Artigo certeiro de JMT, no Público, sobre a vontade de certa esquerda (a maioria?) em juntar todas as opiniões divergentes da sua num único espaço para mais fácil demonização.
Os fundadores do Observador, tal como eu, não podem ser apenas uns tipos com determinadas ideias para o país, das quais se pode naturalmente discordar. Não – eles têm de estar ao serviço de uma conspiração alter-mundial, porque é preciso arranjar um papão para assustar todos aqueles que torcem o nariz à papinha socialista.
Mas também não são vocês que se põem a jeito? Isto é, nós na esquerda não perdemos uma oportunidade para enfatizar as diferenças, por mais milimétricas que sejam, com as outras correntes de esquerda (veja-se que sempre que aparece no planeta algum governo a dizer-se “socialista”, aparecem logo um zilião de facções a argumentar que “o país X não é o verdadeiro socialismo”; e também ninguém que passe um bocadinho a estudar o assunto confundirá as várias facções trotskistas umas com as outras, nem os bordiguistas ou os impossibilistas com a Tendência Comunista Internacionalista, e esta com a Corrente Comunista Internacional ou com o Grupo Internacional da Esquerda Comunista – e aí de quem ache que o desaparecimento do Estado dos anarquistas é quase a mesma coisa que o deperecimento do Estado dos marxistas: tanto uns como os outros lhe tentarão demonstrar que a cisão da I Internacional demonstrou que as duas posições são incompatíveis). Em compensação, na direita passam a vida a fazer “fusionismos” e a argumentar que as várias correntes de direita são compatíveis umas com as outras – primeiro começaram por se tentarem convencer-se que a história do século XIX não passou de um grande mal-entendido e que afinal liberalismo e conservadorismo são quase a mesma coisa, e ultimamente já começaram também a querer meter o nacionalismo no caldeirão. Logo é fácil juntar todas as direitas num único espaço, porque as próprias direitas abriram as portas da sala comum e de sua livre vontade têm lá feito muitas vernissages mistas.
Não é “papinha socialista”. Aquilo é m*rda mesmo, nos seus variados formatos: diarreia, cagalhão, … É o tal de “enfatizar as diferenças”, como diz o atrasado mental acima.
Eu cá não sou de intrigas mas sabe-se que por trás dos testas de ferro do Observador está o Soros que discretamente também tem o pessoal do Insurgente e do Blasfémias, todos chorudamente avençados.
Na papinha de ontem da RTP3 a Web Summit chegou a Portugal em 2016, no consulado de João Vasconcelos, mas esqueceram-se de dizer por quem foi trazida e negociada. Deve ter sido por causa da greve.
“Quantos anos têm de passar para que um projecto como o Observador, que nasce da iniciativa de um grupo de accionistas privados que fizeram questão de dar a cara desde o primeiro dia, possa existir ideologicamente à direita sem ser acusado de ter Steve Bannon como guru ou de ser a versão portuguesa da alt-right americana?”
E o que é que interessa o que a esquerda acusa ou deixa de acusar? Quer então dizer que a “direita” a que o JMT e o Observador fazem parte só irá dormir descansada no dia em que contar com a aceitação de facínoras marxistas e trafulhas socialistas?
Eu percebo que isso preocupe o JMT e a restante “direita”, mas para alguém que seja mesmo de direita a aprovação moral da esquerda importa tanto como importa a uma pessoa decente ser moralmente aprovada pela “comunidade pedófila” ou pelos reclusos da cadeia do Linhó.
