Curtas sobre Durão Barroso

1. Durão Barroso já tinha poder limitado sobre a UE quando era presidente da Comissão. Hoje, fora do cargo, tem ainda menos.

2. Se a Goldman Sachs coloca Durão Barroso numa posição tão alta em busca de influência no poder político é porque, para começar, não tem tanto poder assim como dizem.

3. A contratação de Durão Barroso deverá ter mais um efeito sinalizador aos actuais líderes políticos, dando-lhes um incentivo a não levantarem muitas ondas na perspectiva de lhe sucederem no cargo.

4. Como sempre, os comentadores tiram a lição errada disto. O problema não é antigos líderes irem para empresas devido à sua influência política. O problema é as empresas privadas sentirem que têm alguma vantagem em contratar antigos políticos. Quanto maior o poder do estado na economia, mais as empresas sentirão necessidade de obter influência política. Quanto maior o cão, mais pulgas terá.

10 pensamentos sobre “Curtas sobre Durão Barroso

  1. Se a alguém pode fazer mossa o Brexit é a City e a City é Goldman Sachs e Morgan Stanley.

    Eles já andavam a deslocalizar para o Leste- uma ajuda política com pé na UE pode ter interesse.

  2. A finança não tem pátria, logo o “Estado” é coisa que nem existe.

    A “política financeira” faz-se a outros níveis internacionais mais altos e por via de lobbies.

  3. Rogerio Alves

    Muito bem visto, principalmente os pontos 2 e 4. Infelizmente, como diz, a análise dos comentadeiros da praça apontará o contrário…

  4. tina

    Sem dúvida um feito extraordinário mas acho que não vai durar muito pois ele não é assim tão “shrewd”, não soube combater o problema da dívida soberana, pelo contrário, ainda fez pior, lembro-me perfeitamente da sua resposta quando lhe perguntaram se devíamos interromper o projeto TGV: “Não necessariamente”.

  5. jo

    Por essa lógica só existem ladrões porque as pessoas têm bens que podem ser roubados. Se fossemos todos miseráveis toda a gente era honesta.
    Veja lá que não é assim que funciona.
    Ninguém lhe diz que só se pode roubar o Estado.
    Por outro lado, se substituirmos o Estado pela Goldman Sachs, a Goldman Sachs não tentava controlar o Estado. É um ponto a favor da argumentação do post.

  6. O Goldman ainda não deu sinais de conseguir recuperar desde que foi resgatado por Warren Buffett durante a crise de 2008. Por isso é natural que procure o apoio dos políticos. Infelizmente, como a história demonstra, esse apoio é muitas vezes um presente envenado. Quanto maior o seu envolvimento com a política maior é o risco de vir a falir.

    Dito isto, tal não tira o mérito a Durão Barroso.

    Sendo oriundo de um país pequeno e sem grandes empresas, é extraordinário que tenha conseguido uma posição que é normalmente muito disputada.

  7. Pois não. É isso mesmo. O Goldman Sachs está na falência e ainda vai ser comprado pela CGD.

    A função do Barroso deve ser mesmo para ajudar a essa safa.

  8. André Miguel

    O ponto 4 é a pura realidade e a única resposta a este assunto. Conforme está a economia mundial alguém acredita que a banca de investimento sobreviva muito mais tempo sem a influência política? As comodities baratas acabou-lhes com a mama nos emergentes, as dividas soberanas da UE à pala do QE foi chão que já deu uvas, bolsa chinesa arrefeceu, os produtores de petróleos estão falidos… o que sobra?

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