Uma Europa comunista
Depois do referendo no Reino Unido, António Costa disse que a União Europeia tem de ser útil. Na convenção do BE, Catarina Martins defendeu que Portugal deve referendar a continuação na União Europeia, caso lhe sejam aplicadas sanções por défice excessivo. No Reino Unido, o líder dos Trabalhistas, Jeremy Corbyn está a ser duramente criticado por não se ter esforçado na campanha contra o Brexit. Corbyn era contra o “leave”, mas foi dizendo que, a acontecer, não seria grave. Entretanto, em Espanha, Pablo Iglesias quer mudar a Europa. O que quer esta esquerda?
Como a própria diz, mudar a Europa. Na forma vaga de Costa, que esta volte a ser útil. Naturalmente, ele diz referir-se às pessoas embora, para Costa, a utilidade da Europa passe por ter margem de manobra para governar sem custos eleitorais, porque a dívida só será paga por outros e mais tarde. A subtileza de Costa é semelhante ao fingimento de Corbyn.
Já Catarina Martins é mais clara. Conforme disse depois do Brexit, estamos perante “(…) a falência da União Europeia e de termos de nos preparar e construir uma alternativa”. Conforme mencionou há dias em Torres Vedras, há que dar força ao BE “para um reforço do trabalho em prol da vida coletiva”.
Costa quer sobreviver na política e salvar o PS, que não sabe ser de esquerda sem que seja a endividar os nossos filhos. Mas Corbyn, Iglesias e Martins querem mais: querem uma nova Europa, uma Europa coletivista e comunista.
“Mas Corbyn, Iglesias e Martins querem mais: querem uma nova Europa, uma Europa coletivista e comunista.”
O que eles querem (mas não sabem que querem), precisam e merecem é de um tiro no meio dos olhos!
Nem salazar, nem o sucessor, esses fascista sem escrúpulos, conseguiriam melhor, sequer igual, lógica (aristotélica, claro) para tão descabelada conclusão!!!….
Miseráveis (de espírito, que não de €) dos e das que ainda se servem da ignorância de um povo para evacuações deste calibre, esquecendo, ou estando a borrifar-se, para o facto de haver gente (honesta) que sabe o que os teóricos do comunismo escreveram e, pelo trabalho árduo da investigação científica e da entrega incondicional à causa, enunciaram nas suas teses, demonstrando-as, não tomando por base Aristóteles, mas partindo da convicção de que “toda a coisa contém em si o seu contrário”!..
Mas também sabem bem estes “escribas da corte”, que foi assim, com raciocínios semelhantes, que a Humanidade viveu, contando só a designada “nossa era”, cerca de 1860 anos sob o obscurantismo da criação! ….
E a quem interessava que assim se vivesse?
A história do Galileu, com a sua vergonhosa condenação e tardia absolvição de mais de 400 anos depois, ajuda a responder!…
Só que, não serviu de lição, e hoje, como este tipo de escritos pode demonstrar, as forças mais reaccionárias (elites e seus rasteiros serventuários) que continuam a controlar os OCS/media, ainda insistem, teimosamente e sem escrúpulos, na preservação do CAPITALISMO, esse hediondo modelo económico-social, essa ideologia, essa política que, nos seus aspectos essenciais e com as suas práticas têm, ao longo dos mais de quatro séculos da sua existência e por todo o planeta, produzido escravidão, repressão, tortura, violência, roubo de terras e recursos naturais, criação e divisão artificial de países, imposição de ditaduras, embargos económicos, destruição dos modos de vida dos povos e das culturais tradicionais, guerras, devastação ambiental, desastres ecológicos, fome e miséria, enfim, em síntese, injustiça, discriminação, desigualdade e exclusão social, etc., revertendo contra si e cada vez mais, toda uma multidão civil (só na Europa, com menos de 35 anos de idade, são já 75.000.000 de desempregados) que vem desde aquela multidão deportada da África para as Américas, daqueles sacrificados nas trincheiras de uma guerra absurda, daqueles queimados vivos pelo napalm, torturados até a morte nas celas dos cães de guarda do capitalismo, os fuzilados na Espanha e na Argélia, as centenas de milhares de massacrados na Indonésia, os que foram quase erradicados, como os índios das Américas, os que foram sistematicamente assassinados na China para garantir a livre circulação do ópio; de todos aqueles, que, das mãos dos sobreviventes, receberam a chama da revolta do Homem a quem a dignidade foi negada; das crianças do designado Terceiro Mundo que, de mãos quase inertes, ainda hoje continuam a morrer, diariamente, aos milhares, vítimas da subnutrição; daqueles que, de mãos trémulas, mendigam ao lado da opulência; dos povos que, de mãos descarnadas, estamos condenados a pagar os juros de uma dívida que tem servido apenas para enriquecer as elites dirigentes.
MAS, MÃOS ESSAS, QUE UM DIA UNIR-SE-ÃO, TENHAMOS ESPERANÇA!….