Uma leitura interessante e recomendada de João Miguel Tavares no Público – O partido do Estado (e os meus heróis):
Segundo os números mais recentes da Pordata, existem em Portugal mais de 3,6 milhões de pensionistas. Mais de 650 mil funcionários públicos. Outros tantos desempregados. Perto de 300 mil beneficiários do rendimento social de inserção. Somando estes quatro números deparamo-nos com 5,2 milhões de pessoas. E se a estes 5,2 milhões somarmos filhos menores e familiares dependentes, ultrapassamos facilmente os 6 milhões que Medina Carreira costuma citar com regularidade. Fixem bem o número, porque ele é o mais importante para explicar Portugal e a sua paralisia: num país com 10 milhões de habitantes, pelo menos 6 milhões beneficiam de transferências directas do Estado central.
Isto confere milimetricamente com o Estado do partido de novo em cena á pala de um 1º ministro de camuflado e empurrado por becos, travessas e labirintos..
Um pouco confuso. A Segurança Social e a maioria das pensões são pagas pelos descontos dos trabalhadores no ativo. É um sistema de seguro coletivo. Se não existisse o do Estado teria de existir outro. Quando uma companhia de seguros paga uma indeminização a alguém não dizemos que o indemnizado está a chular os que pagam prémios.
Os funcionários públicos não recebem dinheiro para estarem parados, Para poder dizer que os funcionários são simples parasitas então não se pode utilizar nada dos seus serviços. Nada de escola pública, nada de polícia, nada de exército, nada de utilizar hospitais públicos ou hospitais com convenções com o Estado, nada de utilizar estradas feitas com dinheiro público, etc. Na verdade em Portugal há mais de dez milhões de pessoas que beneficiam do dinheiro do Estado. A não ser que se pense que os funcionários têm obrigação de trabalhar sem receber.
Por último, José Miguel Tavares é um cronista. Ninguém come ou veste crónicas mas não podemos dizer que o seu trabalho não merece pagamento por isso, Ele também não recebe diretamente dos leitores pelo seu trabalho. Será que considera que está a explorar quem lhe paga? É que os leitores pagam ao jornal e, de acordo com o modo de pensar que ele expõe, o jornal não tem obrigação de lhe pagar, ele é um parasita.
seria interessante acrescentar as empresas (i.e. respectivos postos de trabalho) em que o “cliente” principal é o estado, e.g. construção.
Jo,
Ninguém chamou “parasita” a ninguém, mas é o óbvio que o trabalho dos f.p. não representa um custo nulo para a economia, acrecente-lhe o resto e tem os défices crónicos da nossa democracia fulgurante e todas as consequências que advêm daí.
Enquanto assim for o psd, o ps, o cds, o pcp, o be e similares ficarão com a maior cota da a.r. .E chamam a isso democracia: a opressão dos que pagam pelos que recebem. Noutros contextos chamam a isso escravatura, mas neste não, é democracia.
Jo, o Estado existe para server o País e não o contrário. Mas se gasta mais do que o país aguenta, não está a servir, está a deservir. É o mesmo que uma cobra tentar resolver o problema da fome começando a comer pela própria cauda.
A solução para isto só pode ser a emigração de tudo o que não for Estado, e obrigar este a funcionar como um sistema fechado.
Em termos malthusianos diz-se que o Homem tem o QI da ameba, só na ultima geração se dá conta da limitação, neste caso espacial, do vidro de Petri, e recorre ao canibalismo para tentar sobreviver. O mesmo acontecerá em Portugal, em termos financeiros quando a UE nos diz para tomarmos medidas, mas que nós é que decidimos quais as medidas a tomar.
Realmente estes números dizem tudo, a responsabilidade recai sobre os ombros da minoria.
Tina,
Dois lobros e um cordeiro livremente votam o que haverá para comer ao jantar.
Cerca de 6 milhões não produzem, só recebem …
Quantos milhões estão a trabalhar de facto, considerando que dos 4 milhões restantes mais de 1 milhão está na situação de migrado ou emigrado?
O Jo esquece, ou omite propositadamente, que há seguros voluntários e mesmo nos obrigatórios há liberdade de escolha (várias seguradoras e várias tarifas). Que eu saiba no Estado não há nada disso. E já agora também parece desconhecer, ou omitir, que na maioria dos concelhos deste país a Câmara lá do sítio e o administração central são as maiores entidades empregadoras. Só um lunático acreditará que isto será alguma vez sustentável. Mais: junte-se à equação a baixa natalidade, a deslocação de empresas, a fuga de capitais e a emigração e podemos ver como isto tudo vai estoirar não tarda muito.
Solução? Só o diabólico e malvado liberalismo. Que tão maus que são nunca foram testados em Portugal. Mas tal como os doentes mentais insistimos em repetir o que até hoje não funcionou.
Estes números estão incompleto, a realidade é muito mais negra.
Ora vejamos.
Quanto empregados têm a totalidade das empresas municipais de todo o país?
Quantas almas empregam as Fundações, IPSSs ou colégios com contrato de associação?
Quantas PMEs dependem de serviços prestados ao Estado?
Quantos funcionários têm a CP ou a CGD?
Quantas empresas ou quais os sectores que dependem de proteccionismos e regulamentações estatais e nos quais poderia e deveria haver mais concorrência? Assim por alto penso nos taxistas, audiovisual, telecomunicações ou jogo e apostas.