O descaramento não pede desculpa
Dias depois da tragédia de Pedrógão Grande, Passos Coelho cometeu uma gaffe quando disse conhecer casos de suicídio que, felizmente, não aconteceram. Foi um erro lamentável do qual pediu imediatamente desculpas. Mesmo assim, boa parte da imprensa e comentadores, uns a soldo da esquerda, outros sem vontade própria, não largaram o sucedido, fazendo esquecer a verdadeira vergonha deste mês.
Desde a noite de Sábado, dia 17 de Junho, que Marcelo e Costa desvalorizaram o desastre. O Presidente da República apressou-se a dizer, também sem saber, que se tinha feito o máximo. Mais tarde, quando deu jeito, pôs-se à margem e exigiu explicações. Já Costa, menos impulsivo que Marcelo mas actor de não menor qualidade, surgiu contristado como quem espera que aquela desgraça não ponha termo à festa a que sujeitou o país desde que, todos os dias, precisa de uma boa notícia para legitimar a forma como chegou a primeiro-ministro.
Mas “aquilo” não passou porque, infelizmente, era grave demais. Foram muitos mortos, feridos, desaparecidos, e muita gente que ficou sem nada, para que se passasse um pano por cima. Foi aí que Costa decidiu ser tempo de descer do palanque de chefe de governo e juntar-se ao povo, exigindo explicações. Porque Costa e Marcelo, amigos do povo, não explicam, exigem, deixando de ser quem são quando isso lhes interessa. Deste comportamento lamentável não virá um pedido de desculpas. Eles são demasiado espertos para isso, e o país demasiado manobrável para tal. Até ver.
Para memória futura:
Costa vai queimar tudo à volta de modo subliminar, nada mais importando do que ele, sustentado pelo poucochinho aconchego, o suficiente para continuar a ter apoio. Metade já está feito e a ministra já está na brasa sozinha. Vai deixar passar o tempo e quando chegar a altura de os queimados (que andou a fazer de conta que defendia de ataques que praticamente não existiam e que ele próprio em boa medida criou para usar como sarna para se coçar) se aperceberem que foram cozinhados na praça pública e os relatórios saírem, já vai ser tarde para acontecer o que tem de acontecer quando as comadres se zangam. É muita a [má] experiência. Entretanto, sem que ninguém desse conta, no debate quinzenal já fugiu à árvore para se refugiar na resposta que espera sobre o vento e os efeitos do vento no fogo que estragou o objeto do contrato de comunicações que ele próprio fez. Foi uma espécie de recado sem vergonha aos relatores “independentes”, ao qual só faltou adiconar a palavra “downburst” e babar-se.
Obviamente, e passando ao mais grave, este é também o primeiro governo sob coação e chantagem subliminar e o país é de facto comandado pela ministra Catarina Martins à luz do desespero da imagem construída de Costa, que não passa da mascara que sempre foi. Para nossa desgraça, nem o pior de Cavaco Silva está neste momento disponível, restando-nos a figura popularucha que também já trataram de enrededar e manietar no esquema. Adiciona-se a isto a figurinha de peso negativo que responde pela agricultura e todos os outros de olhos em baixo e submissos ao líder-exemplo, e isto faz-nos lembrar certos países à rasca.
Já está a começar: “O presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil, Joaquim Leitão, enviou esta quarta-feira uma carta ao secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, a denunciar que a secretaria-geral da Administração Interna — que gere o SIRESP — demorou cerca de quatro horas a informar que a antena de Pedrógão Grande tinha caído.”
A seguir vai começar a fase das pressões e dos medos.
A coisa está mesmo feia e comprometedora, como já se adivinhava:
“Responsáveis da Proteção Civil passam ao contra-ataque, depois de serem acusados pela Secretaria-Geral da Administração Interna de terem pedido ajuda tarde demais para evitar as mortes no incêndio em Pedrógão Grande”.
Isto já é assunto de outra gravidade para os dois lados!
“Contudo, a comunicação à ANPC, relativamente a este site (Pedrógão Grande) só foi efetuada pela secretaria-geral da Administração Interna às 23h21 (cerca de 4 horas depois)”.
Aposto que agora vai aparecer uma discussão pública sobre a hora das mortes para a janela do tempo ficar no sítio ideal. Ao Marcelo já só resta assobiar para o ar.
Gestão exemplar da coisa pública!
“Uma das duas estações móvel pretendidas para o teatro de operações, da GNR, encontrava-se inoperacional depois de se ter partido durante a recente visita do Papa a Fátima. A outra, da PSP, estava em reparação em Lisboa. Foi esta última a ser escolhida para ser utilizada em Pedrógão Grande.”
A culpa é do Vaticano!
Não deixa de ser notável que numa ocasião destas seja Passos a estar na mira de um batalhão de espingardas.
Não pode, não pode ser suficiente um alegado deslize deste para esconder Costa na floresta ardida. Mas lá continua bem camuflado com a ajuda de encobridores disfarçados de rebusqueiros.
E continuamos a aparar disto:
“Governo mudou metade do comando da Protecção Civil em Abril”
“Governo organizou focus group para saber impacto dos fogos na sua popularidade”
Primeiro os nossos e a popularidade.
Cuidado que o Salvador do peido vai na frente.
O Passos não cometeu uma gafe, cometeu quatro:
1- Gafe factual. Não há nenhum registo de suicídio.
2- Gafe moral. Tentou aproveitar um boato em seu benefício político, numa jogada mais do que miserável e rasteira.
