Ricardo Robles, engenheiro civil de formação e – agora sabemos – de profissão em part-time, tem um investimento no sector imobiliário que lhe está a causar algum mal-estar político e mediático. Catarina Martins, coordenadora do partido Bloco de Esquerda, já veio em defesa do seu único vereador na Câmara de Lisboa.
Resultado imediato será a desistência de voltar a colocar prédio no mercado (inicialmente com preço de venda de € 5,7 milhões). Ricardo Robles pretende, agora, dividir com a irmã (co-proprietária) o imóvel de 11 apartamentos e 3 lojas, cabendo a cada um dar destino que melhor entender. Para os apartamentos de Robles fala-se de aluguer a rendas acessíveis. Mas quão acessíveis?
Assumindo Robles metade do valor em dívida, € 500.000 [(350.000+650.000)/2], o custo de financiamento para, por exemplo, empréstimo a 30 anos (vereador tem já 41 anos de idade) e spread de 5%, será de € 2.710,48/mês. A este terão de ser adicionados custos com seguros, manutenção, IRS (sobre os rendimentos dos contratos de arrendamento) e IMI.
Estimo que rendas, para Robles não ter prejuízo, terão de ficar a um valor mínimo de € 750/mês. Dado que ele e irmã optaram por remodelar prédio com apartamentos entre 25 e 41 metros quadrados julgo que poucas pessoas terá disponibilidade para pagar tanto por residência permanente tão pequena. Rendas acessíveis? Talvez não…
Pois, novela a seguir. Quero ver como ele vai pagar o investimento com as ditas rendas acessíveis num prazo credível, sabendo nós o que ele ganha (declarado, claro).
E a Câmara de Lisboa a licenciar espaços para habitação com 27 m2???
E com um custo (para venda) médio super a 400.000 euros.
Onde é que uma família de Alfama consegue, não só o dinheiro como viver numa caixinha)
E depois não é especulação.
O Robles devia ser convidado para o insurgente: um gajo com impostos sobre um rendimento de €21k/ano, consegue um empréstimo de €500k(?) e consegue um retorno de ~500% em 4 anos! Ele podiam ensinar-nos uma coisa ou duas!
…e ao mesmo tempo ajudar a 3a. idade com rendas de €170!
Guna,
Não é de crómico-capitalistas que a maioria dos comentadores do Insurgente espera bens para o país. Os que recebemos como modelos criam empresas e emprego, criam produtos e competem no mercado sem favores.
A sua própria descrição mostra o quão alheio ao capitalismo está a escarralhada das ovas de esturjão.