There’s No Such Thing As A Free Lunch

Muito bem o vereador lisboeta do bloco de esquerda Ricardo Robles a explicar que na realidade não existe nada “gratuito” – quer se trate de saúde gratuita, educação gratuita, estradas gratuitas ou manuais escolares gratuitos, tudo é pago com o dinheiro dos contribuintes. Milton Friedman não teria explicado melhor.

Creio que os lisboetas devem ficar particularmente satisfeitos por não poderem comprar os manuais escolares directamente. Em vez disso, apenas têm que transferir o dinheiro dos manuais escolares para os cofres da câmara municipal, que se dará ao trabalho de comprar os respectivos manuais escolares para os alunos fazendo ao mesmo tempo propaganda um grande aparato mediático a explicar que são gratuitos… tendo apenas custado cinco milhões de euros. A imagem abaixo foi retirada daqui.

13 pensamentos sobre “There’s No Such Thing As A Free Lunch

  1. c3lia

    @Francisco Miguel Colaço: Não. É por dizerem que é grátis, quando não é! É por “venderem” a ausência de “sem custos”, quando eles existem.
    (recorda-se das SCUTs?!)

  2. C3lia,

    Eu sei que é assim. Porém, se tiverem gasto 5 milhões de euros por uma única vez é melhor do que se gastarem 5 milhões de euros todos os anos. E, sem grande mossa, poder-se-ia pedir que os pais comparticipassem com 20% de manuais que durassem seis anos no empréstimo.

    Eram quarenta euros em vez de duzentos na massa dos manuais escolares para os pais. Sem qualquer prejuízo para a escola. Aliás, seria um lucro de cerca de 3,5% anuais.

    Quanto ao que é gratuito contra o que não é, basta dizer que bem melhor seia que o ofício de vereador se extinguisse. Não perdíamos, pelo menos em Lisboa, dadas as sumidades de intelijumência quase clínica que por lá populam.

  3. Mario Figueiredo

    5 milhões em Lisboa, 5 milhões no Porto, Vila Nova de Gaia e Sintra. Já vai em 20 milhões. Veja-se um qualquer quadro da população Portuguesa por municípios, que se Ricardo Robles é bom a poupar dinheiro, então de facto manuais gratuitos escolares em Portugal custam na ordem das centenas de milhões de euros.

  4. Mário Figueiredo,

    E só custam centenas de milhão de euros porque uma edição de um manual escolar está de tal modo sobreapreciada que um livro muito mais profundo, mas de uso geral, é mais barata duas vezes.

    A inclusão dos ditos dinheiros públicos — antes eram privados — para a compra de votos, aliás, de manuais, ainda fará com que os manuais mais cresçam em preço. Diria que o vereador está a soldo da Porto Editora, se isso pudesse provar — e se não está, bem parece estar,

    Mais uma vez, a solução é os manuais serem DA ESCOLA e serem ou emprestados ou alugados pelos pais aquando do início do ano, entregando-se de novo no fim. Quem estragar paga a totalidade (ou o restante). Se os manuais forem da escola, facilmente baixarão de preço: as escolas pensarão duas vezes antes de terem manuais excessivamente caros.

  5. David

    Não. A solução é a total privatização da educação. A educação das crianças é da responsabilidade dos pais, do resto da família e da comunidade. Enquanto a educação estiver na mão do estado, vai continuar a ser uma ferramenta de propaganda, de compra de votos e de negócios do estado. E enquanto a discussão for se os manuais devem ser gratuitos ou não ou se a escola deve ser pública ou se se deve subsidiar “privadas” com dinheiro de impostos vai tudo continuar na mesma com uma crescente erosão dos valores familiares e da propriedade privada.

  6. David,

    Há que distinguir dois casos: quem providencia a educação e quem paga. A educação deve ser providenciada por privados (ou por cooperativas de ensino, se alguém as quiser formar). Mas quanto a quem paga é outra coisa.

    Imagine que o David tem um azar na vida. Digamos que um acidente, que até pode nem ser de sua culpa. Não gostaria que os seus filhos fossem capazes de prosseguir pelo menos a educação básica?

    Lembre-se que o próprio Milton Friedman (Liberdade para Escolher) prevê que o Estado deve proteger os indivíduos que não podem ajudar-se a si próprios. Nomeia as crianças, os idosos e os deficientes.

    Se o Estado não estiver em cima dos pais, garanto-lhe que muitas crianças não terminarão nem a escolaridade obrigatória, nestes dias um quase voto de pobreza inexorável, SEM QUE ÀS CRIANÇAS SE POSSAM IMPUTAR RESPONSABILIDADES. Se os pais não puderem custear a educação dos seus filhos, como pode o Estado obrigar a escolaridade?

    A educação em Portugal custa 8 mil milhões, já incluindo nisso parte da ministralha da Cinco de Outubro. Se a educação for, e em boa hora, privatizada, não será necessária tanta ministralha, sinditralha e porteditoratralha. Talvez possamos limitar os custos a 7 mil milhões (para 450.000 alunos do ensino pré-escolar, básico e secundário). A factura não é tão grande como será a consequência de talento perdido por insuficiência económica das famílias — argumento paralelo dou eu para rejeitar o aborto.

    A saúde primária e a educação são para mim funcões opcionais do Estado, porém desejáveis. Um problema de saúde — que pode não ser da sua responsabilidade — ou a insuficiência da educação, como vemos a nossa escola pública fazer, podem impedir o indivíduo de realizar o seu potencial — e isso leva a grandes problemas na economia — como aliás vemos ser fruto da nossa qualidade de educação estatal.

    Seria de mor injustiça deixar a sorte ou azar de uma criança, neste mundo imperfeito, sujeita somente à veleidade dos pais, que podem ser bons ou maus. Ou aos idiotas dos estatistas e dos sindicrápulas e dos vermilhóides e do Tiago Brandão Rodrigues, este que tanto tem feito pela educação como o Maomé pela diversidade das salsichas.

    Pior do que isso é deixá-las às futilidades dos que se dizem liberais sem ter lido algo das diversas escolas liberais, nem serem capazes de perceber a essÊncia da liberdade.

  7. O senhor Robles, como não paga os seus almoços, julga que são de borla. Devia ir para vendedor de carros,
    – E por mais 5000€ oferecemos o ar-condicionado!
    O que se está aqui a discutir são opções políticas, ou a calamitosa estupidez de quem afirma que algo GRATUITO afinal TEM UM PREÇO ?
    Fico ofendido sempre que um político diz que “dá”, que “deu”, ou que “vai dar”. Ainda não vi nenhum sacar da carteira para “dar”. Pelo menos da carteira deles.

  8. Euro2cent

    Graças ao progresso, agora as editoras podem cobrar milhões.

    No tenebroso tempo do faxismo. eram ditatorialmente obrigadas a produzir livros únicos baratos. Opressão incrível.

    O povo não aprendia nada. Um quinto ano do liceu valia um bacharelato corrente, vejam lá.

  9. Aónio Lourenço

    O sr. Robles não disse que ia dar nada. Disse que a medida iria custar X. O jornal é que fez o referido título.

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