Devo dizer primeiro que não vejo mal na ideia de ter uma contribuição para a segurança social diferenciada segundo o vínculo laboral. É mais provável que quem tenha um contrato a prazo viva um período de desemprego (por não ter o contrato renovado) do que quem esteja efetivo (porque é mais difícil e caro de despedir). Pelo que faz sentido uma contribuição maior para quem tem mais probabilidade de precisar de subsídio de desemprego.
Como é evidente, esta diferenciação só podia ser feita diminuindo a contribuição do empregador para os trabalhadores efetivos e mantendo-a para os trabalhadores a prazo. Mas como temos um governo de lunáticos que acredita que as vacas voam, mesmo numa situação de uma tremenda quantidade de desempregados – que evidentemente quando, e se, encontrarem emprego será pelo menos inicialmente com vínculo temporário -, prepara-se para estragar a vida aos tais imensos desempregados ao encarecer a sua contratação via subida da TSU para as empresas; e, donde, tornando-a mais improvável de ocorrer.
Acho que isto não vai lá sem transplante de cérebro aos ministros deste governo.
(Rafael Chust entretanto lembrou-me no facebook do investimento dos fundos da segurança social na recuperação urbana. De facto também é isto: pomos as empresas produtivas, as que sobreviveram à crise, a pagar as clientelas partidárias do PS em Lisboa.)
Talvez uma melhoria sobre a proposta do governo seria só ter o agravamento da TSU em contratos a prazo após o 1º ano de contrato.
E eventualmente não ter esse agravamento nas regiões do interior onde haja mais desemprego (talvez aquelas zonas que já têm ISP mais baixo).
Nos dias de hoje, um cidadão acorda pela manhã e pensa: Qual será o disparate que o governo de extrema esquerda preparou para hoje ?? Hoje foi esta aberração da TSU que seguramente afastará investimento e por consequência iria trazer mais desemprego. Já nem se discute tecnicamente este governo pois quando o simples bom senso já nem existe é tempo perdido. Tenho dito.
Faz-me um pouco de confusão a facilidade com que se parte para a diferenciação. Como é que é aquela conversa de a trabalho igual salário igual?
Quem está a contratos a prazo está suficientemente vulnerável e pimba vem o burocrata justiceiro e diz-lhe, meu amigo você tem que pagar mais TSU que os outros, você é um felizardo até já trabalha e ainda não é dos instalados. Coitados!
Já agora e os do Rendimento Mínimo ou de Inserção. Ninguém quer olhar para os regimes não contributivos! Esses não pagam TSU e se calhar nunca pagaram …
Faz tanto sentido essa das probabilidades como os principios vigentes neste país: quem já está instalado, que a crise lhe passe ao lado, aos outros, toca a escravizar, que isso não é proibido pela Constituição.
Um país de ignorantes que vota com a barriga só pode ser liderado por alucinados.
Quando o povo suspira por quem lhes promete facilidades e coisas grátis, quando os melhores são esmagados pela pata do Estado e esmifrados em impostos para sustentar parasitas e instalados do regime, quando para trabalharmos temos de suplicar autorização e ainda pagar a quem nada produz, só podemos dizer que somos governados por dementes esquizofrénicos e que habitamos um país condenado ao fracasso.