“Ao definir quotas, o Estado estará a interferir indevidamente no processo de alocação de recursos do mercado, que se tornará menos eficiente.”
Destaque do meu artigo de hoje no ECO – Economia Online. Sobre as alterações à lei do alojamento local.
“Ao definir quotas, o Estado estará a interferir indevidamente no processo de alocação de recursos do mercado, que se tornará menos eficiente.”
Destaque do meu artigo de hoje no ECO – Economia Online. Sobre as alterações à lei do alojamento local.
E cortam o maior número de vagas no superior em Lisboa para depois empurrarem pessoas para o Porto ou outras cidades, que empurram para o interior, ou para o privado, para descompensar as famílias do maravilhoso aumento do nível de vida que lhes foi proporcionado pelas cabeças pensantes, ao mesmo tempo que mudam para lá o Infarmed, cortam nos comboios e fazem tudo por subir os preços dos alojamentos para estudantes.
Quando descobrirmos que estes tipos são doidos e já há demasiadas coincidências com falta de papel em departamentos públicos, vai ser tarde.
Um mercado que muito tem contribuído para gerar um efeito de riqueza junto dos proprietários portugueses (e, por esse País fora, somos quase todos proprietários)
O problema é que essa riqueza dos proprietários é em parte obtida à custa do depauperamento dos não-proprietários. Não devemos olhar somente para os proprietários. Temos que olhar também para aqueles que têm que comprar ou alugar casa para poderem aceder a certos empregos, e que não o conseguem fazer devido à carestia.
a melhor forma de matar um mercado é através da imposição administrativa de um preço máximo inferior ao preço de mercado
Isto é sem dúvida verdade mas, como muito bem diz o pai do autor destas linhas, raramente vejo alguém a defender que o mesmo princípio se aplique a coisas como as portagens na ponte 25 de Abril (as quais deveriam variar em função da hora do dia), as taxas de aeroporto no aeroporto da Portela (que deveriam ser mais elevadas ao fim de semana e a certas horas do dia), ou o preço do estacionamento nas cidades.
Se o Ricardo Arrja quer ter mais credibilidade, deveria apoiar a aplicação do princípio enunciado sobretudo aos casos nos quais, por decisão política, ele é conscientemente torpedeado. O que não é o caso no mercado da habitação, o qual é, em larguíssima medida, um mercado livre.
Portanto, mais “eficiente” é expulsar os habitantes das cidades, que se tornarão em desertos quando o boom do turismo acabar.
É mesmo à liberal.
O problema é que as teorias do mercado eficiente que a ciência económica propagandeia raramente produzem um resultado socialmente e politicamente aceitável em tempos de escassez de bens essenciais.
Neste caso há uma escassez grave de habitação a preços comportáveis em Lisboa e no Porto. Pode ser eficiente em termos económicos não se fazer nada, mas o resultado é inaceitável em termos sociais e políticos.
Na ilha de Ibiza há tantos turistas que os espanhóis que têm que lá viver para manter os serviços em funcionamento já não conseguem encontrar casas a preços pagáveis. Lisboa e o Porto ainda não chegaram a tal extremo…
É claro que o Ricardo Arroja se preocupa com o facto de o Estado torpedear o alojamento local, um negócio que traz pipas de massa a gente que tem casas livres nas cidades de Lisboa ou Porto. Mas não se preocupa nada com o facto de o mercado livre torpedear a habitação a preços acessíveis a gente que não tem casa nessas cidades.