“Ideologia do género”, ou a nova vanguarda rumo ao socialismo

Numa frase apenas, Joana Mortágua dá-nos a razão que justifica uma forte oposição à auto-proclamada “ideologia de género”, e mostra-nos porque motivação essa oposição não se traduz em nenhum “retrocesso civilizacional”, como tantas vezes nos querem fazer crer os promotores de tão estranha “vanguarda”:

A compreensão dos papéis feminino e masculino como uma construção social que interage com os outros sistemas de poder, de dominação social e de exploração, seja o capitalismo, o colonialismo ou o racismo, foi essencial para desnaturalizar a desigualdade de género.

(via Jornal i, aqui)

Para estas pessoas, a desigualdade entre homens e mulheres é uma construção social do capitalismo, do colonialismo e do racismo. A ideologia do género não é assim uma forma de promoção da igualdade de direitos de homens e mulheres, ou da possibilidade de afirmação da identidade sexual de cada um, em liberdade, mas uma captura destas ideias legítimas para promover o socialismo. Pois para estas pessoas, só em sociedades socialistas e marxistas deixarão de existir os tais “sistemas de poder e de dominação social” que oprimem as mulheres. Por isso, não sejamos ingénuos: defender a igualdade entre sexos, e a liberdade sexual, não se faz na promoção da ideologia de género, nem no apoio a quem representa partidos, ONG’s e outras organizações como o Bloco de Esquerda e seus satélites, por uma razão muito simples: como podem defender a liberdade, os maiores inimigos da liberdade?

O que é estranho é que tantos se deixem capturar por este paradoxo do extremismo, promovido por um núcleo minoritário radical. Em clara chantagem cultural, qualificam-se de “retrógrados”, “ultras” e “extremistas” todos os que não alinhem na sua construção social artificial. Para se afirmar, não lhes basta ampliar as possibilidades – que seria o caminho adequado num cenário de pluralismo -, não, estas minorias querem desconstruir as bases da nossa sociedade (não apenas as ideias de família ou parentalidade, que obviamente numa sociedade plural podem ser fluídas, mas também as bases do sistema económico, cultural e social), impondo sem debate uma sociedade socialista, um modelo de sociedade que está nos antípodas das sociedades tolerantes e plurais ocidentais, que valorizam um ideal de liberdade que é compatível, quer com a tradição judaico-cristã da Europa, quer com os valores laicos nascidos da Revolução Francesa. Chega a ser impressionante como o eixo da moderação, assente no pluralismo e na liberdade, está a ser dilacerado e classificado de radical, por minorias ruidosas e militantes, terraplanando dessa forma o espaço do debate e as soluções que fariam sentido em sociedades abertas.

É fundamental encontrar caminhos para a igualdade de direitos entre homens e mulheres, e garantir que num quadro de pluralismo e tolerância todos têm um espaço de liberdade para a afirmação da sua identidade sexual, sem que isso resulte de uma transformação radical da sociedade europeia, ou corresponda à destruição dos laços e raízes que nos unem, por imposição de uma vanguarda que, em todas as sociedades onde conseguiu implementar as suas ideias, apenas trouxe pobreza, desigualdade, e destruição moral. Basta, a esse título, ver o que nos reporta a insuspeita Newsweek, sobre a saída que o regime socialista da Venezuela trouxe para as mulheres locais: a prostituição em massa como fórmula de sobrevivência.

Pensem nisso, quando vos venderem o socialismo e a destruição da sociedade plural e livre que a tanto custo construímos nos últimos duzentos anos, como solução para a afirmação da mulher, ou vos oferecerem soluções bizarras que se apresentam como fórmula para projetar supostas identidades individuais. E leiam o artigo da Joana Mortágua com atenção. Está lá tudo isto, sem disfarces ou maquilhagem.

 

7 pensamentos sobre ““Ideologia do género”, ou a nova vanguarda rumo ao socialismo

  1. André Silva

    Custa-me cada vez mais perceber porque são fundamentalmente os homens que mais defendem precisamente a liberdade e a democracia, por oposicão exactamente a uma maioria de mulheres que são mais de esquerda e acabam sempre a defender ideologias e regimes que acabam sempre por se tornarem opressores, nomeadamente das mulheres (como na citada Venezuela, mas também na questão dos “refugiados” e dos imigrantes afro-islâmicos e gemte moderna, inteligente e tolerante similar).
    Acho que elas têm o que querem e o que merecem. E de todo não merecem os homens, que tantos deram e dão a vida para as defenderem.
    É a minha opinião.

  2. André Silva

    Só para terminar
    Quanto ao que eu penso especfiicamente do BE (bem assim como do PCP, do Livre, e por aí fora INCLUÍNDO o PS) – e em concreto dessa asquerosa nojenta da Mortágua – seria liminarmente censurado aqui neste espaço.
    Acho que para bom entendedor isto basta. Fiquemos por aqui.

  3. Já repararam que este “socialismo moderno” é muito compatível com o “bilionarismo radical”?

    Não custa cheta aos nossos donos, só deixa o gado proleta atomizado.

    “What’s not to like about it?”, como diriam 9 de cada 10 bilionários.

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