Sobre bitcoin

“Existe na bitcoin uma diferença fundamental face aos restantes fenómenos especulativos que vamos observando nos mercados: na bitcoin a tendência de valorização faz todo o sentido.”

Destaque do meu artigo de hoje no ECO – Economia Online. Sobre a legitimação e a institucionalização da bitcoin.

11 pensamentos sobre “Sobre bitcoin

  1. Luís Lavoura

    O que não é nada bom nestas noedas todas é o uso maciço de eletricidade que fazem para coisas perfeitamente inúteis.
    Estar a usar toneladas de eletricidade para verificar e reverificar uma qualquer transação particular é, no mínimo, perverso.
    Se eu compro alguma coisa a alguém e pago, essa transação, única e irrepetível, não deveria precisar de estar a ser repetidamente escrutinada por centenas de computadores espalhados pelo mundo, gastando resmas de eletricidade na resolução de algoritmos inúteis.

  2. Caro Ricardo, desta vez vez estou em total desacordo!

    Esta afirmação “Alemanha ou o Japão, onde a bitcoin já foi legalmente reconhecida como meio de pagamento legítimo, designadamente para efeito de tributação de trocas comerciais” é falsa. Uma coisa é tributar transações em espécie, por exemplo, cebolas contra alhos ou batatas contra Bitcoins, outra completamente diferente é aceitar alhos ou Bitcoins para pagamento de impostos.

    O Bitcoin não é de maneira nehuma uma moeda, qualquer que seja a definição que se use.

    Nem, tão pouco, é um ativo pelo fato de ter uma emissão limitada! Por exemplo, uma serigrafia, limitada a x exemplares, não vale mais por serem só esses os exemplares emitidos mas pela beleza da obra e pelo nome do seu autor. Ora a Bitcoin não tem autor conhecido nem beleza porque se trata apenas de um pedaço de código.

    A ilusão do digital, é apenas isso. Se você receber um email ou um papel a dizer que serão apenas emitidos apenas x exemplares e tentar vendê-lo não é muito diferente do Bitcoin.

    O chamar-lhe moeda foi apenas um scam que acabará quando alguém credível disser o Rei Vai nu! Nessa altura o colapso será imediato.

    Poderá encontrar a minha opinião mais detalahad sobre a Bitcoin nestes posts:http://marques-mendes.blogspot.pt/2017/12/manias-pokemon-and-bitcoin-crazes.html
    http://marques-mendes.blogspot.pt/2013/11/bitcoin-folly-i-have-written-to-fed-and.html

  3. Aónio Lourenço

    @Luís
    quem paga essa eletricidade não imputa esses custos aos outros, logo não vejo problema nenhum nisso.

    @António
    de facto não é assim, uma serigrafia com edição limitada, se houver a garantia a longo prazo que é mesmo limitada em número de exemplares, tem mais valor que o “quadro do menino a chorar”, porque a lei da oferta e da procura aplica-se na perfeição. É pela mesma razão que o ouro vale mais que a prata e a prata mais que o chumbo, é a raridade que define o valor do ativo, e essa raridade tanto pode ser física como digital. O meio ou o aspeto do ativo pouco importa! É a raridade e a garantia a longo prazo que continuará raro, que define o alto valor dos ativos.

    @Ricardo
    Todavia há um problema com o bitcoin que desconsidera, que por exemplo o ouro ou outro ativo físico não apresentam. Imaginai empresas com elevadíssima capacidade de processamento de sinal, como o facebook ou a Google! Essas empresas terão por conseguinte uma enormíssica capacidade para “minar” bitcoins, o que na prática, seria como entregar a capacidade de impressão de moeda a grandes empresas privadas no campo tecnológico, tarefa tradicionalmente nas mãos dos bancos centrais.

    Como eng. eletrotécnico e com cadeiras de processamento de sinais, também guardei muito interesse pelo bitcoin. Mas receio esse processo económico de concentração de capitais, que muito poucos questionam.

  4. Luís Lavoura

    Aónio Lourenço,

    toda a eletricidade tem um custo ambiental elevado. Os recursos do planeta não são infinitos.

  5. “toda a eletricidade tem um custo ambiental elevado.”

    Mas então isso não é um problema do bitcoin em si mas sim de não haver um mecanismo (provavelmente fiscal) para internalizar no preço da eletricidade esse custo ambiental (independentemente de ela ser usada para o bitcoin ou para iluminar plantações de cannabis).

    De qualquer maneira, tenho a ideia que o que gasta muita eletricidade não é a verificação das transações, mas sim a mineração de novos bitcoins (mas posso estar a dizer um enorme disparate – talvez um dos peritos que devem andar por aqui possam esclarecer melhor?).

  6. “Mas ao contrário do papel moeda, pelo menos até ver, a bitcoin é diferente porque a oferta das suas unidades monetárias está limitada ao número máximo de unidades permitidas pelo algoritmo.”

    Isso é válido para o bitcoin, mas não é valido para o conjunto das criptomoedas.

    E, talvez mais importante, os bancos centrais (ou, já agora, um “banco do povo” proudhoniano) têm meios – até podem não os usar, mas têm -de reduzir a quantidade da sua moeda em circulação (vendendo títulos, concedendo aos bancos comerciais empréstimos a um ritmo inferior ao que os anteriores vão vencendo, etc.); não me parece que o bitcoin tenha esses meios (talvez outras criptomoedas o tenham, mas acho que não o BTC).

  7. Nelson Gonçalves

    O que gasta electricidade é a geração de biscoitos, aka mining. A verificação de transacções em si é extremamente eficiente. A confusão do Luís lavoura vem do facto de o mining ser usado na primeira vez que se adiciona uma transacção ao blockchain (que é apenas o registo de todas as transacções alguma vez efectuadas)

  8. Nelson Gonçalves

    António Lourenço,

    Essa temida concentração de riqueza não vai acontecer por 3 motivos.

    1. O número total de bistcoins que podem ser gerados é finito e está perto do limite. O Google/Facebook estão limitados na riqueza que podem obter

    2. O bistcoins tem raízes profundamente anarquistas e está desenhado para impedir o controlo por uma entidade

    3. O grosso dos bistcoins, e outras cryptomoedas, está na mão dos inventores e early adopters porque no início é fácil minar estas moedas.

  9. Aónio Lourenço

    Nelson
    diria que ainda estamos a 2/3 do caminho. A última parte é a mais difícil de minar, e por conseguinte ficará nas mãos dos “grandes”

  10. Aónio Lourenço

    já agora, uma curiosidade?

    Uma moeda convencional guarda valor intrínseco pelos produtos que os outros compram a esse país, gerando procura pela divisa, e por conseguinte valor.

    Qual a garantia que outras criptomoedas não invadem o mercado, desvalorizando abruptamente o bitcoin?

    Luís
    “toda a eletricidade tem um custo ambiental elevado.”
    E? Alguém me impede de deixar a lâmpada acesa depois de sair de casa? O problema da eletricidade/ambiente numa economia de mercado resolve-se pelo preço.
    https://www.veraveritas.eu/2017/11/da-saude-publica-nas-economias-de.html

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