Corre uma narrativa que postula, convenientemente, que a desigualdade se agravou em Portugal com a crise e com o programa de ajustamento. Se não considerarmos quaisquer políticas para corrigir o efeito, é natural que assim seja. Se uma pessoa pobre perder 10€ por mês e uma rica perder esses mesmos 10€, o impacto na pobre é relativamente maior. Esse impacto desproporcional pode ser mitigado com transferências sociais e políticas discricionárias que tentem proteger os mais pobres. Com efeito, as políticas dos últimos anos deixaram intocados, e bem, os mais pobres.
Um relatório recente da OCDE nega a narrativa de que a crise agravou as desigualdades — pelo menos em Portugal. De 2010 para 2014, o coeficiente de Gini reduziu-se significativamente. A explicação é simples: todos perderam rendimentos e houve uma redução das transferências sociais, mas os mais pobres mantiveram-se relativamente iguais. Não é que isto seja propriamente uma boa notícia, até porque a desigualdade reduz-se pelo pior dos motivos, mas deve ser frisado a bem da verdade.
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Tretas, gráficos, estudos, blá blá blá.
Apresentar soluções, coerência, dar a cara, isso não que dá muito trabalho e chatices.
Os Portugueses estão fartos de sábios de secretaria, gente que não sabe fazer nada.
Teóricos há muitos.
Dados objetivos?
Teses fundamentadas?
Os média não têm interesse nisso…
SIM999BLOG, um cão de fila de um “clube” político.
Face a dados objetivos, diz que são blá-blá…
Claro, a realidade para ele são as suas considerações e devaneios.
Ó Oliveira estás a ver-te ao espelho ?
Mete os dados objectivos no ……..
Já agora explica lá que problemas vais tu resolver com estes dados ?
Entretanto no mundo real …
Então o Bloco de Esquerda tem razão vamos acabar com os ricos que logo melhoramos o Nosso “coeficiente de Gini”
mas agora de uma forma mais seria há inconcluencias na frase:
“todos perderam rendimentos e houve uma redução das transferências sociais, mas os mais pobres mantiveram-se relativamente iguais”
rrocha, perderam rendimentos ex ante. Os muito pobres não têm rendimentos, que não as transferências sociais, pelo que não foram tão afectados.
Ó Mário Amorim Lopes,
Uma família de 4 pessoas que vive com um ordenado mínimo , é o quê ? Só pobre ? Vive de transferencias ? Não foram afectados ?
Estamos perdidos com a geração mais bem preparada de sempre.
Isto é uma análise ex-ante e não ex-post. Ou seja num cenário em que as transferências sociais se mantém, havendo diminuição do rendimento que afeta os mais pobres, o efeito destas transferências sociais na redução da desigualdade obviamente é maior, porém a desigualdade aumentou. Inferir que a desigualdade diminuiu a partir destes dados está errado, belos economistas que a OCDE não haja dúvidas.
Caro Mário
Acho que está a fazer um ligeira confusão na sua análise… Isto porque: ser pobre não significa necessariamente ser subsídio-dependente….
Segundo apurei o coeficiente de Gini apresenta os mesmos valores em 2010 e 2014 mas atenção com inferências de que a desigualdade não aumentou durante este período, nada se sabe acerca dos restantes anos pode ter aumentado ou diminuído, este é o problema da utilização dos valores extremos dão-nos uma “fotografia” com dois momentos e não um “filme” entre os dois momentos
O mesmo relatório mostra que a taxa de pobreza em Portugal aumentou no mesmo período em análise (2010-2014). A omissão deste dado foi lapso ou “conveniente”?
Caro Pedro Santos, a taxa de pobreza não diz muito pouco sobre a desigualdade. Um país onde todos ganhem 100€ é um país menos desigual, embora muito pobre.
AhAhAh os economistas e a falácia do coeficiente de Gini.O problema não é a desigualdade, o problema é a pobreza em si! Ideais socialistas, defendidos por uma ampla maioria da população, apenas repartem de forma igualitária a pobreza, mas nunca criam riqueza. Quando focaremos corretamente o problema?
Para quem tiver rempo e quiser compreender a ”econometria de Gini” deixo aqui uma sugestáo
https://direitasja.com.br/2015/10/05/coeficiente-de-gini-e-a-grande-falacia-da-distribuicao-de-renda/
Troll, https://oinsurgente.org/2013/09/24/fim-a-pobreza-nao-aos-pobres/