3- Gafe lógica. Não é por falar com um psicólogo que uma pessoa deixa de se matar. Pode de facto ajudar, mas existem resmas de contra-exemplos. É uma gafe lógica. Mas também revela uma total incompreensão do ser humano, apanágio de Passos e dos neoliberais que o suportam.
4- Gafe política. Perante tudo isto, a posição de Passos e dos neoliberais que o suportam fica ainda mais patética e frágil. A taxa de suicídios subiu durante o período de governação neoliberal de Passos. É um facto. Os apoios a doenças psiquiátricas reduziu brutalmente durante o governo de Passos. É um facto. Passos liberalizou ainda mais a plantação de eucaliptos. Eucaliptos até à porta das aldeias, à beira das estradas. Para uns andarem a brincar aos neoliberais, estão outros a pagar com os seus impostos o combate aos incêndios. Isto é outro facto. Agora fica tudo demasiado fácil.
Qualquer uma destas gafes em isolado seria um selo de incapacidade para ser primeiro ministro. As 4 juntas são uma anedota neoliberal. Passos contentou-se por pedir desculpa pela gafe factual, a única que ele e os neoliberais entendem.
Já começou – José Teixeira já crucificou a ministra na SICN. Ao lado, a “jornalista” Lourenço pergunta porque é que só agora a PSP se queixa dos problemas do SIRESP. Em cima, uma reportagem de há anos, obviamente desconhecida.
Manuel Ribeiro é o novo alias de Miguel Abrantes?
Este país é de pôr os cabelos em pé!
Vejam lá quem são as personagens.
O documento desaparecido.
O caso arquivado.
É absolutamente incrível como uma sondagem feita nos últimos dias, indica que o alegado primeiro ministro que nos calhou, saia reforçado depois da tragédia do dia 17/06.
Não sei o que dizer mais, nem sequer classificar o país (?) onde vivo.
Fosse outro o governo e já estava a ser “enforcado” na praça pública, ao som de “frondosas” manifestações com a promoção e apoio dos media do regime marxista em que vivemos.
Não sei se a SIC já despediu o jornalista que ousou incomodar o PM com perguntas pertinentes mas não dou grande coisa por ele.
País de “distraídos” e de memória muito curta.
Não se venham queixar depois…
Passos apoia a desertificação… e o contribuinte a pagar.
Passos mente compulsivamente…
André Miguel,
O Manuel Ribeiro é apenas mais um dos que tentam tapar o sol com a peneira.
Como se a gafe do Passos fosse o mais importante neste processo todo; para tentar livrar a cara do “patrão” que lhe paga o ordenado. Enfim…
Antes com a peneira do que com folhas de eucalipto.
Com os cortes (hoje em dia “cativacoes”) que este suposto “governo” anda a fazer, com as alterações das chefias da ANPC para agradar a alguns militares de carreira para que não chateiem muito, para repor salários e pensões a uma enorme minoria, para repor as 35 horas de trabalho a alguns funcionários públicos (outros são funcionários públicos mas de 2a.), deixar o SNS à beira da ruptura (mais uma vez – qualquer dia os fornecedores cortam o crédito, nunca é demais relembrar – outra vez!), ir além do que era pedido por Bruxelas para cumprir o défice, não podemos esperar grande coisa deste alegado miserável “governo” que temos, a não ser rezar e que consigam evitar outras desgraças já que, pelo simples facto de existir, esta geringonça não fosse uma completa catástrofe.
Tendo em conta o spam propagandístico que tem invadido as caixas de comentários deste blogue (e de outros) pela mão destes “Abrantes” avulsos nota-se mesmo que os ratos do Largo e os seus sidekicks marxistas estão profundamente incomodados com os possíveis danos reputacionais pelo incêndio de Pedrogão. Os cães costumam atacar quando se sentem encurralados.
O Poucochinho Vermelho até já mandou investigar se o sucedido afectou a sua popularidade junto da população… Para a Esquerda, as aparências são tudo.
Miseráveis e abjectos, estes lacaios que se prestam a ser a voz do(s) dono(s).
Manueis Ribeiros e quejandos que tentam distrair-nos da tragédia que foi a morte de 64 (?) pessoas , provocada pela incompetência,desleixo e indiferença de uma quadrilha que se faz passar por “governo”.
Que os trinta dinheiros vos façam bom proveito…
A propósito do almoço Presidente/1º Ministro saiu-me esta reflexão:
Que durante o repasto estes dois comparsas tenham um momento de lucidez. Acertem da melhor maneira que entenderem acabar com o martírio a que a Senhora MAI está a ser sujeita que até dá pena. Acaba a inocente ministra por ser grande vitima quando é posta a funcionar como escudo humana na trágica comédia de salvação de um cadáver politico. Se Costa não se disponibilizar a sair pelo próprio pé, o Senhor Presidente tem que assumir com coragem a decisão de o mandar embora. Se não conseguem calibrar a coluna ao menos tenham dó em primeiro lugar de vocês próprios.
Siresp, mais uma trafulhice neoliberal do tempo do Barroso que nenhum outro governo que lhe seguiu travou. Voz do dono? Se não fosse tão triste era de desatar a rir. Estes devem andar a plantar eucaliptos até à porta dos outros ou são accionista do Siresp.
http://expresso.sapo.pt/revista-de-imprensa/2017-06-30-200-milhoes.-Eis-a-fatura-prevista-do-SIRESP-ao-Estado-ate-2021
E a preocupação é mesmo a popularidade…
http://www.jn.pt/nacional/interior/moradores-de-escalos-fundeiros-rejeitam-trovoada-na-origem-do-fogo-8602721.html
Continuem a votar PS. Só têm o que merecem.
subscrevo.