Bicho Papão? Mais depressa Bicho Chorão… Transcrevo em baixo um comentário muito certeiro que foi feito nesse artigo por um tal de les mistouko
“O pessoal da direita anda a choramingar muito. Querem dar opiniões, mas querem que os restantes fiquem calados? Mas que democracia seria esta? Por acaso, não reparou que o oposto também acontece? Quantas opiniões posicionadas à esquerda não vi eu (nos comentários) serem retorquidas com com exclamações do tipo: “O Stalin matou mais gente” ou “Vai para Venezuela para ver o que é bom”. Convença-se que a Internet está cheia de bestas. É a humanidade. A bestialidade é transversal a todos os quadrantes políticos. A direita terá de saber viver com a sombra do fascismo e do neoliberalismo da Goldman Sachs; a esquerda terá de saber fazer o mesmo sob a sombra dos ditadores vermelhos e do Pinóquio socrático. Aguentem-se.”
Enfim, nada que que surpreenda. Afinal o João Miguel Tavares e outros tipos da direita passam a vida a choramingar pela falta de pluralismo e, sem pingo de vergonha, defendem no mesmo folego o TINA (There Is No Alternative). Só hipocrisia. Curiosamente todos eles podem exprimir a sua opinião livremente, aliás o que foi feito nesse mesmo artigo. Depois venham com as tretas do costume que o Público e outros jornais é só comunistas e esquerdalha a quem só é permitido debitar a cartilha do partido…
“a sombra do fascismo”
Viver com a sombra do Socialismo??
“neoliberalismo da Goldman Sachs”
É a isso que se chama agora ser contratado por países socialistas para vender dívida no mercado para sustentar o Socialismo?
O observador é de direita ? Aqueles que passam o tempo a cheirar os peidos dos comuno-democratas americanos. Ali em cima o nuno já vos topou, eu então só precisei de uma semana pra ver o que aquilo era.
“É a isso que se chama agora ser contratado por países socialistas para vender dívida no mercado para sustentar o Socialismo?”
Ehehehe!
Foi mesmo isso que pensei… Olha como ele vira o bico ao prego quando foram os governos socialistas de Clinton e Blair que mais impulsionaram a especulação do Goldman.
Não falha, até os pecados da esquerda são culpa da direita. Impressionante.
> nós na esquerda não perdemos uma oportunidade para enfatizar as diferenças,
Herança do camarada Lutero, sectário fundador.
Partem-se em seitas, seitecas, seitinhas, a destrinçar a ponta por onde se parte um ovo como motivo de guerra civil.
E ainda por cima se orgulham disso.
(Emo Philips, em 1987, a apanhar na perfeição o espírito sectário, com voz esganiçada e tudo. Texto sob “Die, heretic!” aqui: https://en.wikiquote.org/wiki/Emo_Philips )
Oh Miguel Madeira, está a escrever a sequela do Life of Brian?
BRIAN: Are you the Judean People’s Front?
REG: Fuck off!
BRIAN: What?
REG: Judean People’s Front. We’re the People’s Front of Judea! Judean People’s Front. Cawk.
FRANCIS: Wankers.
BRIAN: Can I… join your group?
REG: No. Piss off.
BRIAN: I didn’t want to sell this stuff. It’s only a job. I hate the Romans as much as anybody.
PEOPLE’S FRONT OF JUDEA: Shhhh. Shhhh. Shhh. Shh. Shhhh.
REG: Stumm.
JUDITH: Are you sure?
BRIAN: Oh, dead sure. I hate the Romans already.
REG: Listen. If you wanted to join the P.F.J., you’d have to really hate the Romans.
BRIAN: I do!
REG: Oh, yeah? How much?
BRIAN: A lot!
REG: Right. You’re in. Listen. The only people we hate more than the Romans are the fucking Judean People’s Front.
P.F.J.: Yeah…
JUDITH: Splitters.
P.F.J.: Splitters…
FRANCIS: And the Judean Popular People’s Front.
P.F.J.: Yeah. Oh, yeah. Splitters. Splitters…
LORETTA: And the People’s Front of Judea.
P.F.J.: Yeah. Splitters. Splitters…
REG: What?
LORETTA: The People’s Front of Judea. Splitters.
REG: We’re the People’s Front of Judea!