na verdade as fake news já existem há séculos, mas sob outro nome: propaganda. E a propaganda, diligentemente veiculada pelos apparatchiks e demais idiotas úteis, serve fins políticos. Lenine sabia-o: pese embora ter ganhado apenas por um voto, apelidou o seu grupo de bolshevicks (maioria) e ao grupo oposto de menchevicks (minoria), e assim ficou. A política é a arte da percepção.
Logo, não é de estranhar que surjam notícias que são pura propaganda, ou, como agora se diz, fake news. É o caso desta. Depois de fazer capa com o Maserati de um dirigente sindical — como se isso tivesse qualquer relevância política no caso em apreço —, o DN excede-se a si mesmo (já de si uma tarefa difícil) e consegue uma artifício propagandístico de igual monta e engenho: vender um aumento da despesa como uma arrecadação para o Estado. Veja-se: os aumentos da Função Pública, oportunamente anunciados em vésperas de eleições, custarão 1462 milhões de Euros aos contribuintes. Parte desse montante são impostos, pelo que o custo líquido estimado será de 1334 milhões. O DN distorce assim a notícia, servindo os interesses políticos do governo.
Comprova-se, portanto, que as redes sociais são apenas um catalisador, carecendo sempre de uma fonte que produza a propaganda. Neste caso foi o DN. Recomenda-se, assim, que a Lusa actualize da seguinte forma o parágrafo que reproduz em todas as suas peças a propósito das fake news:
As notícias falsas, comummente conhecidas por ‘fake news’, desinformação ou informação propositadamente falsificada com fins políticos ou outros, ganharam importância nas presidenciais dos EUA que elegeram Donald Trump, no referendo sobre o ‘Brexit’ no Reino Unido e nas presidenciais no Brasil, ganhas pelo candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro. São também exemplo disso os anúncios do ex-Ministro Pedro Marques e as capas do Diário de Notícias.
PROPAGAÇAO DA BOSTA
Impossível de se cheirar partir do momento em que uma 2ª figura do Estado sem qualquer capa se abre para fazer uma poia no segredo de justiça.
Qual será a norma para a necessária qualificação de uma latrina bifurcada tão pestilentaa céu aberto?
Fake News foi a desculpa e auto-justificação dos jornalistas por terem perdido a eleições Americanas, nada mais.
Como diria o 44
— Mentiroso sou eu mas não mentia tanto
Mais um brilhante estudo do Batista da Silva, não é Nicolau?