O “I amsterdam”, um dos ícones da capital da Holanda, foi removido depois de uma proposta avançada pelo GroenLinks – uma espécie de Bloco de Esquerda lá do sítio. A campanha do “I amsterdam” tinha sido lançada há já quase 15 anos na capital pelo VVD (o Partido Popular para a Liberdade e Democracia, dos melhores da Europa para mim). A desculpa foi que a placa, já quase um monumento, passava uma mensagem de individualismo (veja-se lá, começa com I am) e era um sinal de turismo em massa.

Agora dizem que querem passar uma mensagem de “diversidade, tolerância e solidariedade”. Quando eles perceberem que a diversidade vem exactamente dessa individualidade que querem destruir e quando perceberem que é exactamente por fazerem disparates como estes que a tolerância vai diminuir, bem que podem ver a solidariedade a começar a cair.
E por falar em tolerância… em Cuba o Estado anda a prender artistas e a passar novas leis de censura. Não vão encontrar isto nas notícias em Portugal. Não vão encontrar os partidos do sistema a falar disto. Google it.
o VVD (o Partido Popular para a Liberdade e Democracia, dos melhores da Europa para mim)
Esse é o partido cujo líder Mark Rutte (que é o primeiro-ministro da Holanda) proferiu umas invetivas vagamente xenófobas e vagamente intolerantes antes das últimas eleições, certamente que a tentar cativar alguns eleitores mais à direita.
Essas invetivas não ficaram nada bem em alguém que supostamente é liberal.
Estranha ideia de liberal que o Luís Lavoura tem.
O VVD, e bem, adoptou nos últimos dias face ao incidente com a Turquia uma posição mais dura. Se não o tivesse feito o PVV do Geert Wilders teria tido muitos mais votos. É assim que aparecem os “extremistas”, quando os “Moderados” não respondem de forma moderada aos problemas e necessidades das pessoas comuns. O Rutte percebeu isso e muito bem.
Pois a mim parece-me que para evitar que Geert Wilders ganhasse as eleições Mark Rutte imitou muito bem Geert Wilders. Em particular, as medidas que tomou para evitar que ministros turcos participassem em sessões de propaganda eleitoral na Holanda foram medidas muito anti-liberais (lembremo-nos a título de comparação que políticos portugueses regularmente participam em sessões de propaganda eleitoral em diversos países do mundo, sem nunca serem impedidos de o fazer; porque é que políticos turcos não hão de ter o direito de fazer o mesmo?). E depois proferiu umas palavras (que já não consegui encontrar na internet) a dizer que os imigrantes na Holanda devem viver como os holandeses ou ir-se embora, palavras essas que também fazem vergonha a qualquer liberal – embora naturalmente fiquem muito bem a um Geert Wilders.
“Quando eles perceberem que a diversidade vem exactamente dessa individualidade que querem destruir…”
Ora aí está, a análise inteligentinha do problema segundo o tolo critério ideológico dualista da moda do séc XX/XXI.
Se os outros agem com a força do colectivo , logo a solução é agir com a a força do individuo…
Bem, talvez primeiro devia entender o que eles realmente querem dizer com a palavra “diversidade”, antes de divagar pelos os termos da regra três simples da doutrina ideológica que segue , e a “solução” antitética predeterminada .
Vocês insurgentinhos continuam a dormir …