Na sequência das denúncias de assédio e abuso sexual por figuras públicas, uma mãe da vila inglesa de North Shields resolveu subir a parada e exigir a retirada de um perigoso livro da lista de leituras da escola do seu filho de seis anos. Trata-se da Bela Adormecida, estando Sarah Hall preocupada com o impacto no seu filho do comportamento predatório do príncipe (que beija Aurora sem o consentimento desta). Se ao menos Harvey Weinstein e Kevin Spacey não tivessem sido expostos ao livro dos irmãos Grimm ou mesmo, quem sabe, ao filme da Disney…
Com notícias destas e outras como a das Rainhas Magas vem-me à cabeça o refrão da canção: “It’s a very very mad world…” (na versão de Gary Jules para o Donnie Darko).
Quando ouço essas histórias de “livros banidos” das escolas, fico sempre na dúvida do que é que estão a falar – deixarem de estar na biblioteca? Deixarem de fazer parte do currículo? Deixarem de fazer parte de uma lista de leituras obrigatórias?
Já agora suspeito que, se muitas (todas?) dessas histórias não fossem “tradicionais” mas tivessem sido escritas para aí em 1970, se calhar teriam na cultura popular um estatuto similar ao do filme “O gato Fritz”…
E o que dirá esta mãe da Branca de Neves que dorme no mesmo quarto com 7 gajos?!?!
Bem… calculo que esteja tudo ok com isso, pois é “liberal” (no sentido norte-americano do termo).
Não há nada de coercivo em dormir no mesmo quarto com 7 gajos – por outro lado, a partir do momento em que penso que quase todos os países adotam a regra do “és dador se não dizeres que não és dador”, também não haverá problema de maior em beijar mortas.
[No entanto, penso que o funcionário da morgue de Bucareste que salvou a vida de uma “morta” tendo relações com ela e acordando-a antes da autópsia foi à mesma preso, apesar da gratidão da “vítima” e da sua família]
Teria o príncipe beijado a Catarina ou a Apolónia ou as irmãs Mortaguas?