A propósito do post de ontem sobre a evolução da mobilidade, deixo aqui duas imagens bem ilustrativas.
A primeira imagem é da Páscoa de 1900 na Fifth Avenue em Nova Iorque. Entre dezena de coches, consegue-se discernir um único automóvel.
A segunda imagem é também da Fifth Avenue em Nova Iorque e também na Páscoa, mas 13 anos mais tarde, em 1913. Aqui o cenário inverte-se, e entre inúmeros automóveis, apenas se consegue encontrar um cavalo (imagens retiradas daqui ou daqui).
Esta evolução trouxe implicações económicas muito profundas à “indústria do cavalo”: desde a criação de cavalos, ao fabrico e manutenção dos coches, ao comércio do feno, ao negócio das ferraduras, dos veterinários, dos cuidadores, dos cocheiros e até mesmo da limpeza dos excrementos.
Ao mesmo tempo que a “industria do cavalo” entrou em declínio, surgiu uma indústria automóvel pujante e dinâmica que criou inúmeros postos de trabalho, não só nas empresas de fabrico dos próprios automóveis mas em àreas a montante e a jusante (petróleo, aço, oficinas). Com inovações tecnológicas e efeitos de escala, o preço do automóvel baixou consideravelmente, e o automóvel passou a estar acessível à população em geral, não só às classes mais ricas.
Foram destruídos muitos empregos, foram criados muitos empregos. A sociedade em geral ficou muito mais rica e com muito mais qualidade de vida.
Provavelmente na altura, muitas pessoas ligadas à “indústria do cavalo” protestaram e usaram t-shirts e cartazes com slogans a dizer #AutomóveisNão. Entretanto, da indústria automóvel surgiu o serviço motorizado de Táxis…
Estã na hora de criar em Portugal uma UberHorse,
De cavalo é outro prazer…