A geringonça não se cansa de referir Portugal como um caso de sucesso, quando na realidade tem desperdiçado uma conjuntura extremamete favorável. Em vez levar a cabo as reformas que o páis precisa urgentemente, limita-se a manter o status quo e a comprar votos e acordos com os partidos que apoiam esta solução de governo. Assim que a conjuntura se tornar menos favorável, serão apresentados como responsáveis o Trump, a União Europeia, o Banco Central Europeu, os “mercados”, os especuladores e até o Passos Coelho…
Abaixo, o International Tax Competitiveness Index de 2018. calculado pela Tax Foundation, e que coloca Portugal na 32ª posiçao entre 35 países analisados.
Avante, Geringonça!
A única reforma de que se houve falar nos últimos tempos é a da adopção de um sistema de voto electrónico que torne o processo tão transparente quanto o registo de presenças dos deputados na AR e nos leve a gastar centenas de milhões de euros em sistemas informáticos e de comunicação, a contratar em parceria com o estado para proporcionar mais um espectáculo mediático de entretenimento.
Devo ter querido escrever “de que se ouve”, penso eu.
A central de informação vai dizer que a nossa carga fiscal está na média da UE e da OCDE, omitindo propositadamente o esforço fiscal, que é o realmente importante. O tuga, ignorante e alarve, vai comer e calar, porque quer sossego e que não o aborreçam, assim haja dinheiro para umas bejecas e ir à bola. O tuga, ignorante e alarve, pensa que pagar 30% de imposto sobre 1000 euros, é mais fácil que pagar 50% sobre 5000 como um alemão, quando ainda por cima paga os combustíveis e energia mais caros da UE.
Ainda não temos o que merecemos. Isto tem de arder para voltar a ser um país.
as reformas que o páis precisa urgentemente
Que reformas, concretamente?
A Hungria aparece na posição 13 do índice.
Ora, a Hungria é o país no qual o IVA é de 27%.
A competitividade dos impostos na Hungria consiste em aumentar o IVA para poder sustentar uma taxa plana sobre os rendimentos.
É este tipo de competitividade fiscal que quem elabora o índice defende.
Camarada Lavoura, porque omitiu que o IRC na Hungria é de 9% e o IRS tem uma flat tax de apenas 15%?
É que talvez seja por isso que está na 13ª posição…
E para remate final, também omitiu (ou ignora) que a Hungria tem uma taxa reduzida de 5% para alguns produtos alimentares essenciais (leite, fruta, etc) e medicamentos, bem como uma intermédia de 18% para restauração, hotelaria e turismo…
Antes de mandar bitaites informe-se sff…
Luis Lavoura: “É este tipo de competitividade fiscal que quem elabora o índice defende.”
E é – tirando talvez zonas fronteiriças, ninguém deixa de investir num dada país ou comprar os produtos desse país por causa do IVA, enquanto o IRS ou o IRC já fazem diferença.
André Miguel, também Portugal tem uma taxa reduzida de 5% e uma intermédia de 13%, portanto não será por aí que o IVA húngaro será menor que o português.
Miguel, eu não disse que era menor, só estava a desconstruir o argumento do Lavoura, pois propositadamente omitiu informação importante, mas que não lhe convinha.
No terceiro trimestre a economia sempre vai ao céu. Este ano abrandou.
Tirem as vossas conclusões.
Francisco,
Obvio, já era esperado, estavámos a viver do turismo e este já deu o que tinha a dar.
Desde finais do ano passado que os espanhóis vêm alertando para a redução do turismo na península devido ao regresso dos turistas para o norte de Africa e Médio Oriente. Em Portugal nada se diz sobre isto, os jornais estão caladinhos na paz do senhor Costa.
Quando a bolha imobiliária der o estrondo (aposto em 2019/2020) e arrastar toda a economia para o charco, a culpa será do Trump e da Merkel.
André, o que te leva a apostar que será tão cedo (19/20)? Eu já estou de cerveja na mão, pronto pra aproveitar o espetáculo do tetra dá bancarrota. Quanto mais cedo melhor, mas palpita-me que, na ausência de alguma espoleta externa (do tipo “crise do sub-prime” de 2008), a impressora de notas do BCE vai conseguir segurar a cavilha na granada por mais uns aninhos. Mas torço para que o teu palpite esteja certo.